Prof. Alberto Libânio Rodrigues (*)
Cristo já dizia: “Vinde a mim as criancinhas”. Isto nos leva a refletir que Cristo, como um
bom psicólogo, sociólogo e, sobretudo, pedagogo que era, preferia trabalhar com
as crianças e jovens, porque estes eram mais facilmente doutrináveis, pois
estavam ainda no período de formação de seu intelecto, ao passo que os adultos “cabeças
duras” (ou “cabeças-feitas”) representavam um trabalho mais difícil. Ajunte-se a isto que a criança e o jovem de
hoje é o adulto, o líder de amanhã.
Ademais, através do adulto, principalmente do
mais velho, que está mais perto do final dos seus dias que os jovens e as
crianças, a mensagem, a doutrina, pode andar, viver bem menos tempo, ao passo
que, com o mais jovem, que tem uma vida inteira pela frente...
Além disso, o adulto ou o velho locomovem-se
menos e com mais dificuldade: este, por cansaço, aquele por ter de trabalhar,
de cuidar da família etc. O jovem,
não. Ele é mais ágil, mais disposto,
mais sociável. Ainda mais. Seu universo, portanto, é maior (apesar de
estereotipado). Logo, seu poder de
comunicação é bem mais amplo.
A juventude de hoje pretende querer carrear
para si os “méritos” de ser rebelde, contestadora, revolucionária etc. A juventude sempre teve o mesmo espírito, a
mesma afoiteza, em todas as épocas, em todos os lugares, só que a juventude de
ontem não tinha à mão, com tanta facilidade, as drogas, o carro do papai (houve
a época em que nem carro existia, é óbvio), os motéis, a pílula, os meios de
comunicação, e por aí vai.
Naquela época, a família vivia reunida (eu
não disse realizada, necessariamente).
Havia o chefe, o pai todo-poderoso.
A mãe, uma semi-deusa, que servia de elo entre os vis mortais (os
filhos) e o dono do Olimpo.
Verdadeira ou hipocritamente, todos ali, na
família de ontem, reunidos à mesa de jantar ou ao redor da lareira, viviam mais
felizes e seguros de si, amparados e presos nos elos da família, célula-mater
da sociedade, havia mais calor humano (pelo menos perto da lareira); mais
confiabilidade e apoio mútuo; mais responsabilidade; maior entrosamento e,
conseqüentemente, maior poder de comunicação.
A juventude de ontem também foi rebelde e
cheia de modismos com uma diferença: o jovem de ontem, considerado rebelde, é o
que ousava brigar com os pais, matar aula, beber cerveja ou vinho escondido dos
pais, deixar de ir à igreja... O jovem rebelde de hoje, o de “cabeça-feita”, o
moderno, é aquele que, quase sempre drogado, toma as chaves do carro do pai, e
sai por aí em alta velocidade, joga o carro no abismo ou, pior, tromba em outro
veículo e mata, às vezes, uma família inteira.
Alega-se que na família patriarcal vivia-se
frustrado e que, atualmente, vive-se liberado e realizado, sobretudo no sexo,
que é praticado, hoje, “sem sentimento de culpa”.
Será que liberar é ser irresponsável, não se
preocupar com os estudos, com o trabalho, renegar a família?
Será que realizar é viver no mundo
cor-de-rosa das drogas, “viajando” para o além?
Será que o “sentimento de culpa” é sinônimo
de irresponsabilidade?
Será que liberar e realizar é reunir-se com
os filósofos intelectuais dos barezinhos e reformar o mundo, ali, na mesa, diante
das perfumarias e das drogas? (O pior é que estes revolucionários soldados dos
bares acordam, no dia seguinte, com tanta dor de cabeça e mal-estar, que têm de
ingerir alguma coisa, para recuperar o “equilíbrio da situação e tentar
lembrar-se dos planos que foram traçados na véspera, ou voltar lá, no bar, e
começar tudo de novo).
Reformar o mundo é cada um cumprir a sua
parte no trabalho, na família, na comunidade.
