Adaptado e Resumido de Robert Sungenis, PH.D.
(cairomeo@aol.com)
Como eu tenho apontado muitas vezes em
artigos anteriores em meu novo livro: The
Catholic/Jewish Dialogue: Controversies and Corrections, embora o Sr.
Schoeman corretamente acredite que o pacto Mosaico foi revogado (veja a página
de seu livro Salvation is from the Jews),
ele sustenta que a Igreja Católica estava errada (por “dois mil anos”) em ensinar que o “Antigo Pacto” foi “inteiramente
substituído, anulado e esvaziado pelo Novo” (página 352 de Salvation is from the Jews).
A palavra-chave para a visão do Sr. Schoeman
é “inteiramente”. Isto é, embora ele
acredite que o Antigo Pacto foi parcialmente substituído pelo Novo, acredita
ele que não foi “inteiramente”. Ele
acredita que o pacto Mosaico foi substituído, mas aquelas profecias do Antigo
Testamento sobre a restauração do Israel nacional não foi substituída.
Particularmente, Schoeman alega haver muitas
profecias no Antigo Testamento concernindo Israel, mas que pelos “últimos dois
mil anos” foram “erroneamente” interpretadas como sendo realizadas somente na
Igreja Católica. O grande erro da
Igreja, diz Schoeman, foi que as profecias do Antigo Testamento serão
realizadas pelos Judeus e pelo Israel nacional, e quando forem, então Cristo
retornará na sua Segunda Vinda.
Em essência, Schoeman insiste que, depois de
dois mil anos de ensinamentos errôneos dos papas católicos, concílios e
teólogos, ele foi abençoado por Deus naqueles últimos dias para enxergar a
verdade, e parece que ele está buscando confirmar suas descobertas apelando
para uma visita que teve poucos anos atrás da Virgem Maria, sobre quem ele
alega “ter respondido todas as minhas perguntas”.
Agora, umas poucas palavras a respeito da
visão de Schoeman que o Antigo Pacto não foi “inteiramente” substituído.
O coração do problema do livro de Schoeman
começa no capítulo oito, intitulado: “Os Judeus e a Segunda Vinda”. Schoeman distorce passagens do Antigo
Testamento que foram tradicionalmente interpretadas como referindo-se tanto ao
antigo Israel quanto a Igreja como agora sendo na categoria exclusiva das
profecias concernindo o presente estado político do Israel mais ou menos antes
da Segunda Vinda de Cristo. Por exemplo,
Schoeman escreve que:
“Jerusalém
retornará novamente às mãos de Israel brevemente antes da Segunda Vinda (Lucas
21,24): ‘Jerusalém será pisada pelos pagãos, até se completarem os tempos das
nações pagãs.’ (Uma descrição da Segunda Vinda então segue-se nos versículos
25-28). Jerusalém esteve nas mãos dos
Gentios continuamente desde a queda da nação Judaica em 70 D.C. até que foi
recapturada pelo moderno Estado de Israel na guerra de 1967” . (p. 306)
Não fazendo qualquer distinção entre profecia
bíblica e as vitórias políticas/militares dos líderes israelenses agnósticos
atuais. Schoeman promove o argumento
Sionista que a ocupação Judaica de Israel é garantida pelo direito divino. Nós sabemos que isso é sua intenção desde a
próxima página que ele se utiliza de Isaías 66, 5-8 como a profecia singular
predizendo uma elevação meteórica do Israel moderno: “A nação Judaica renascerá
em um único dia”, e acrescenta o seguinte comentário.
“Isso [Is 66:5-8] foi literalmente realizado
quando em 14 de Maio de 1948, o moderno Estado de Israel renasceu em um único
dia seguindo a passagem da Resolução 181 da ONU, repartindo a ‘Palestina’ no
Estado Árabe do Jordão e no Estado Judaico de Israel”. (p. 307)
Isaías, porém, não dá a mais leve indicação
que ele tinha em mente um único dia no futuro distante em que as forças
políticas ateístas (ou seja, da ONU) realizam uma restauração geográfica a um
povo anticristão (os Judeus) que, como o registro histórico demonstra, foi
liderado por brutais incursões sob David Ben Gurion e Menachem Begin usando
campanhas sangrentas de massacre humano contra os nativos Palestinos. A imposição política de Schoeman nas
Escrituras demonstra que seu Catolicismo é definido pelo Sionismo e seu
sucesso, não pelo ensinamento tradicional Católico e sólida exegese das
Escrituras. Em parte alguma, a Igreja
ensinou o tipo de exegese de jornal e política de Schoeman do Antigo
Testamento. Em verdade, a Igreja
tradicionalmente tem entendido a plenitude de Isaías 66 como sendo uma profecia
da primeira vinda de Cristo.
