Saturday, June 25, 2005

O que há por trás do controle da natalidade?

O interesse em torno do controle de natalidade é manter o eixo de dominação entre países ricos (EEUU, Europa e Japão) e países pobres.

O temor pela mudança deste eixo de dominação é um dos motivos que se ocultam por trás do controle da natalidade ou planejamento familiar. Por isso, movem essa guerra silenciosa especialmente direcionada aos países em desenvolvimento, com vistas a frear seu crescimento demográfico e seu desenvolvimento econômico. Para isso inventaram até um termo chamado "desenvolvimento sustentável" que compreende políticas que terão como contrapartida toda e qualquer técnica contraceptiva para frear o crescimento populacional.

Alardearam exaustiva propaganda de que havia gente demais para o planeta e que esta população estava sendo a responsável pelo desequilíbrio ecológico, quando se sabe que as maiores agressões ambientais não provêm dos países em desenvolvimento, mas das indústrias dos países desenvolvidos e a propulsão consumista dos seus povos. Chegou-se a falar de "superpopulação".

Superpopulação é um termo relativo.

Em primeiro lugar, a área ocupada pelos seres humanos alcança 1% da superfície da Terra.

É verdade que o mundo experimentou um aumento populacional que começou no século dezoito. A população aumentou seis vezes nos 200 anos seguintes. Mas isso é um aumento, não uma explosão, porque tem sido acompanhado, e em grande parte feito possível, por uma explosão de produtividade, uma explosão de recursos, uma explosão de comida, uma explosão de informação, uma explosão de comunicações, uma explosão científica, e uma explosão médica. O resultado é que o aumento de seis vezes na população mundial é definhado pelo de oito vezes na produtividade mundial durante o mesmo período de 200 anos.

A corrente histérica da superpopulação começou nos anos sessenta, quando o cientista de Stanford, chamado Paul Ehrlich, escreveu um livro chamado "The Population Bomb" (A bomba populacional). Quase que como tubarões, assustando milhões de pessoas nadando no oceano, esse livro teve sucesso em amedrontar pessoas com suas profecias de fome, morte e destruição.

O relato da divisão de população da ONU de 2001, World Population Monitoring 2001, estudou o relacionamento entre o crescimento e o desenvolvimento. Ao contrário das predições apocalípticas malthusianas, esse relatório da ONU declarou: "De 1900 a 2000, a população mundial subiu de 1.6 bilhões a 6.1 bilhões de pessoas. Porém, enquanto a população do mundo aumentou próximo de 4 vezes, o produto doméstico bruto mundial (GDP) [produtividade real de bens e serviços] aumentou de 20 à 40 vezes, permitindo o mundo não apenas sustentar um aumento quadruplicado de população mas também fazer isso tão amplamente os padrões mais altos de vida."

Uma proponente liderança desta visão do nexo de população/desenvolvimento foi o demográfo econômico Professor Colin Clark, a quem é creditado o desenvolvimento do conceito de Produto Nacional Bruto (GNP). Enfatizando a função positiva do crescimento populacional no processo de desenvolvimento, Clark costumava detalhar comparações estatísticas entre nações em desenvolvimento para demonstrar uma relação positiva entre taxa de crescimento populacional e taxa de crescimento de produto per capita. Quando ele morreu em setembro de 1989, o London Times pagou um tributo ao trabalho de Clark dizendo: "Foi o fruto de uma mente independente dedicada à perfeição e apresentação de fatos mensuráveis... Ele nunca aceitou a visão pessimista de crescimento populacional, e em um simpósio internacional em 1963, com um número de autoridades eminentes presentes, a contribuição de Clark para o assunto primeiro atraiu mais fogo; mais depois, as críticas foram aceitando sua estimativa como a base para uma discussão racional.

Jornalistas ocidentais culparam a "superpopulação" pela fome etíope, o que simplesmente não foi verdade. O Governo Etíope causou-a pelo confisco de estoques de comida de mercadores e fazendeiros e exportando-os para comprar armas. Esse regime de esquerda do país, não sua população, causou a tragédia.

É freqüente invocado que a pobreza na China é resultado da "superpopulação". Mas Taiwan, com uma densidade populacional cinco vezes maior que a China continental, produz muitas vezes mais per capita. A República da Coréia, com uma densidade populacional 3,6 vezes maior que a China, tem uma produtividade per capita quase que 16 vezes maior.

Os países com altas taxas demográficas são países com força de trabalho nova, são países que podem renovar-se tecnicamente com novas idéias, enquanto os países com baixas taxas demográficas tendem a ser envelhecidos, com menor número de pessoas dispostas a trabalhar, gastando muito com previdência social e depositando esse custo nos ombros do seu setor produtivo.

