Tuesday, August 12, 2014

E se as crianças mortas em Gaza fossem Judias?


por Robert Bonomo

Vamos fazer uma experiência e imaginar que os Árabes tivessem levado a melhor sobre os israelenses na Guerra Árabe-Israelense em 1948, e depois de anos de conflito, todos que fossem deixados de Israel fossem para a Faixa de Gaza.

Assuma por um momento que em lugar dos Palestinos, mais de 1,8 milhões de Judeus fossem comprimidos nas 11 milhas da Faixa de Gaza e o Estado da Palestina, subsidiado e apoiado por uma super-potência, seja administrando as calorias para os Judeus em Gaza, mantendo-os num limite de 2.300 por dia.

Imagine que em lugar das crianças palestinas, estivessem as crianças Judias vivendo sob um embargo palestino que lhes negasse brinquedos, livros, música e até pouco tempo atrás, pasta de dente.  Como você pensa que o mundo reagiria?  Imagine se fossem os comandos Palestinos que assaltassem um navio de carga pacífico tentando romper o embargo para trazer suprimentos aos Judeus em Gaza, matando nove, incluindo um Americano.  Você pensa que os 85 Senadores Americanos teriam assinado uma carta apoiando o embargo em Gaza e ataque mortal no navio de carga, se aquele navio fosse para uma missão humanitária para ajudar Judeus em Gaza?
O correspondente da NBC, Ayman Mohyeldin, reportou em primeira mão a morte de quatro garotos jogando futebol na praia em Gaza.  "O ataque – e seu resultado desolador – foi testemunhado pela NBC News.  Momentos mais cedo, os garotos estavam jogando futebol com jornalistas na praia.  As quatro vítimas chamavam-se Ahed Atef Bakr e Zakaria Ahed Bakr, ambos de 10 anos de idade, Mohamed Ramez Bakr, de 11 e Ismael Mohamed Bakr, de 9."  Ayman Mohyeldin, que é meio egípcio e americano, foi posteriormente ordenado pela NBC a deixar Gaza.

Glenn Greenwald reportou que: "numerosos empregados da NBC, incluindo algumas grandes estrelas da rede de TV, ficaram... indignados" e que Mohyeldin foi removido de Gaza supostamente por causa da pressão de neo-cons que alegavam que Mohyeldin foi gentil com o Hamas.

É quase impossível imaginar que Mohyeldin tivesse sido substituído se ele estivesse reportando a morte de quatro jovens Judeus nas mãos de uma canhoneira Palestina.  O que nós vemos repetidamente em Gaza é como a mídia avalia de forma diferente as vidas palestinas das judaicas.

Um dia depois do ataque, Samantha Power, embaixadora americana nas Nações Unidas, começou seus comentários dessa forma:

"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com os ataques de foguetes do Hamas e a perigosa escalada das hostilidades na região.  Em particular, estamos preocupados com o impacto devastador dessa crise tanto para civis israelenses quanto palestinos."

É inimaginável que se um foguete do Hamas tivesse estourado em um parque e matasse quatro crianças israelenses que a Srª Power teria começado suas observações dessa forma:

"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com os ataques de foguetes do Hamas e a perigosa escalada das hostilidades na região..."

Por que é inconcebível?  Porque a Srª Power e o governo que ela representa apóiam o apartheid israelense e simplesmente não avaliam as vidas das crianças palestinas da mesma maneira que avaliam as vidas das crianças israelenses.

Como reportado pelo MSN, a repórter da CNN Diana Magnay foi removida de Gaza porque:

"Magnay estava reportando ao vivo ao mesmo tempo em que um grupo observava o bombardeio israelense de Gaza ao seu lado.  Depois que a reportagem acabou, ela escreveu em seu Twitter: 'Israelenses na colina acima de Sderot regozijam-se com as bombas em #gaza; ameaçam 'destruir nosso caro se eu disser uma palavra errada.' Escória.'  A CNN disse em um esclarecimento de Sexta-Feira que Magnay estava se referindo especificamente àqueles que a ameaçavam.  A CNN disse que a rede e Magnay desculpavam-se se alguém foi ofendido.  A rede de TV disse que Magnay transferida para Moscou."

Se o povo na colina acima dela fosse composto por Árabes saudando a artilharia palestina causando danos aos Judeus, teria a Srª Magnay sido transferida para Moscou por chamar aqueles que a ameaçavam de ‘escória’? Eu penso que não.

ANTI-SEMITISMO?

Obviamente, na Europa, a cobertura é de certa forma mais equilibrada, mas Roger Cohen do NY Times vamos ver saber o que se oculta nisso.  Ele começa citando o poeta James Lasdun, "Há algo assustadoramente adaptável como o anti-semitismo: a forma como ele se oculta, insuspeito, nas mentes mais progressistas."

Então Cohen prossegue: "...a guerra também sugeriu como o virulento sentimento anti-Israel agora evidente entre a esquerda bien-pensant européia criou um clima que torna o ódio violento a Judeus novamente permissível."

O que o Sr. Cohen está dizendo é que se alguém aplica a plena medida de revolta moral rumo ao massacre israelense de crianças, como os Europeus estão fazendo e os Americanos se recusam a fazer, então você está brincando com anti-semitismo da variedade nacional-socialista.

Um bom exemplo da lógica em operação de Cohen era quando Jimmy Carter usava a palavra 'apartheid' para descrever a situação em Gaza e era rotulado como "perigoso e anti-semita" por simplesmente declarar o óbvio.

Enquanto havia alguma limitada crítica dos Estados Unidos a respeito da invasão israelense, ninguém deveria duvidar quem era os responsáveis no relacionamento EUA/Israel.  Durante o último conflito em Gaza, em 2009, Condolezza Rice estava indo votar por uma resolução da ONU exigindo um cessar fogo mas o Primeiro-Ministro Israelense Ehud Olmert não teria nada a ver com isso.  Ele explicou o que se sucedia num discurso:

"Quando nós vimos que o secretário de estado, por razões que nós realmente desconhecemos, queria votar a favor da resolução da ONU ... Eu olhei para o Presidente Bush e eles me contaram que ele estava em Filadélfia fazendo um discurso.  Eu disse, ‘Eu não me importo.  Eu tenho que falar com ele agora'.  Eles pegaram-no fora do palanque, trouxeram-no para uma outra sala e eu falei com ele.  Eu lhe disse, 'Você não pode votar em favor dessa resolução.'

Ele disse, 'Escute, eu desconheço isso, eu não vi isso, isso não me é familiar.' Ele deu uma ordem ao secretário de estado e ela não votou a favor dela – uma resolução que ela inventou, redigiu, organizou e manobrou.  Ela ficou muito envergonhada e se absteve em uma resolução que ela organizou."

Quem decide quando uma criança merece livros, brinquedos e pasta de dente ou é melhor ser servida por uma barragem de artilharia?  Sr. Netanyahu e seus cúmplices do governo e mídia americanas, não têm qualquer dúvida a respeito de quem merece.

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