Por exemplo, Isaías 66,7 ("Antes da hora ela deu à luz, antes de sentir
as dores, deu à luz um filho.") é entendido como uma alusão ao
nascimento de Cristo e ao estabelecimento da Igreja do Novo Testamento, e é
muito similar à linguagem do Apocalipse 12,2-5 (“... e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz ... Ela deu
à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com
cetro de ferro.”)
Isaías 66,8 (“Quem jamais ouviu tal coisa, quem jamais viu coisa semelhante? É
possível um país nascer num dia? Pode uma nação ser criada repentinamente?
Desde as primeiras dores Sião deu à luz seus filhos.”), usando a mesma
imagem da mulher em trabalho de parto, refere-se aos Apóstolos e os Cristãos
primitivos chegando de Jerusalém, Judéia, Samaria para pregar o Evangelho
Cristão (Atos 1,8). Em “um dia”, 3.000
almas foram batizadas e salvas no Pentecostes em Jerusalém (Atos 2,37-42). Apropriadamente, Isaías 66,10-13 diz:
“Regozijai-vos
com Jerusalém e encontrai aí a vossa alegria, vós todos que a amais; com ela
ficai cheios de alegria, vós todos que estais de luto, 11 a fim de vos amamentar à
saciedade em seu seio que consola, a fim de que sugueis com delícias seus
peitos generosos. 12 Pois eis o que diz o Senhor: vou fazer a paz correr para
ela como um rio, e como uma torrente transbordante a opulência das nações. Seus
filhinhos serão carregados ao colo, e acariciados no regaço. 13 Como uma
criança que a mãe consola, sereis consolados em Jerusalém. 14 Com essa visão vossos
corações pulsarão de alegria, e vossos membros se fortalecerão como plantas. O
Senhor manifestará a seus servos seu poder, e aos seus inimigos sua cólera.”
A descrição acima foi precisamente o que
aconteceu em Pentecostes, conforme Judeus e Gentios de 15 diferentes nações
reuniram-se em Jerusalém para escutar o Evangelho Cristão (Atos 2,1-15). Colaboração de outras profecias do Antigo
Testamento são registradas como as citações de Pedro do profeta Joel (Atos
2,16-21). Os inimigos do Evangelho foram
desprezados, mesmo como Zacarias profetizou o nascimento de Cristo em Lucas
1,71: "para nos livrar dos nossos
inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam." O mesmo é profetizado em Isaías 66,20-21:
“20 De
cada uma das nações trarão todos os vossos irmãos como oferenda ao Senhor, a
cavalo, em carros, em liteiras, em lombo de mulas e de dromedários, ao meu
monte santo, a Jerusalém, diz o Senhor, tal como os filhos de Israel trazem sua
oferenda em vasos purificados à casa do Senhor.
21 Escolherei mesmo entre eles sacerdotes e levitas, diz o Senhor.”
Novamente, era em Jerusalém que a Igreja
Cristã teve seu início, e as nações ao redor reuniam-se ali, e delas Deus
escolheu um novo sacerdócio, ordenado sob o sacramento das Ordens Santas.
Infelizmente, Schoeman vê somente um
movimento político Sionista em Isaías 66,9-14, declarando: “O novo Estado Judeu
deverá ser extremamente próspero (Isaías 66,9-14)”. Essencialmente, Schoeman está desapropriando
passagens das Escrituras que têm até aqui sido aplicadas à Igreja e está agora
aplicando-as aos Judeus Sionistas, e tudo sem a mais leve preocupação que ele
esteja transgredindo nos fundamentos que mesmo anjos temeriam pôr os pés.
