Friday, June 24, 2005

Uma História da Colonização Espanhola nas Américas

Adaptado de The Rational Argumentator, 27 de Outubro de 2002, G. Stolyarov II

Está na moda, mesmo nesses dias, vilificar os esforços dos primeiros exploradores e conquistadores da Espanha, atirando sobre eles acusações difamatórias de “genocídio cultural”, “fanatismo militante” e “imposição da força bruta”. As ordens tribais oligárquicas que se equilibram no cimo das pirâmides de ossos e nutridas por rios de sangue são vistas por tal paradigma como um Éden perdido profanado pela “ambição vulgar do capitalismo Ocidental”. Mas o que de mais verdadeiro tomou lugar? Era a Espanha uma horda de opressores devastadores ou pioneiros carregando consigo um futuro brilhante? Enquanto teorias revisionistas defendem o primeiro ponto de vista, a verdade histórica genuína defende o segundo. Considerando que seus governos substituíram aquilo que havia de mais barbárico nessas sociedades, produziram uma reforma moral e cultural entre os nativos, e ampliaram o progresso econômico e tecnológico, é muito mais apropriado elogiar os conquistadores como destemidos libertadores do que como miseráveis raivosos, que não mereceriam ser chamados.

Nesse tempo, Dr. Juan Gines de Sepulveda (1490-1573) que foi um famoso estudioso, advogado, e teólogo que defendeu os esforços da Coroa Espanhola e seus agentes no Novo Mundo contra as acusações de Bartolome de las Casas no interior do domínio da própria Espanha e a campanha suja que tinha sido lançada pelos opositores políticos da Espanha na Europa. Dr. Sepulveda tinha tomado conhecimento do fato que, para o objetivo de minar a moralidade do esforço Espanhol, os inimigos da colonização (ou mais provavelmente aqueles que não desejavam competir com os esforços espanhóis no Novo Mundo) retrataram as comunidades nativas como ilídicas, harmoniosas e hospitaleiras. Porém, ele foi capaz de notar pelas evidências e perceber que aquelas culturas dominantes na meso-américa e América do Sul sustentavam uma opressão e uma população oprimida através de sacrifícios em massa e canibalismo. “Se nós nos relacionamos com a virtude, que temperança ou misericórdia você pode esperar de homens que estão comprometidos com todos os tipos de intemperança e base de frivolidade e comer carne humana?”

Era uma questão que ele tinha posto nas audiências da Espanha do século dezesseis que dá luz sempre a maior relevância hoje a uma multidão de fatos científicos que emergem para certificar suas declarações [Nota: veja por exemplo essa notícia da AFP: http://www.rense.com/general62/eevi.htm]. Estima-se em mortes induzidas só nas mãos dos Astecas de 250,000 (Dr. Woodrow Borah da Universidade da California) à 7,300,000 (Biblioteca de Nossa Senhora do Rosário), que indica uma média diária de mortos de 865 a 20,000 inocentes civis e cativos de guerra com corações arrancados pela causa de uma absolutamente irracional superstição religiosa! E essas eram simples estimativas. Em um único dia as perdas em ocasiões especiais, tais como a cerimônia de dedicação da Pirâmide Secreta do Sol em Tenochtitlan, onde 80,400 pessoas eram massacradas, elevando-se até mais que o cume. Além disso, uma recente teoria do antropólogo norte-americano Michael Harner sugere que os Astecas, sob a aparência religiosa, praticavam sistemática e freqüente consumo de seus próprios cidadãos, canibalismo se você preferir, devido a uma carência de proteína em seu meio-ambiente.
Para sustentar suas declarações há numerosos esqueletos desmembrados, mutilados e fraturados descobertos nas sepulturas Astecas como vítimas de sacrifícios. A evidente falta de cabeças e membros nos restos dessas infelizes vítimas sugere que eles haviam sido cortadas em pedacinhos como galinhas por uma população de parasitas que requeriam o sofrimento total na região de suas contrapartes por causa de sua indolência, não desejando despender esforço mental e trabalho físico para desenvolver uma fonte de alimentação alternativa e humana. Quanto aos Incas, em sua sociedade, o sacrifício desenvolveu uma deformação psicológica depravada. Karen N. Peart, um autor pró-Inca, procurou justificar seu despotismo com a erradicação dos mais inteligentes e fisicamente atraentes jovens declarando que “na cultura Inca, era considerado uma honra ser escolhido para o sacrifício, e as vítimas vinham bastante desejosas.” Assim, distorcida e atrasada era sua assim-chamada “cultura”, de forma que a destruição das mais inocentes, promissoras e agradáveis de suas espécies era vista com uma “honra”, que a morte era a premissa condutora ao invés da vida e gerações de inocentes plebeus, normalizadas para obedecer a antítese da moralidade sem contestação.

