por Anthony Migchels
Nesses tempos de revoltas e transição é mais importante
desde sempre ter uma clara compreensão do que nós estamos falando a
respeito. A oposição é muito hábil em
lidar com a linguagem e criar buracos nos conceitos lingüísticos, nublando
nossa visão da realidade.
Um bom exemplo é “inflação”.
Muita gente hoje em dia parece pensar que a inflação significa ‘preços
crescentes’. Porém, inflação significa um crescente suprimento de dinheiro.
Por causa dessa má compreensão você lê com freqüência coisas
como ‘a inflação é perigosa por causa dos crescentes preços do petróleo’. Um totalmente ridículo enunciado sem qualquer
relevância econômica, mas compreensível quando se percebe como nossa linguagem
está sendo intencionalmente corrompida.
É útil perceber que tais ‘evoluções’ de significado não são
nenhum acidente. Galbraith registrou que
‘o estudo do dinheiro, acima de todos os outros campos na economia, é um no
qual a complexidade é usada para disfarçar a verdade ou dela se evadir, não
para revelá-la.’ E para se evadir da
verdade a respeito do dinheiro e economia, uma série de mentiras são propositadamente
introduzidas no discurso público.
O capitalismo como um conceito é um outro caso
apropriado. Eu não penso que há uma
definição geralmente aceita sobre capitalismo que nós podemos usar como
referência, o que é estranho em si mesmo, na medida em que é universalmente
usado como um nome para nosso ‘sistema’ econômico.
A maioria das pessoas acredita que o capitalismo está
associado com ‘livres mercados’. E a
maioria das pessoas concorda que a maioria do Mundo Ocidental vive em uma
sociedade capitalista, embora muitos dirão que essas economias foram bastante
‘socializadas’ para serem consideradas realmente capitalistas.
Eu concordo que nós queremos chamar o corrente sistema de Capitalismo. Apesar de tudo, é o nosso atual sistema que
falamos a respeito e queremos reformar.
Porém, a noção de que capitalismo é associado com ‘livres mercados’ assalta-me
como de forma realmente estranha. Porque
nós podemos facilmente nos certificar que nesse mundo não
há livres mercados. Todas maiores
indústrias no mundo, seja farmacêutica, de energia, comida, telecomunicações,
aviação, armas, indústria automotiva é dirigida por um pequeno número de
gigantes transnacionais. Essas
transnacionais somente competem nominalmente.
Elas dividem o mercado entre elas, controlam os cães de guarda cujo
objetivo é supervisioná-las, fixam as regras do jogo, cooperam em manter o
mercado entre eles e manter os preços altos.
Eles operam como cartéis.
A situação é agravada pelo fato que todos esses cartéis são
realmente mandatários do poder do dinheiro que os controla.
Assim, a situação real é que nossos assim-chamados “livres
mercados” são basicamente um gigante depósito de confiança do Poder Monetário.
A idéia que vivemos em uma economia de ‘livre mercado’ é
simplesmente uma outra operação de controle de pensamento Orwelliano,
comparável a slogans como ‘liberdade é escravidão’ e ‘guerra é paz’.
O Grande Irmão gosta desses slogans e tem muitos deles. E por que não deveria ser mais um? Eles são muito efetivos.
Definindo capitalismo
Assim, não há qualquer definição geralmente aceita de
capitalismo e a idéia de que o capitalismo é de algum modo relacionado aos
livres mercados não resiste a um exame crítico.
Assim, deixe-me propor minha definição:
“Capitalismo é um
sistema econômico onde capital domina o trabalho através do controle do
suprimento de dinheiro”.
O dinheiro sendo um meio de troca por concordância. Capital e trabalho sendo os fatores de
produção.
Certamente essa não é uma definição que todos aceitarão
imediatamente, assim, vamos elaborará-la um pouco mais.
Para começar, nós devemos considerar que (como um
capitalista uma vez apontou) “capital, se
é para cooperar sem limites, deve ser livre para estabelecer um monopólio de
indústria e comércio.”
Marx também analisou que o capitalismo tende ao monopólio.
Assim, a dominação do trabalho pelo capital se expressará em
si mesmo através de monopólios e a tendência natural do capital é rumo ao
monopólio. Nós já estabelecemos que as
maiores indústrias parecem comportar-se como cartéis. A razão que essas transnacionais não terem se
organizado em monopólios absolutos é a Standard Oil: americanos estão de saco
cheio de monopólios, assim os capitalistas tinham que contentar-se com cartéis,
que é apenas levemente menos eficiente quando você controla o mercado.
Muitos outros apontaram que o capitalismo e o comunismo
compartilham essa tendência monopolística.
O comunismo, apesar de tudo, é também um monopólio. Nas mãos do Estado (nós esqueceremos a
respeito do pobre proletariado...). A
questão então é, quem domina o Estado e que, sem dúvida, aquele capital
financiou as revoluções comunistas e controlou os estados comunistas. Pense somente a respeito de Averell Harriman
dirigindo o esforço de guerra de Stalin para entender totalmente.
O comunismo é, portanto, não a antítese do capitalismo, mas
meramente um subsistema. Realmente, é
uma expressão mais direta de capitalismo do que nosso atual sistema.