Um outro especial argumento na interpretação
da Escritura de Schoeman é registrado em seu comentário sobre Zacarias 13,8-9,
em que o profeta declara...
"Em
toda a terra - oráculo do Senhor - dois terços dos habitantes serão
exterminados e um terço subsistirá. Mas farei passar este terço pelo fogo;
purificá-lo-ei como se purifica a prata, prová-lo-ei como se prova o ouro.
Então ele invocará o meu nome, eu o ouvirei, e direi: Este é o meu povo; e ele
responderá: O Senhor é o meu Deus."
Schoeman intepreta isso como se segue: “Na
realidade, durante o Holocausto quase exatamente dois terços dos Judeus da
Europa pereceram (estimativas variam entre 60% e 72%)” (p. 307). Não somente Schoeman perde o significado
contextual e histórico da passagem de Zacarias, como ele nem mesmo satisfaz os
desejos dos Judeus atuais. Se
examinar-se o contexto, Zacarias está falando do julgamento de Deus contra os
falsos profetas de Israel. Por
conseguinte, se “dois terços” dos Judeus foram cortados e pereceram, significa
que Deus julgou-os como pecadores que perecerão sob Sua Ira. É essa a pintura que Schoeman deseja criar –
um Holocausto planejado pelo Próprio Deus?
Se sim, então Schoeman é obrigado a seguir sua conclusão lógica e dizer
que o Holocausto foi um julgamento correto de Deus sobre os Judeus para seus
pecados, pois o contexto da passagem de Zacarias demandaria uma tal
conseqüência. A exegese idiossincrática
de Schoeman inadvertidamente faz de Hitler um instrumento cumpridor da ordem de
Deus contra o povo Judeu. Por sua
própria causa, Schoeman deveria dar uma outra olhada nessa passagem, caso
contrário os Judeus de hoje deveriam estar arremessando suas calúnias contra
ele.
Schoeman podia ter se salvo simplesmente
reconhecendo que Zacarias não está falando a respeito do Holocausto Judeu da
Segunda Grande Guerra. Zacarias 13, como
Isaías 66, está falando a respeito da primeira vinda de Cristo. Em verdade, o versículo imediatamente
anterior à passagem que Schoeman citou (Zacarias 13,7), profetiza a captura de
Cristo no Jardim de Getsêmani, e é citado tanto por Mateus (26,31) quanto por
Marcos (14,21) – (“Ferirei o pastor, e as
ovelhas do rebanho serão dispersadas”).
Schoeman omite diretamente essas referências, na medida em que ele
estivesse tão decidido a tornar a passagem uma profecia do Sionismo. Somente os Cristãos responderão: “O Senhor é
meu Deus”, algo que os sobreviventes Judeus do Holocausto não fizeram pelos
últimos 60 anos, e não demonstram quaisquer sinais de se corrigirem. Em lugar, como a evidência demonstra
claramente, eles têm propósitos de restaurar o Judaísmo através da adoração do
Templo em Jerusalém.
A mesma crítica se aplica à interpretação de
Schoeman de Ezequiel 36,22-28; Jeremias 16,14-15; Zacarias 12,1-3; Joel 3,2 e
Apocalipse 16,16, citadas nas páginas 307-309 de seu livro. O comentário de Schoeman contém a mesma
exegese deformada e alegações especiais para o moderno Estado de Israel e atinge
uma auto-intensificada tentativa de descontextualizar as Escrituras, ao mesmo
tempo em que esquece as citações do Novo Testamento das profecias do Antigo
Testamento, e a interpretação tradicional dada pela exegese histórica da Igreja
Católica. É a Igreja que é o “novo
Israel”, não os Judeus modernos.
Schoeman, em uma referência a Zacarias 12,3,
escreve:
“A maioria concordaria que Jerusalém, como o
ponto focal das tensões no Oriente Médio, se tornou uma ‘pedra pesada para
todas as pessoas’, e certamente todos que ‘vieram juntos contra ela’ desde 1948
‘machucaram-se dolorosamente’”.