É amar o nosso irmão, porém sem subjugá-lo aos nossos vícios e às nossas
tendências. Sem despersonalizá-lo,
enfim. Mas não é amar apenas filosófica
ou liricamente. É participar da vida
dele, conhecer seu íntimo e caminhar com ele.
A
DOUTRINAÇÃO HOJE
Os jovens não sabem que, sob esta falsa
liberdade que lhes é concedida, uma poderosa trama de dependência e
despersonalização está sendo urdida contra eles, em todas as partes do
mundo. E, depois, eu explico o porquê.
Os jovens, em sua maioria, são ‘early-adopters’,
ou seja, aceitam facilmente, sem análise ou autocrítica todo produto, toda
idéia ou todo modismo que a televisão anuncia ou propõe. Isto, porque, como dissemos no início desta
matéria, eles estão em período de formação e buscam, avidamente, novas
informações, sem se importar com sua qualidade.
E tem rapazes que andam por aí como
verdadeiros garotos-propaganda: toca-fitas e headphone; bip; blusão e calça de
couro; camiseta; gorro; óculos escuros; tatuagem; luvas; tênis coloridos;
cigarreira na cintura; bolsa à tiracolo.
Tudo padronizado e, a maioria, da mesma linha ou fábrica que investe
milhões em propaganda, para obrigar o jovem a ocupar cada parte do seu corpo com
uma bugiganga, um fetiche, um modismo.
O jovem está tão dependente e vem sendo tão
desonestamente manipulado que, ao ser inventada a pílula, que prometia
liberá-lo sexualmente, paralelamente vieram as drogas para inibir sua atividade
sexual ou incapacitá-lo.
Veio a liberação sexual, mas veio a
masculinização da mulher e a feminização do homem, com a moda unissex, por
exemplo, que por trás do fato de ser um esquema de merchandising altamente
rentável, pretende que o rapaz e a moça se despersonalizem e percam, cada um,
sua identidade sexual. Daí essa
tendência maior que vem ocorrendo ao homossexualismo.
Um conhecido psicanalista dizia que o homem e
a mulher são, cada um, duas “metades” isoladas e diferentes que se completam
com uma união de corpos e mentes, perene, duradoura, equilibrada. E tem mais: relações heterossexuais: homem e
mulher; mulher com homem, para que uma metade possa completar a outra. Daí vem a realização do par. A frustração sexual é tão marcante em nossa
vida, que alguns teóricos dizem que tanto Hitler como Napoleão, tentaram
conquistar o mundo como compensação de algum trauma de ordem sexual.
Com a despersonalização sexual vem a
insegurança, a frustração e a incapacidade para a auto-realização, sobretudo
profissional. Ademais, o incentivo às
relações homossexuais pode ser um recurso que objetiva também o controle da
natalidade, no futuro, porque, afinal de contas, em relação sexual homem com
homem e mulher com mulher, não consta que se possa gerar filhos.
Como dizíamos, “deram” a liberação sexual
para o jovem, mas cobra-se dele a perda da identidade sexual. Encheram-no de fantasias sexuais, apenas,
porque estas “fazem diminuir a capacidade intelectual, o desempenho verbal,
manual e, enfim, o potencial humano”.
O corpo da mulher passou a ser explorado e
comercializado em alta escala, a fim de que ficasse corriqueiro e deixasse de
ser erótico para o homem e, ele, gradualmente, vá perdendo o interesse pelo
sexo oposto. No caso da comercialização
da mulher, vejamos especificamente o caso da mulata que “há muito deixou de ser
o nome atribuído à graciosa mistura de raças entre certo povo de origem céltica
(os portugueses) e aqueles a que, segundo Camões, “o filho de Climene negou a
cor do dia” (os negros africanos). Hoje,
a mulata é profissão, dá dinheiro e representa parcela considerável da receita
total arrecadada pelo turismo brasileiro.
