Monday, August 07, 2017

O que são raças?

por Jan Klein e Naoyuki Takahata

A população humana é divida em raças? A resposta depende do entendimento particular desse termo e as pessoas que falam de raças deveriam, portanto, primeiro especificar o que exatamente a palavra quer significar para si.  A divisão original da espécie humana em raças foi baseada em diferenças visíveis e evidentes entre indivíduos.  Viajantes europeus na África notaram que o povo desse continente tendia a ter pele marrom escura ou negra, cabelo negro enrolado, um nariz largo e lábios grossos.  Similarmente, exploradores que retornaram da Ásia  Central e Oriental reportaram que os habitantes dessa parte do mundo tinham pele amarelada, cabelo áspero e um invólucro de pele estendendo-se desde as pálpebras através do canto interior do olho (uma característica chamada o invólucro epicântico).  Essas características contrastavam com aquelas dos Europeus, que tendiam a ter pele clara, cabelo claro, seja liso ou ondulado, olhos azuis, nariz estreito e lábios bastante finos.  Esses três tipos vieram a ser chamados de raças negróides, mongolóides e caucasóides, mas nós haveremos que referir-lhes como Africanos, Asiáticos e Europeus, respectivamente.  Posteriormente, a lista de raças foi estendida para incluir pessoas de outros continentes, subcontinentes e grupos de ilhas, especificamente Índios Americanos, Australianos, Índios e Oceânicos (Melanésios, Micronésios, Polinésios).  Estudo mais apertado, porém, revelou uma considerável variação entre as maiores raças nos caracteres utilizados inicialmente para sua delineação.  Assim, por exemplo, 36 tons de pigmentação de pele foram descritos, abrangendo desde negro da cor do azeviche até quase branco.  Usando essas bem como outras características, raças adicionais – mais de uma centena – foram descritas e antropólogos não foram capazes de concordar sobre o mais apropriado sistema de classificação, nem sobre quão detalhada a subdivisão deveria ser.

Conforme o número de raças crescia, crescia também o ceticismo.  O grande número de raças, a existência de intermediários, e o agrupamento hierárquico de grupos de indivíduos sugeridos por alguns antropólogos que as características sobre as quais a classificação era baseada variavam continuamente e, conseguintemente, qualquer divisão em grupos discretos era arbitrária e sem significância biológica.  Parecia que quais fossem dois grupos delineados por um ou mais características físicas pudesse ser vinculada por uma série de características intermediárias, fornecendo uma transição estável e sem interrupção de um grupo para o outro.  A linha contínua parecia alcançar desde unidades familiares até o fim da população global.  Demais a mais, a classificação baseada em uma característica visível freqüentemente não é compatível com aquela baseada em outras características.  A partir de todas essas observações, alguns antropólogos concluíram que era um exercício de futilidade classificar humanos em raças e que seria melhor abandonar o inteiro conceito de raça humana.  Essa conclusão também apareceu confirmada pelo mau uso e abuso do conceito em alguns países para o propósito de discriminação, opressão e mesmo genocídio.

O propósito de livrar-se do conceito de raça no geral é atualmente somente um extremo em um âmbito de visões.   Não é certamente compartilhada por todos os antropólogos e é de nenhuma forma a opinião da maioria do público de forma geralParece ser uma conclusão atingida mais sobre a base dos credos políticos e filosóficos do que sobre argumentos científicosDe modo correspondente, antropólogos que realmente sustentam essa opinião freqüentemente tentam berrar para seus oponentes em vez de convencê-los através da apresentação de fatos.  Seu método favorecido de argumentação é rotular qualquer um que discorda com eles de racistas.  O público, porém, parece não se impressionar com sua retórica.  Ele recusa acreditar que as diferenças que vêem são uma mera invenção de suas imaginações.  Uma pessoa leiga pode contar com um alto grau de precisão bastando apenas por vislumbrar seus traços de rosto...

Exceto para alguns antropólogos, todos parecem ser capazes de distinguir as pessoas de diferentes partes do mundo em um olhar para sua aparência externa.  Isso, aparentemente, é também a visão de alguns administradores do governo em países com programas desenhados para combater a discriminação racial.

Obviamente, há uma lacuna de credibilidade sobre esse assunto entre alguns antropólogos de um lado e o público, assim como o governo de alguns países sobre outros.

Uma forma de esclarecer os argumentos entre antropólogos e reconciliá-los com o público poderia ser afastar-se dos caracteres físicos e do foco nos genes.  

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