Como esse tipo de interpretações, Schoeman
certamente encontrará um espaço na aliança Neo-con/Evangélica/Sionista, pois
eles estão todos no mesmo rumo. Embora
não haja virtualmente qualquer sinal que o povo de Israel esteja chegando a sua
consciência espiritual mesmo com tempo suficiente para cessar as incursões em territórios
ocupados, ainda, o forte apoio pela causa de que isso seja em virtude de
profecia divina prossegue. Aqueles que
se oponham são simplesmente rotulados de “anti-semitas” e um bem coordenado
esforço é projetado para mantê-los no silêncio.
Schoeman então acrescenta: “Mas Israel será
milagrosamente militarmente forte e capaz de bem sucedidamente defender-se”
(Zacarias 12,6-9) (p. 310). Aqui
novamente, porém, Schoeman é capturado ignorando os sinais dos tempos embutidos
no texto. Enquanto ele está cantando os
louvores do exército Israelense, Zacarias está argumentando a situação para a
primeira vinda de Cristo, pois no completo próximo versículo, Zacarias 12,10,
Zacarias fala a respeito daqueles que "Farão lamentações sobre aquele que
traspassaram, como se fosse um filho único; chorá-lo-ão amargamente como se
chora um primogênito!". Essa
passagem é citada literalmente em João 19,37 pelo expresso propósito de
preencher a profecia de Zacarias de Jesus ser pendurado na cruz. Como poderia Schoeman omitir isso? Talvez seja devido à cegueira que envolve a
promoção da agenda Sionista, pois as Escrituras se tornam então o nariz de cera
que pode ser moldado aos projetos políticos preferidos de alguém. Mesmo a passagem de Agostinho que Schoeman
posteriormente tenta trazer em sua defesa em outro tópico, ele diz: “’E porão os olhos em mim, a quem
traspassaram’. Essa palavra exprime com
mais clareza a Cristo crucificado” (Cidade de Deus, Livro 20, Capítulo
30). Incredulamente, na próxima página
(p. 311) Schoeman cita de Zacarias 12,10 aparentemente esquecido ao fato que o
Evangelho de João aplica-se à primeira vinda de Cristo (Jo 19,37). Schoeman aplica-o aos Judeus durante a
“Segunda Vida” como declara: “Zacarias, também, profetiza a conversão dos
Judeus quando ele disse que chorariam amargamente sobre aquele ‘que
traspassaram’ (Zacarias, 12,10).”
A alegação seguinte é que Oséas 3,5 é uma
profecia concernindo uma conversão distintiva dos Judeus próximos da segunda
vinda de Cristo. Lê-se na passagem:
"Depois
disso os filhos de Israel voltarão a buscar o Senhor, seu Deus, e Davi, seu
rei; recorrerão comovidos ao Senhor a à sua bondade no final dos tempos."
A questão óbvia é o quê nessa passagem obriga
Schoeman a ver nisso como aplicável somente à Segunda Vinda de Cristo? Se é a
frase “no final dos tempos”, isso não tem nada além das palavras comuns
hebraicas ‘acharith yom’, que geralmente refere-se ao fim de um período de dias
(p.e., “os últimos dias”), mas não é uma referência específica ao fim dos
tempos ou a Segunda Vinda. Em verdade, Oséas
3,5 é uma das passagens da tradição da Igreja tem entendido como realizada na
primeira vinda de Cristo, mas Schoeman está obviamente tentando dirigir-se ao
Sionismo. A Igreja teve toda razão em
vê-la como aplicável à primeira vinda de Cristo, na medida em que o sinal
saliente de seu cumprimento é registrado quase literalmente em Atos 2,17 no
Pentecostes "Acontecerá nos últimos
dias - é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo..."
Similarmente, Atos 15,17-18 diz que o Novo
Testamento da Igreja é para ser entendido como a “reconstrução do tabernáculo de
David”, não o Israel nacional (cf. Amós 9,11-12; Ez. 34,23-24). Em acréscimo, Oséas 1,10 e 2,23 estão citados
em Romanos 9,25-26 como um cumprimento na era da Igreja da “restauração de Israel”
somente agora é um “Israel” com Gentios bem como Judeus. Basta dizer, não há nada no contexto de Oséas
3,5 que mesmo remotamente aponta para a Segunda Vinda de Cristo ou uma
conversão exclusiva dos Judeus.