Preparadas, produzidas e embaladas para serem consumidas por um público
heterogêneo, constituído, principalmente, de turistas estrangeiros, a mulata
passou a ser um mero objeto de consumo tendo sido, inclusive, contrabandeada
para o exterior e apresentada como exótica curiosidade tropical. Em sua vida de operária da noite e do
entretenimento, a mulata luta para sobreviver em um ambiente sempre hostil e de
desleal concorrência”.
O menage-a-trois e o swing são também duas
formas de embaralhar as cartas.
Aquele que tem a missão de eliminar a
privacidade do sexo. Este, provoca a
derrocada dos padrões tradicionais da família.
Até na dança o esquema de “resfriamento”
sexual funciona: das danças melódicas, suaves, de ritmo lento, passou-se às
músicas barulhentas e aceleradas, que dispensam o contato corpo-a-corpo, como
mais uma forma de eliminar o erotismo e a sexualidade do homem/mulher. E, o barulho da música de hoje, tem, ainda a
função de entorpecer os sentidos...
Como dissemos, a moda é outro fator de
masculinização da mulher que, vestida como homem, não é tão atraente como se de
saia, sandália, maquiagem... O negócio é anular todos os fetiches sexuais
femininos.
O passo seguinte, em termos de moda, será
feminizar o homem com trajes essencialmente femininos, auxiliados pela
maquiagem, hábitos femininos etc.
Até o banheiro unissex já existe, com a
finalidade de tornar o sexo coisa corriqueira e sem importância: máquina,
apenas. Sexo é coisa sublime, pura, que encerra,
sobretudo no prelúdio, o máximo poder da comunicação entre dois seres.
SODOMA
E GOMORRA
Diversas civilizações sucumbiram depois de
haverem atingido o caso moral e social, que começou com a destruição da
família, a quebra das tradições: o sexo grupal; o amor livre...
No caso de Sodoma e Gomorra, por exemplo, um
emissário de Deus foi lá e avisou a todo mundo que, como castigo, as cidades
seriam destruídas. Hoje, seria drástico “destruir”
este mundo corrupto e libidinoso que está aí.
O NOVO
MESSIAS
Todo este estratagema que está sendo
perpetrado contra o jovem tem em vista transformar o mundo de hoje numa nova
Sodoma e Gomorra, e permitir que uma determinada raça – uma das mais
inteligentes do mundo – assuma os destinos da Terra, com a apresentação de um
novo Messias, Salvador da humanidade.
Este povo é tão hábil, poderoso e inteligente,
que vem se utilizando do mesmo recurso que os bárbaros usaram para destruir o Império
Romano: estão fazendo deteriorar os usos, costumes e tradições e infiltrando-se
em toda a estrutura administrativa de todos os países do mundo, só que hoje,
com dois novos poderes na mão: o dinheiro e os meios de comunicação.
O povo precisa de líderes e os cria, ou
aceita passivamente os que são criados, tanto que isto reforça a clássica
pergunta: “Será que foi Deus quem fez o homem, ou este que o criou”?
Como toda mercadoria ou idéia, a imagem do
líder desgasta-se com o tempo e é preciso renová-la. Assim é que, na época em que Roma dominava o
mundo, aquele povo de quem lhes falei, achou que era hora de renovar a imagem
de Deus – na Terra – através do Messias, o Cristo. O povo estava meio descrente e a humanidade
estava meio perdida. Afinal, ficar
milênios acreditando num líder que ninguém via, era meio frustrante e
desgastante. Urgia, portanto, colocar na
Terra, junto com os homens, um líder – divino – porém de carne e osso. E assim foi feito: o Messias apareceu,
pacificou os ânimos da humanidade (Roma e Colônias) e renovou a imagem de Deus
na Terra.
A intenção era outra, ainda: através daquele
Messias, os seus mentores pretendiam dominar o mundo, já àquela época. Porém, viram depois, que era meio cedo para
isso, pois Roma estava muito poderosa e desconfiada. Necessário se fazia eliminar aquele Messias
que não mais servia aos propósitos de seus mentores, pois podia comprometê-los
politicamente com Roma.