Induzir esta forma de submissão requer um muito maior grau substancial de coerção e brutalidade, tanto crônica e flagrante, quanto à supressão de uma revolta ou a execução de um grupo de dissidentes. Tendo testemunhado carnificina, sacrifício e assassinato generalizado, os Incas se tornaram não simplesmente sem sentimentos, mas obsequiosos a isso, e foi com esse impregnado barbarismo que Sepúlveda os condenou.

Como tais atrocidades se comparam com as políticas da Coroa Espanhola e seus agentes do Novo Mundo diante dos Nativos Americanos? A piscina primordial sacrificiatória das vítimas foi desenhada desde séculos de subordinadas tribos meso-americanas, que, de acordo com as culturas do mundo, desprezadas e temidas pelo tirânico império pelo seu terror sistemático e roubo de seus mais adequados, mais aptos cidadãos a serem guiados aos altares. Essas centenas de tribos, incluindo os Tlaxcalans e Tabascans, apoiadas por Cortes, assistindo-as a depor a escravização asteca. Em troca, Cortes, como seu primeiro edito para entrar em Tenochtitlan, proibiu a prática selvagem do sacrifício humano e libertou para sempre seus aliados do cativeiro de seus cruéis soberanos. Os espanhóis procuraram estabelecer relações cooperativas e mutualmente benéficas com os nativos através de um sistema de encomienda, em que a quaisquer indígenas residindo em um pedaço de terra colonial era garantida a opção de permanecer lá e ser remunerado pelos seus serviços com dinheiro, abrigo, educação, treinamento profissional, cuidados médicos e defesa contra agressão.

Enquanto é verdade que os colonizadores abusaram desse arranjo para impor insuportáveis cargas sobre seus trabalhadores, a Coroa agiu com intenção justa e empenho diligente para remediar tais crimes. De acordo com o historiador Gregory Cerio, o Rei Ferdinando da Espanha deixou as Leis dos Burgos de 1512, que havia ordenado que os nativos fossem tratados pelos seus empreiteiros de forma merecida como um ser humano. “Nenhum índio deverá ser açoitado ou espancado ou chamado de ‘cachorro’ ou qualquer outro nome, a menos que esse seja seu nome próprio”, determinou essa legislação, ecoando a filosofia da esposa de Ferdinando, Rainha Isabela, que respeitava os índios como indivíduos livres da Coroa e garantia-lhes direitos e deveres políticos como eram esperados aos habitantes caucasianos do reino.

O Imperador Carlos V, cujo governo em 1542 desenvolveu as Novas Leis das Índias, declarando ilegal a escravidão de nativos americanos, proibindo os nativos de serem carregados como cargas com fardos além de sua capacidade, e mais tarde reformando o sistema de encomienda, despachando Audiencias, corpos de investigação e aplicação das citadas leis, ao Novo Mundo.

Aos violadores de tais decretos, as Audiencias estavam autorizadas “se houvesse quaisquer excessos, da parte dos [criminosos], ou qualquer delito que fosse cometido daqui em diante, tomasse cuidado para que tais excessos fossem propriamente corrigidos, castigando as partes culpadas com todo rigor em conformidade com a justiça.” De mais a mais, o governo da Espanha manteve uma total consideração para as honestas, razoáveis explicações do genuíno estado no Novo Mundo, de modo a se tornar seguro da implementação de suas leis.

Além disso, os ganhos materiais mútuos do monumental contato entre os dois continentes anteriormente desconjuntados e grupos de seres humanos não pode ser subestimado quando da avaliação da colonização espanhola sob uma perspectiva moral. Uma variedade de gerações de animais domésticos, tais como gado, ovelhas e suínos, que formavam o centro de um suprimento estável de alimentação em uma terra anteriormente marcada pela deficiência de proteína, chegou às Américas via Eurasia. O cavalo, uma vigorosa e confiável besta de carga e transporte, possibilitou não simplesmente uma comunicação mais ligeira e uma rede de comércio, mas moldou o estilo de vida dos Índios das planícies do norte da Nova Espanha para os três séculos subseqüentes. Trigo, cevada, arroz e aveia, alimentos fibrosos na dieta européia, estavam agora disponíveis aos nativos americanos.