Schoeman então cita Mt. 23,37-39 como prova
maior da “conversão dos Judeus antes da Segunda Vinda”:
"Jerusalém,
Jerusalém, ... Pois bem, a vossa casa vos é deixada deserta. Porque eu vos
digo: já não me vereis de hoje em diante, até que digais: Bendito seja aquele
que vem em nome do Senhor."
Schoeman comenta o seguinte: “Aqui Jesus está
dizendo que ele não será visto novamente até que vocês (os Judeus) digam:
‘Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor.’”
No caso, Schoeman colocou a carroça a frente
dos cavalos. O versículo não está
dizendo que Jesus não possa retornar até que os Judeus o reconheçam. A frase “até que vocês digam” é um aorístico
subjuntivo grego, que está simplesmente colocando uma condição se o “abandonado
e desolado” estado de Jerusalém não possa ser cessado. O evento singular que pode cessar a desolação
é quando Jerusalém diz as palavras requeridas (“Bendito é aquele que vem em
nome do Senhor”). Mas porque a gramática
grega é construída como uma sentença condicional, isso significa não haver
qualquer garantia que Jerusalém responderá, realmente, com as palavras
apropriadas. Em outras palavras, usando
o modo subjuntivo, o versículo não está dizendo que os Judeus dirão, sem
questão, as palavras requeridas, mas somente que eles não verão Cristo a menos
que desejem. Isso é o mesmo tipo de
sentença condicional que São Paulo utilizou em Romanos 11, 23 quando falava das
conversões Judaicas potenciais: “E eles,
se não persistirem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso
para enxertá-los de novo.” A crença
nunca é garantida. É um ato de livro
escolha do homem, e de acordo com São Paulo, ninguém pode prometer que os
Judeus tomarão a decisão correta.
Schoeman, então, entra numa mais crucial etapa
de suas interpretação sionistas – aquela que lida com os eventos correntes
condutores à Segunda Vida. Diz ele que:
“Relacionadas às profecias a respeito do
Anticristo e a guerra final está a crença que antes da Segunda Vinda, o Templo em
Jerusalém será construído. Isso é
baseado em uma interpretação de Daniel 9-12, em que Daniel 9 refere-se à
Segunda Vinda de Cristo.”
Ele então começa sua aplicação:
“Embora as profecias de Daniel sejam às vezes
associadas com outros eventos, também, já que Jesus explicitamente as aplica à
Segunda Vinda, isso deve ser pelo menos um de seus cumprimentos
pretendidos. As profecias mencionam a
cessação do sacrifício e o templo sendo profanado: os padres da Igreja
[interpretam] isso num sentido espiritual, para referir-se à cessão do Santo Sacrifício
da Missa. Mas é concebível que pudesse
ter também uma concretização literal, se o Templo em Jerusalém fosse reconstruído. E isso está hoje dentro da
possibilidade. Em 1967, pela primeira vez
em quase dois mil anos, os Judeus recuperaram a posse do Monte do Templo, e há
agora organizações em Israel tentando reconstruir o Templo. Deveria ser reconstruído no Monte do Templo,
também chamado pelo Islã de local santo, não é difícil antever como que em si
mesmo poderia precipitar a guerra global conhecida como ‘Armagedom’”.
“Como declarado anteriormente, o propósito
dessa discussão não é ‘provar’ que a Segunda Vinda está próxima. Muitas das interpretações propostas das
profecias são especulativas. Mesmo
assim, eles sugerem cumulativamente que a Segunda Vinda toma lugar em um tempo
quando o povo Judeu retornou a Israel e formou uma nação Judaica. Se isso é, na realidade, uma pré-condição
para o retorno do Cristo, os esforços fracassados associados do último século
para eliminar os Judeus e destruir o nascente Estado de Israel, bem poderiam
ser parte de uma tentativa diabólica de impedir a Segunda Vinda.”
Basta dizer que esses são alguns dos mais
problemáticos parágrafos do livro de Schoeman.
