Sunday, January 29, 2012

Gnosticismo, Cabalismo e Esoterismo

Michael A. Hoffmann

O traço principal compartilhado pelo Gnosticismo e o Cabalismo é uma fonte de presunção e orgulho e uma tradição secreta de um super-homem com um aspecto sexual oculto, aquele de um hermafrodita.

Na Espanha Medieval, em Castela, os mais importantes gnósticos eram rabinos judeus e cabalistas tais como Jacob Kohen, Moses ben Shemtov de Leon e Moses de Burgos. A característica saliente de seu pensamento era o desenvolvimento de uma teoria elaborada de uma emanação demoníaca dos dez Sefirot.

A tradição gnóstica-hermética encontra ressonância nas páginas do texto cabalístico, Sefer ha-Bahir que teve uma influência profunda nos cristãos do Sul da França, resultando em sua suscetibilidade à demonologia cátara/albingense e farisaísmo “perfecti”.

O coração do Judaísmo, como o centro do gnosticismo e hermetismo egípcio é a magia, a manipulação do universo contra a criação de Deus; isto é, contra a natureza.

Gershom Scholem (1897-1982) foi professor de Kabbalah na Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele escreveu que há: “...na Kabbalah prática... uma ótima magia negra – isto é, magia... de vários poderes sombrios e demoníacos... Tal magia negra abraçava um reino amplo da demonologia e várias formas de feitiçaria que eram programadas para atrapalhar a ordem natural das coisas e criar conexões proibidas entre coisas que eram para tidas para ser mantidas separadas... no Tikkunei Zohar a manipulação de tais forças é considerada justificável sob certas circunstâncias...” [1]

Esse elemento diabólico é raramente reconhecido, Judith Weill, uma professora de misticismo Judaico na Inglaterra e uma consultora do Museu Judaico de Londres declara: “A Bíblia bastante claramente proíbe a magia, assim como chegamos a ter um tal complexo sistema? A resposta é que a magia é profundamente enraizada na tradição Judaica – mas nós não a chamamos de magia.” [2]

Uma das mais comuns e populares manifestações da prática cabalística é o estabelecimento de maldições e o uso de talismãs e outros amuletos mágicos – tudo isso pelas práticas dos rabinos que são uma abominação ao Deus de Israel.

No Estado de Israel, vários rabinos especializam-se no comércio de amuletos mágicos e talismãs, tanto confeccionando-os como disseminando-os.

Como o Talmud, a Kabbalah substitui, anula e, finalmente, toma o lugar da Bíblia. O Prof. Fine: “...o leitor deve ficar acostumado a respeitar a linguagem bíblica de um forma cabalisticamente simbólica. Os cabalistas ensinavam que a Torah... é um vasto corpo de símbolos... O simples significado da linguagem bíblica se retira como um pano de fundo para um discurso simbólico que assume o controle. O verdadeiro significado das Escrituras se tornam manifestos somente quando é lido com o próprio código (sefirótico).

Assim, a Torah não deve ser lida em um nível simples ou óbvio de significado; deve ser lido com o conhecimento de um cabalista, que possui as chaves hermenêuticas com as quais abre suas verdades secretas.” [3]

O principal processo para a exegese cabalística da Bíblia é conhecido como gematria, um sistema babilônico de criptografia envolvendo o uso de letras para significar números. O primeiro uso registrado de gematria ocorre em uma inscrição de Sargon II (727-707 A.C.).

Gematria é uma forma de numerologia segundo a qual o alfabeto hebraico é um valor numérico determinado. Há uma grande quantidade de várias permutações e sistemas para chegar na correta correspondência da letra/palavra.

Durante a Renascença, o criptojudaísmo formava a peça central do cinturão oculto de transmissão o qual deu surgimento à Franco-maçonaria e à Ordem Rosa-cruz, os fundadores de uma professada “Kabbalah Cristã” e executavam seus ritos de magia no nome de Jesus Cristo.

O grande apelo da Kabbalah para os nascentes Franco-maçons e Rosa-cruzes era a doutrina Judaica, como expresso pelo Rito Escocês do Franco-maçom Albert Pike, em seu Morals and Dogma, da “perfeição” do universo através da intervenção do poder do cérebro humano.

Por esse conceito, a criação de Deus é imperfeita e o “Judeu” e os assistentes dos Judeus, o Franco-maçom (um “Judeu” incompleto com simbolizado pelo esquadro e compasso maçônico, que é uma hexagrama incompleto, isto é, “Estrela de David”) aperfeiçoará essa criação defeituosa.

Notas:

[1] Gershom Scholem, Kabbalah, [op. cit.], pp. 183-184.

[2] Jewish Chronicle, 7 de maio de 1999.

[3] Lawrence, Fine, “Kabbalistic Texts”, Back to the Sources: Reading the Classic Jewish Texts [op. cit.], p. 337

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