Os impérios geralmente caíram com o decréscimo brutal de suas populações. O Império Romano do Ocidente caiu em 650, quando sua população em pouco mais de cem anos caiu violentamente em 6 milhões de pessoas. Em 1453, caía o Império do Oriente, quando a peste negra havia causado quase 20 milhões de mortes em cerca de 100 anos.

A densidade populacional realmente mede o "abarrotamento" e trabalha mais ou menos assim: Holanda, por exemplo, consiste em 37.466 quilômetros de terra. A população é de 14,9 milhões. Portanto, a Holanda tem 397 pessoas por quilômetro quadrado em seu território e 397 é sua densidade demográfica. A Inglaterra consiste em 245.778 quilômetros quadrados com uma população de 57.4 milhões, dando a esse país uma densidade de 233 pessoas por quilômetro quadrado. Na Alemanha, há 221 pessoas por quilômetro quadrado.

Na China, a nação mais populosa do planeta, tem uma massa territorial total de 9.6 milhões de quilômetros quadrados com uma densidade populacional de apenas 116. Indonésia e Tailândia - dois países que têm estado sujeitos a particularmente cruéis campanhas de redução populacional - têm densidades de apenas 99 e 108 respectivamente. A proporção de pessoas por quilômetro no México é muito pequena: 45. Na Etiópia é 42, significando que a Grã Bretanha é mais do que dezesseis vezes mais populosa que uma Etiópia. Em outro lugar, os números são mesmo mais impressionantes. No Senegal, por exemplo, há 37 pessoas por cada quilômetro quadrado de terra. No Brasil, há menos do que 18. A densidade populacional da Somália é meramente 13. E em alguns lugares - Namibia e Mauritânia, por exemplo - há menos que duas pessoas por quilômetro quadrado de território. Isso significa que o problema não é com população e recursos, mas com desenvolvimento e a desigualdade econômica.

A maioria dos 549.146 quilômetros quadrados de terra que constituem a França pode produzir safras para apenas cerca de meio ano. Mas no Quênia tropical, com aproximadamente a mesma quantidade de espaço, a terra pode produzir por volta de um ano.

O objetivo de diminuir as taxas de natalidade dos países pobres, alcançando as dos países ricos é manter o atual equilíbrio econômico e político.

Os principais agentes dessa guerra silenciosa são os organismos multilaterais de crédito (FMI, Banco Mundial, AID etc.), todos os organismos ligados a ONU (FNUAP, OMS, PNUD, UNICEF, UNESCO, FAO e PNUMA), grupos parlamentares internacionais especialmente cooptados para esse fim, organismos de planejamento familiar como principalmente a IPPF e suas centenas de filiais nacionais, várias e várias fundações (nos EEUU as principais são a The Ford Foundation, Pathfinder Fund e The Rockefeller Foundation) a mídia controlada, além de várias e várias ONG's.

A principal instituição de planejamento familiar, a IPPF (Planned Parenthood) , teve como fundadora Margaret Sanger, que apoiou publicamente as políticas implantadas pelo Terceiro Reich, entre as quais de esterilizar o setor da população com menor desenvolvimento intelectual e o controle dos nascimentos para a criação de uma raça superior.

Esta agenda populacional pode ser melhor compreendida pela leitura do Memorando de Estudo para a Segurança Nacional nº 200 - Implicações do crescimento da População Munidal para a segurança dos Estados Unidos da América e seus interesses ultramarinos (NSSM 2000), de 24/04/74, vulgarmente conhecido como "Relatório Kissinger". Surge ali a doutrina de segurança demográfica, segundo a qual com 80% da humanidade vivendo em países pobres (majoritariamente no hemisfério Sul), suas maiores taxas de crescimento demográfico lhes fazem presumir conflitos sociais futuros que poriam em perigo a segurança dos países ricos.

No memorando é possível ler que:

"As empresas multinacionais aparecem aqui como um mecanismo essencial do sistema global da dominação; levam a cabo uma industrialização que ao mesmo tempo em que se encarregam de limitar. Graças aos centros de decisão da metrópole, tornam possível o controle dos custos de mão-de-obra. Mantém uma chantagem baseada na ameaça do traslado de fábricas, caso considerem exorbitantes as reivindicações dos trabalhadores locais. Organizam a competência e, ao mesmo tempo, a controlam, já que as relações de competência ficam limitadas ao mundo dos trabalhadores, entre aqueles em que as desigualdades de retribuição constituem, em nível mundial, um fator de divisão que á preciso alimentar para seguir dominando. Em suma, as multinacionais velam sobre seus mercados, protegem, caso necessário, seus oligopólios e vigiam e, ocasionalmente, freiam o desenvolvimento econômico das nações satélites".

Em síntese, não é uma guerra contra a pobreza, mas contra os pobres.