É certamente verdade que Jesus fala a respeito da abominação da
desolação, e está certamente dentro do domínio da concretização profética que a
abominação torna mais curto os eventos próximos do fim dos tempos. O que não está na área da possibilidade,
porém, é que um futuro Templo construído em Jerusalém pelos modernos Judeus
fossem uma realização que sucede devido a um favor divino, mas esse enunciado
que as “profecias [de Daniel] mencionam a interrupção do sacrifício e o templo
sendo profanado”, juntos com a rejeição de Schoeman da interpretação dos Padres
da Igreja que o sacrifício que cessa refere-se ao fim da Missa Católica, parece
demonstrar que Schoeman antecipa um retorno dos sacrifícios do Antigo Pacto
como um sinal principal de benção divina aos Judeus. Então, por uma estranha deformação sobre a
profecia, Schoeman expõe que a “abominação” falada por Daniel ocorre quando
esses sacrifícios são interrompidos pelo Anticristo. Em outras palavras, por causa da re-instituição
da adoração do Templo, como era praticada no Antigo Testamento, é, de acordo
com Schoeman, um favor divino sobre os Judeus, e quem quer que tentasse
obstruí-lo seria do Anticristo. É
bastante para dizer que isso é a mais elementar Judaização da Igreja Católica –
adoração do Templo sob os auspícios do Catolicismo.
No processo, Schoeman, por sua própria
admissão, eliminou a Igreja como o sustentáculo da profecia, pois é a
restauração nacional de Israel e sua adoração do Templo que são agora o foco
principal do plano divino. Que esses
sacrifícios do Templo necessitam do retorno formal do Judaísmo (ou talvez algum
tipo de hibridismo Católico-Judaico) como o pináculo do favor divino não
parecer incomodar Schoeman. Em verdade,
a tentativa de Schoeman de restaurar os sacrifícios do Pacto Antigo e a
adoração teocrática é uma das peças mais audaciosas de interpretação particular
que já vi.
O erro começou, obviamente, quando Schoeman
decidiu rejeitar o ensinamento da Igreja sobre o Super-Sionismo e substituí-lo
com sua “terceira alternativa”, que é a afirmação que o Novo Pacto será
realizado por uma reintrodução das profecias do Antigo Pacto a respeito do
Israel nacional. Nós hoje sabemos o que
Schoeman antevê como a descrição para a reintrodução do Antigo Pacto – o retorno
dos sacrifícios Judaísticos em um mais novo templo construído em
Jerusalém. Tão encantado está Schoeman
com essa nova interpretação que sugere que qualquer tentativa de demover a
existência do “nascente Estado de Israel” não é nada mais do que uma “tentativa
diabólica de impedir a Segunda Vinda”.
Isso, obviamente, é a conclusão lógica de uma interpretação das
Escrituras baseada no puro Sionismo do começo ao fim.
Infelizmente para Schoeman, a realidade é bastante diferente. Pode seguramente ser dito que, baseado nos ensinamentos do dogma católico, qualquer tentativa dos Judeus reconstruírem o Templo e retornarem à religião Judaística e seu quadro dos sacrifícios do Antigo Pacto para Jerusalém como uma realização divinamente favorecida pela profecia, pode ser entendido em si mesmo como uma “abominação da desolação”. Ironicamente, para Schoeman, a reconstrução do Templo certamente conduzirá o retorno de Cristo, mas, em verdade, o Templo não é nada mais do que um símbolo da perene rejeição dos Judeus a Cristo e ao Cristianismo.
Infelizmente para Schoeman, a realidade é bastante diferente. Pode seguramente ser dito que, baseado nos ensinamentos do dogma católico, qualquer tentativa dos Judeus reconstruírem o Templo e retornarem à religião Judaística e seu quadro dos sacrifícios do Antigo Pacto para Jerusalém como uma realização divinamente favorecida pela profecia, pode ser entendido em si mesmo como uma “abominação da desolação”. Ironicamente, para Schoeman, a reconstrução do Templo certamente conduzirá o retorno de Cristo, mas, em verdade, o Templo não é nada mais do que um símbolo da perene rejeição dos Judeus a Cristo e ao Cristianismo.
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