Para que isto não acontecesse, deixaram de
reconhecê-lo como o verdadeiro Messias, a fim de que ficasse aberto o espaço
para que um dia, quando os ventos fossem mais favoráveis, pudessem apresentar o
novo, verdadeiro e definitivo salvador da humanidade. Não o reconheceram como o verdadeiro Messias,
mas deixaram que o povo fizesse, para que fossem plantadas as raízes do
Cristianismo, alimentadas por eles, até hoje.
Como base de tudo isso, duas profecias intimidadoras:
“Um mil passará e dois não chegará” e “Ele há de vir julgar os vivos e os
mortos”.
Cumprir a primeira profecia, como dissemos, é
meio drástico, pois implicaria em promover a destruição total do mundo, na qual
esta raça de que lhes falo, poderia sucumbir, também.
A segunda, então, é que foi considerada a
ideal, porque irá assegurar-lhes o controle total sobre a humanidade, por mais
mil ou dois mil anos.
Aí é que entra a justificativa do processo de
despersonalização da juventude.
Quase nenhum velho de hoje estará aí no ano
2.000. Até lá os jovens de hoje já se
transformaram em adultos e estarão comandando o mundo. Não serão, porém, líderes perfeitos, pessoas
normais e com personalidade definida, porque as drogas deixaram seqüelas
irreparáveis neles; os usos e costumes tradicionais foram deteriorados. A família será apenas um elemento passado,
citada na literatura clássica ou nas obras de ficção. No conjunto, a humanidade estará uma zorra,
clima ideal para o surgimento do novo Messias, que virá colocar tudo nos
devidos lugares, julgar os vivos e os mortos, separar os bons, e, com estes,
formar uma nova raça, um novo muno. (Não
se alarme, ninguém, se perto do ano 2.000 todas as drogas forem liberadas, a
fim de acabar de liquidar a turma).
Este povo de que lhes falo é tão hábil, que
todas as suas tradições e padrões morais são mantidos à risca. No resto da humanidade é que vem promovendo,
em todos os segmentos, a derrubada das tradições da família; a despersonalização
da humanidade; o caos, enfim. Eles não,
têm de se manter puros e intactos para não se deteriorarem.
O momento é de profunda reflexão e de
atitudes conscientes e racionais, que permitam livrar a juventude desse
esquema. Atitudes que permitam salvar a
humanidade antes da chegada do novo Messias.
Nosso alerta é para os jovens, para os pais,
para os políticos, para os líderes de opinião e, principalmente, para os
religiosos (verdadeiros).
Vamos, todos, parar de fazer o jogo que nos
está sendo imposto. O primeiro passo é
eliminar, o máximo possível de nossa vida, a televisão e os demais órgãos de
comunicação de massa, ou pelo menos, tentar selecionar melhor as informações
que recebemos. O segundo passo, daí mais
fácil, é parar de consumir exageradamente, a fim de enfraquecer as
multinacionais (e, até mesmo, superar a crise).
O alerta está aí. Cabe a cada um de nós refletir se devemos
continuar a ser teleguiados (e comprometer toda a nossa geração histórica) ou
tentar salvar, se não o mundo, o país, o Estado ou nossa cidade, pelo menos nossa
família e nossos amigos. (É óbvio que,
se cada um, individualmente, tentar salvar os seus, no conjunto toda a
humanidade – menos um povo – estará salva).
O curioso em tudo isso, sem querermos ser
drásticos, é que todo aquele religioso, ateu ou falso puritano, que tentar
contestar “in totum” nossa tese, está intimamente concordando em continuar a
fazer o jogo dos homens.
Não consigo, por ora, imaginar o biótipo do
novo Messias. Seu nome, porém, deverá
ser Sion, e a nova religião, derivada do Sionismo.
(*) Publicado em 06/08/1983 no Jornal “Hoje – Jornal da Cidade” de Sete Lagoas, Minas Gerais.
(*) Publicado em 06/08/1983 no Jornal “Hoje – Jornal da Cidade” de Sete Lagoas, Minas Gerais.
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