Jeff Klein
Em uma encosta no assentamento de Kiryat
Arba, com uma vista panorâmica da grande cidade palestina da Cisjordânia de al-Khalil
— conhecida aos Judeus israelenses e muitos estrangeiros pelo seu nome bíblico
de “Hebron” – é o mausoléu de Dr. Baruch Goldstein.
No feriado Judaico do Purim de 25 de Fevereiro de 1994 ,
Goldstein, então um oficial da reserva do exército israelense, entrou na
Mesquita de Ibrahim (o local tradicional onde foi enterrado o Patriarca Abraão)
com uniforme e com sua metralhadora fabricada para o exército, abrindo fogo
sobre os fiéis muçulmanos. Vinte e nove
pessoas morreram e 125 ficaram feridas antes que os sobreviventes conseguissem
desarmar Goldstein e matá-lo no lugar.
Para muitos judeus israelenses extremistas de
direita e, especialmente o movimento dos colonizadores, Goldstein foi um mártir
para a causa do sionismo religioso. Seu
túmulo em uma praça cerimonial com vista panorâmica para a cidade palestina se
tornou um lugar de peregrinação e celebração – para o grande embaraço do
governo israelense e muitos de seus apoiadores nos EUA.
Ordenaram que a praça cerimonial ao redor do
túmulo fosse desmantelada, mas o parque e a passagem monumental levando ao seu
túmulo permanecem no lugar. O parque é
dedicado a Meir Kahane, o rabino nascido nos EUA que foi um fundador da
violenta Liga de Defesa Judaica e, posteriormente, o líder do partido fascista Kach
— que era tão abertamente racista que foi finalmente banido de Israel. Kahane foi assassinado em Nova Iorque em 1990, mas
hoje pode-se ainda encontrar etiquetas e pichações por Israel com o “Kahane
Lives” (“Kahane Vive”) ou, em inglês, “Kahane Was Right!” (“Kahane Estava
Certo!”)
Lê-se na inscrição em Hebraico no mausoléu de
Goldstein em parte:
“O
respeitável Dr. Baruch Kapel Goldstein… Filho de Israel. Ele deu sua alma para a causa do povo de Israel,
a Torah e a Terra. Suas mãos são limpas
e seu coração bom… Ele foi assassinado pela Santidade de Deus”
As pedras no túmulo são costumeiramente
deixadas pelos visitantes para expressar sua lamentação.
Durante a observância anual do feriado do Purim,
colonos reúnem-se no túmulo de Goldstein para celebrar seu feito e cantar
canções em louvor do homem que eles consideram como um nobre mártir. Uma das canções inclui o verso: “Dr. Goldstein, não há ninguém como você no
mundo. Dr. Goldstein, nós todos o amamos…
ele mirou nas cabeças dos terroristas, foi duro no gatilho e disparou balas, e
disparou, e disparou.”
A seguir, os colonos marcham para rezar na
Mesquita/Sinagoga de Abraão, acompanhados por um massiva demonstração de força
pelas tropas do exército de Israel.
O massacre de Hebron de 1994 lançou uma feroz
explosão de violência em Israel e os territórios ocupados, que incluíram as
primeiras explosões suicidas realizadas pelo Hamas no interior das fronteiras
de 1948.
Mas, nesse caso, o terrorismo (Judeu)
funcionou. O antigo local de enterro dos
Patriarcas, que foi convertido numa mesquita por milhares de anos, foi
facilmente dividido hoje em uma parte muçulmana e outra judaica, tornado
acessível a fiéis Judeus e turistas estrangeiros.
Ironicamente, é impossível para alguém
visitar ambas as partes do santuário em uma única ocasião, na medida em que o
povo que se aproximar diante da pesada segurança do santuário deve declarar sua
afiliação religiosa e ser permitido entrar em uma ou outra parte a depender de
sua resposta. Muçulmanos não são
permitidos entrar na parte Judaica e Judeus não são permitidos entrar na parte Muçulmana.
Turistas não-Judeus podem escolher uma
ou outra, não ambas. (Eu disso em razão
de visita anterior com meu filho no lado da Mesquita).
No dia que eu ali estive, um grande grupo de
turistas suecos, homens divertindo-se com incongruência com pequenos quipás brancos
Judaicos (“yarmilkas”) dados na entrada.
A lei religiosa Judaica não requer que não-Judeus tenham suas cabeças
cobertas.
No comments:
Post a Comment
Seja responsável em seus comentários. Caso se verifiquem comentários descontextualizados e criminosos, estes poderão ser apagados.
Ofensas ao catolicismo serão sumariamente apagadas.