Frutas cítricas, pêssego e bananas, assim como uvas, café e açúcar foram introduzidos da África com as quais Espanha e Portugal tinham com a África um comércio ativo desde os dias de Henrique, o Navegante. O ambiente quente da Meso-América e das Índias permitiu essas colheitas, para se suceder em quantidades volumosas, gerando bens de consumo, lucros para alguns dos mais aventureiros capitalistas da época, e uma massiva quantidade de oportunidades de emprego para a população nativa. Isso não foi um ato sem obstáculos de sacrifício e empenho particular em benefício da Europa. Os turcos povoaram fazendas no lado Leste do Atlântico, e milho, batata, tomate se tornaram arranjos domésticos ao longo do continente europeu. Além disso, um luxo delicioso, chocolate, estava agora disponível para os ocidentais, junto com a quinina, que era o mais antigo remédio fornecido para a cura da malária e disponível a um comércio racional, na África.

Colheitas, bens, e animais domésticos em ambos continentes abasteceram uma explosão populacional no começo da Revolução Industrial, enquanto pela primeira vez na história do homem, fome, carências e isolamento comercial foram a exceção à regra. Uma população maior, por sua vez, permitiu a especialização mais extensa e a divisão do trabalho e, daí em diante, o mais rápido desenvolvimento em todo possível aspecto científico e tecnológico da economia globalizante. Serve como suplemento o fato que culturas anteriormente analfabetas, tais como os Incas, se tornaram favorecidas com uma língua escrita para começar a erguer um edifício tecnológico robusto com a ajuda dos espanhóis.

Concordamos que o domínio espanhol não foi uma utopia e que alguns colonos cometeram crimes intoleráveis no Novo Mundo. Todavia, nós somos expostos a muita desinformação nas histórias de hoje concernindo as “atrocidades da colonização espanhola” mal interpretadas e maculadas por inimigos políticos da Espanha. William de Orange, um holandês protestante buscando instigar um cisma com o império de Hapsburg e esculpir ele mesmo uma parte dele sob motivos religiosos aludiu o barbarismo e crueldades espanholas” desde 1580, politizando a história para instigar uma revolução que não demoraria a incorporar o combustível diante de seus gritos. Theodore DeBry, um tipógrafo holandês que nunca tinha pisado no Novo Mundo, descreveu cenas horripilantes do massacre em massa e execução de Nativos Americanos pelos espanhóis, tudo de sua própria imaginação! DeBry é usado mesmo hoje como uma fonte para tais historiadores modernos como James Loewen, procurando sujar a imagem da colonização das Américas e dar causa a uma multiculturalista e racialmente conciliadora interpretação da história. O governo inglês, dirigiu a primeira monarquia protestante, Henrique VIII, que sentiu saudades de justificar a guerra com os Hapsburgs nas bases da desavença religiosa, como então por um usurpador totalitário, o Lorde Protetor Oliver Cromwell, que abraçou avidamente quaisquer difamações que lhes assistiriam para denegrir a imagem do “inimigo”. E seus motivos não eram qualquer nostalgia nem um princípio da Guerra Justa (a doutrina agostiniana da qual a Espanha aderiu no Novo Mundo). As próprias palavras de Cromwell revelam a verdade da matéria. Ele chamou a Espanha de “inimigo externo, que é a cabeça do… interesse anticristão, que está bem descrito nas Escrituras … e sob essa consideração há uma briga com o espanhol. E verdadeiramente ele tem um interesse em suas entranhas”.

Tais acusações de irreconciliável antagonismo foram niveladas à Espanha por qual razão? Porque nenhum outro senão eles em sua maioria seguia um divergente esquema de adoração religiosa dos protestantes!

Todavia, a colonização propiciou uma reforma moral para os nativos, e a expansão de comércio e progresso global, foi essencial na contribuição para tal dramática explosão de prosperidade, inovação, administração de recursos, e entendimento ético. A Espanha, como precursora de uma tal transição, deveria ser admirada e glorificada, e não vilificada pelas suas pioneiras realizações.

Fontes:

Ahmad, Brodsky, et al. World Cultures: A Global Mosaic. Prentice Hall. Englewood Cliffs, New Jersey, 1996. pp. 443-459.
Cerio, Gregory. “Were the Spaniards That Cruel?” Newsweek Magazine.
Loewen, James. The Truth about Columbus. New York: The New Press, 1992. “1493: The True Importance of Christopher Columbus.”
Meyer, Alfred. Science. November 1980. “Temple of the Aztecs.”
Modern History Sourcebook. “The New Laws of the Indies, 1542.” Available October 27, 2002: http://www.fordham.edu/halsall/mod/1542newlawsindies.html.
Our Lady of the Rosary Library. “Our Lady of Guadalupe.” Available October 27, 2002: http://olrl.org/prophecy/ladyofg.html.
Peart, Karen N. “Empire of the Sun.”
Sepulveda, Juan Gines de. “Democrates II, or Concerning the Just Causes of the War Against the Indians.”
Williams, Scott. 2002. “The Columbian Exchange.”

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