Quanto ao financiamento para desenvolvimento dos países pobres, afirma que: "seria muito mais eficiente usar esses aportes para fins de controle populacional que elevar a produção através de investimentos diretos em irrigação, projetos de energia e indústrias", com o objetivo mundial de "modificar os níveis de fertilidade para o ano 2000". Prossegue dizendo:

"A economia dos EEUU vai requerer maiores e crescentes quantidades de minerais de outros países, especialmente dos menos desenvolvidos. Esse fato realça o interesse dos EEUU na estabilidade econômica e social dos países abastecedores. Sempre que se produzir um declínio nas prestações populacionais exteriorizada em índices de natalidade reduzidos, ali podem aumentar as perspectivas da dita estabilidade. A política populacional chega a ser assim de grande importância quanto ao fornecimento de recursos e aos interesses econômicos dos EEUU".

...

"Os EEUU deverão alentar os dirigentes dos países em vias de desenvolvimento a avançar no planejamento familiar ... e a relacionar as políticas de população e planejamento familiar com os maiores setores de desenvolvimento: saúde, nutrição, agricultura, educação, serviços sociais, trabalhos organizados, atividades femininas e desenvolvimento da comunidade".

...

"O governo dos EEUU teria que se interessar pelos problemas e pelos programas de população de alguns países para reduzir a taxa de natalidade. Ademais, naqueles países de grande prioridades, nos que a assistência à população é agora limitada por uma ou outra razão, devemos estar dispostos a expandir nossos esforços para mostrar a seus dirigentes as conseqüências de um crescimento demográfico rápido e os benefícios das ações para reduzir a fertilidade".

...

"Além de buscar como chegar a influenciar os dirigentes, as melhoras dos aportes no mundo dirigidas ou relacionadas aos problemas populacionais deveriam ser encaradas através de uma crescente ênfase sobre programas de educação e motivação para a população influenciada pelos mass media e a população restante, pela ONU, a USIA e a AID. Devemos dar prioridade a nossos programas mundiais de informação relacionados a esta área e considerar a expansão de convênios colaborativos com instituições multilaterais em programas de educação".

...

"... em um esforço internacional colaborativo na investigação sobre a reprodução e o controle da fertilidade humana abarcando a biomedicina e dos fatores socioeconômicos. Os EEUU, mais adiante, se oferecem para colaborar com outros países doadores interessados e organizações em atividades de planejamento familiar".

...

"O Departamento de Estado dos EEUU e da AID julgaram um importante papel estabelecer o Fundo das Nações Unidas para as Atividades de População (FNUAP), o qual atuará como ponta de lança no esforço multilateral em população,como um complemento das demais ações bilaterais da AID e dos emais países contribuintes".

...

"os programas de planificação populacional deverão induzir a ter famílias pequenas".

O FNUAP administra a quarta parte dos recursos destinados ao controle de natalidade. Os maiores doadores do Fundo são os países desenvolvidos. Estes recursos são revertidos para programas de esterilização forçada na China e de apenas um filho. Para conseguir seus objetivos, o governo chinês leva a cabo um espantoso programa de aborto forçados. Alguns recém-nascidos chegavam a ser assassinados mediante injeções letais na moleira. Dr. Blake Kerr, médico que trabalhou no Tibe, publicou um artigo no Washington Post relatando que dois monges budistas refugiados contaram-lhe que haviam visto mulheres grávidas de nove meses sendo conduzidas à força às tendas de aborto: "vimos muitas mulheres chorando, ouvimos seus gritos quando estavam esperando sua vez de entrar na tenda, e vimos o monte de fetos empilhados fora da tenda, exalando um fedor horrível". As principais vítimas do genocídio infantil são as mulheres.

Estão lançadas as bases do imperialismo anticonceptivo. Ao mesmo tempo, trabalham para a transformação do sexo em mera recreação, junto aos agentes da indústria pornográfica, financiando grupos de orgulho e direitos dos gays, movimentos ecológicos, seitas orientais do movimento da Nova Era e outros grupos anti-vida.

1 comment:

  1. Prezados, interessante o ponto de vista, mas gostaria de enfatizar que este controle de natalidade ocorre também nos "países ricos (EEUU, Europa e Japão)". OK, menos um pouco nos EUA, mas é fortemente sentido em toda a Europa e Japão mais até do que outros países tipo Brasil.
    Acho que isso fragiliza a argumentação do texto que foca na dominação dos ricos.
    Gostaria de argumentos sólidos que explicassem o real motivo para nações inteiras se suicidarem como tal, principalmente as nações ditas desenvolvidas.
    PS: algumas tentam sobreviver absorvendo imigrantes qualificados de forma organizada para manter seu parque. Outras pensam diferente nesse ponto e só aceleram seu problema (basicamente países europeus)

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