por David Livingstone
(resumido por henrymakow.com)
Os israelenses criaram o Hamas. Mas antes de nós explorarmos o porquê, vamos
esclarecer que Israel não quer paz. Eles
querem tudo da Palestina, e suas práticas colonialistas beligerantes confirmam
isso.
Mas os israelenses estão se colocando como se
fossem desejosos a falar de "paz", somente para realmente procrastinar
o processo de paz, de forma a avançar a sucessiva colonização da Palestina.
Assim, qualquer coisa que possa ser oferecida
como desculpa, assim será. A tática mais
conveniente, apresentada com a assistência servil da mídia, é aquela do "terrorismo".
As massas são crédulas, e falham em suspeitar
dos extremos maquiavélicos que certos líderes se utilizarão. Isso inclui criar um falso inimigo, nesse
caso, o Hamas, de acordo com o qual a liderança de direita dos israelenses pode
apontar o dedo a algum "inimigo" culpando-o por supostamente
procrastinar o processo.
BACKGROUND
HISTÓRICO
O patrocínio do Ocidente ao terrorismo
islâmico não é nada novo. Depois do
colapso do Império Otomano em 1924, os ingleses e americanos preencheram o
vácuo fornecendo suas próprias versões de líderes “islâmicos”. Isso começou com a criação da Irmandade
Muçulmana através de uma concessão da Inglaterra.
Sob o patrocínio britânico, a Irmandade hoje
representa uma força poderosa no mundo islâmico, e está por trás de quase todo
ato de terror em nome do Islã.
Mais corretamente, a Irmandade foi um recurso
compartilhado por numerosas agências ocidentais de inteligência, começando com
os nazistas, seguindo-se pela CIA, mas também os russos, franceses, alemães e
israelenses.
Desde as administrações Truman e Eisenhower, a
Irmandade Muçulmana foi usada para reunir crédulos muçulmanos sob a bandeira do
Islã. Na era pós-guerra, os Americanos e
outros foram capazes de manobrar a Irmandade como um cão raivoso em uma rédea
para manter a "ameaça comunista-ateísta" na baía.
Com o colapso da Guerra Fria, porém, a
Irmandade foi usada como o bicho-papão que os Americanos podem caçar no Oriente
Médio e Ásia Central, a começar com o Iraque e Afeganistão.
ISRAEL E
HAMAS
O relacionamento de longo prazo de Israel com
a Irmandade Muçulmana foi instrumental na fundação de uma ramificação desta
organização, o Hamas.
De acordo com Robert Dreyfuss, autor de
"Devil's Game: How the United States Helped Unleash Fundamentalist
Islam":
"E
no início de 1967 até o final da década de 80, Israel ajudou a Irmandade
Muçulmana a estabelecer-se nos territórios ocupados. Socorreu Ahmed Yassin, o líder da Irmandade,
na criação do Hamas, apostando que seu caráter islâmico enfraqueceria a OLP
(‘Organização para Libertação da Palestina’)."
De acordo com Charles Freeman, ex-embaixador
dos EUA na Arábia Saudita, "Israel projetou
o Hamas. Foi um projeto do Shin Bet [agência
doméstica de inteligência Israelense], que tinha um sentimento que eles
pudessem usá-lo para confinar a OLP."
Um aspecto daquela estratégia foi a criação
das Ligas dos Povoados, sobre as quais Yassin e a Irmandade exercitaram muita
influência. Israel treinou cerca de 200
membros das Ligas e comprou muitos delatores.
O Repórter do New York Times David Shipler
cita o chefe das forças armadas israelenses de Gaza por gabar-se que Israel financiou
expressivamente os fundamentalistas contra a OLP:
"Falando
politicamente, os fundamentalistas islâmicos às vezes eram considerados como
úteis para Israel, porque tinham conflitos com os apoiadores seculares da
OLP. A violência entre os dois grupos irrompeu
algumas vezes nos campus da universidade da Cisjordânia. O chefe militar israelense da Faixa da Gaza,
Brigadeiro-Geral Yitzhak Segev, contou-me certa vez como financiou o movimento
islâmico como um contrapeso para a OLP e os comunistas. 'o governo israelense deu-me um orçamento e a
chefia militar dá para as mesquitas,' disse ele."
Como Dreyfuss registra, "durante os anos 80, a Irmandade Muçulmana em
Gaza e na Cisjordânia não deram apoio à ocupação israelense. A maior parte de sua energia veio a lutar
contra a OLP, especialmente suas facções mais esquerdistas, em campus
universitários."
Depois do levante Palestino de 1987, a OLP acusou
o Hamas e Yassin de agir "com o apoio direto de regimes árabes
reacionários... em conluio com a ocupação israelense."
Yasser Arafat queixou-se a um jornal italiano:
"O Hamas é uma criação de Israel, que
no tempo do Primeiro Ministro Shamir, deu-lhes dinheiro e mais de 700 instituições,
entre elas escolas, universidades e mesquitas."
Arafat também sustentou que o
primeiro-ministro israelense Rabin admitiu a ele na presença de Hosni Mubarak que
Israel apoiou o Hamas.
Grosso modo, como o analista Ray Hannania apontou,
em "Sharon's Terror Child": "minar
o processo de paz sempre foi o alvo real do Hamas e representava as ambições
políticas do Likud. Toda vez que os
negociadores israelenses e palestinos apareceram prontos a dar um maior passo
rumo à paz, um ato de terrorismo do Hamas escapava ao processo de paz
impulsionava a separação dos dois lados."
Em "Hamas and the Transformation of
Political Islam in Palestine", pela Current History, Sara Roy escreveu:
"Alguns
analistas sustentam que enquanto os líderes do Hamas leaders estão sendo
mirados, Israel está simultaneamente perseguindo sua velha estratégia de
promover o Hamas sobre as facções nacionalistas seculares como um caminho de
garantir a morte da [Autoridade Palestina], e como um esforço para extinguir o
nacionalismo palestino de uma vez por todas."
CONCLUSÃO
A Irmandade Muçulmana e suas muito
manifestações como Hamas, Al Qaeda e Bin Laden, servem como uma sempre presente
e fabricada ameaça "terrorista", usada constantemente como um
pretexto para justificar medidas repressivas internamente e objetivos
imperialistas no exterior.
Porque, apesar de todo retórica a respeito da
ameaça do “Islã político”, sem conhecimento ao público geral, a manipulação da
Irmandade Muçulmana por todo o mundo ainda é o sustentáculo da política externa
Americana.
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