Por essa análise nós estabelecemos que o capital está
realmente no controle do processo de produção.
Meios de controle
Em nosso sistema, e por toda história moderna, o capital tem
estado controlando o trabalho através do controle do suprimento monetário.
O suprimento monetário é utilizado para controlar primeiro
mantendo o dinheiro escasso, e segundo tornando o dinheiro tão caro quanto
possível.
Mantendo os meios de troca escassos, há sempre desemprego,
forçando o trabalho a aceitar condições prejudiciais.
Mas como podemos dizer que o dinheiro está escasso? Não está o mundo inundado em dinheiro? Sim, mas todo dólar é uma dívida para o
banco. E essas dívidas devem ser
indenizadas. Isso em si mesmo não é um
problema, o problema é, que nós necessitamos pagar os juros sobre essas
dívidas. E não há simplesmente dinheiro
suficiente para pagá-la integralmente mais os juros.
O desemprego tem sido demonstrado como uma praga invencível
nas sociedades ocidentais por séculos.
Pela simples razão que mantendo dinheiro escasso, as economias nunca
podem funcionar em sua capacidade de produção plena. Durante o Padrão Ouro, as economias foram
cronicamente rebaixadas e a impressão proliferada de dívida de dinheiro nada
aliviou a situação.
Não somente fica o dinheiro escasso através de juro, é muito
dolorosamente caro. Os 80% mais
pobres da populaça ocidental pagam trilhões por ano aos 10% mais ricos (os
próximos 10% mais ricos pagam tantos juros quanto recebem).
A razão para isso é que produtores transmitem os ‘custos de
capital’ que eles incorrem aos consumidores.
As pessoas não percebem que mais de 45% dos preços que eles pagam são
por custos de capital. Assim, mesmo
quando você não deve quaisquer dívidas, você ainda perderá mais de 45% de sua
renda para os juros.
Deste modo, controlando o suprimento monetário, o capital
está assegurado a ser o gargalo na produção, conduzindo a sua supremacia.
Quando você conhece o
problema, a solução é habitualmente fácil
Nossos mestres são muito peritos em nos colocar um contra o
outro controlando o fluxo de ideais e linguagem. Eles nos deixa brincar com conceitos que nós
não entendemos e que eles definem e inventam.
“Capitalismo”, “comunismo”, “inflação”, “livres mercados”, e todos esses
conceitos têm sido demonstrados como mal entendidos.
Esses mal entendimentos conduzem a uma má análise e mesmo
piores soluções.
Hoje em dia, nós dizemos “livres mercados” falharam. Como se há algum. Por causa do problema que nós estamos
discutindo, as pessoas estão hoje realmente acreditando que nós necessitamos
mais “supervisão” desses “livres mercados”.
Apesar disso, nosso atual sistema tem demonstrado sem dúvida que
reguladores estão usual e simplesmente fazendo a oferta das indústrias que eles
supostamente verificam.
Nós podemos também ser levados a crer que, na medida em que
esses “livres mercados” operam globalmente, necessitamos de soluções globais,
que, obviamente, é a cobiçada governança mundial capitalista.
Agora que nós podemos ver que a natureza definidora do
capitalismo é simplesmente o capital sendo o gargalo na produção, sabemos que a
solução deve ser tornar o trabalho o gargalo.
O trabalho deveria ser o fator escasso da produção; uma economia de
livre mercado, com suficiente dinheiro circulando para permitir o trabalho se
tornar o fator escasso de produção; uma economia com um suprimento livre de
juros e que a disponibilidade de crédito livre de juros facilitasse isso.
Eu não acredito que grandes monopólios sobreviverão por
muito tempo se muitas pessoas e organizações ganham acesso a todos os mercados,
que é agora inibido devido a uma falta de finanças. Se você tiver já trabalho para uma grande
companhia ou qualquer outra burocracia, você rapidamente perceberá que essas
organizações são tão ineficientes que nunca podem sobreviver com a competição
de pequenas e ágeis empresas.
A única razão que elas são bem sucedidas hoje é que elas
estão sendo financiadas por uma Aristocracia do Dinheiro e as pessoas normais
não sabem.
Capitalismo é escravidão.
Porque o trabalho é para muitos e o capital é controlado por
poucos. O capitalismo em sua forma
favorecida, comunismo, tem nos demonstrado tudo que precisamos para saber a
respeito de permitir-lhes estabelecer seu governo mundial.
Nesse ponto crítica na história, nós, como um povo,
finalmente necessitamos controlar a emissão de moeda. O clamor para o outro como moeda é
incompreensível, considerando a experiência negativa com as reservas
fracionárias. Mas há uma outra escola de
pensamento que devemos considerar antes de tomarmos uma decisão melhor
informada.
Vamos
estudar Thomas Greco, Charles Eisenstein, Dick Eastman, Hank Monrobey, Ellen
Brown, Margrit Kennedy, Mike Montagne e Bernard Lietaer.
Economia pode ser uma ciência sagrada mais uma vez.
No comments:
Post a Comment
Seja responsável em seus comentários. Caso se verifiquem comentários descontextualizados e criminosos, estes poderão ser apagados.
Ofensas ao catolicismo serão sumariamente apagadas.