Sunday, January 11, 2015

"Sinto muito, eu não sou Charlie", diz Jean-Marie Le Pen

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"Não vou brigar para defender o espírito da Charlie, que é um espírito anarco-trotskista", afirmou o fundador da Frente Nacional

"Eu não sou Charlie", declarou neste sábado o dirigente histórico do partido francês de extrema-direita Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, que destacou, no entanto, lamentar a morte de doze compatriotas no atentado contra a revista Charlie Hebdo.

Em seu site, Le Pen denunciou a manifestação prevista para domingo em homenagem às vítimas, afirmando que o movimento "foi orquestrado pelos meios de comunicação".

"A maneira como tudo isso está sendo orquestrado me recorda as manifestações do mesmo tipo que foram organizadas com a cumplicidade da mídia, como, por exemplo, no caso Carpentras, quando a Frente Nacional foi acusada de ter violado uma sepultura num cemitério judeu, apesar de ser inocente", afirmou.

Le Pen se referia à profanação de um cemitério judeu no sul de Paris em 1990, caso que abalou a França.

"E hoje é 'Todos somos Charlie, Eu sou Charlie'. Pois bem, sinto muito, eu não sou Charlie", enfatizou.

"Lamento a morte de doze compatriotas franceses, dos quais não quero nem saber a orientação política, apesar de conhecer perfeitamente", acrescentando, insinuando que eram "inimigos da FN e que pediam sua dissolução há muito tempo".

"Não vou brigar para defender o espírito da Charlie, que é um espírito anarco-trotskista", afirmou o fundador da Frente Nacional, cuja filha, Marine Le Pen, preside atualmente o partido.

A FN não foi convidada pelos organizadores da manifestação de domingo.

Charlie Hebdo demitiu cartunista por anti-semitismo em 2009

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Após pedido do editor, o cartunista Sine teria se recusado a pedir desculpas por ter associado judeus ao sucesso financeiro

O cartunista Maurice Sinet, que assina sob o pseudônimo Sine, foi demitido da revista satírica Charlie Hebdo em 2009, por incitação ao ódio racial. Ele enfrenta acusações sobre uma coluna que causou mal estar entre os intelectuais parisienses, culminando na sua demissão da revista.

O problema surgiu depois de rumores que o filho do ex-presidente francês, Sarkozy, planejava se converter ao judaísmo. Sine, em sua coluna, publicou: "Este pequeno rapaz vai ter sucesso na vida".  Um comentarista político rebateu a coluna e acusou o chargista de publicar uma ligação preconceituosa sobre judeus e sucesso social. Quando o editor da revista pediu que Sine apresentasse desculpas sobre o comentário, ele se recusou, resultando em sua demissão. Na época, parte da esquerda libertária defendeu Sine, alegando o direito à liberdade de expressão.

Sine respondeu processo judicial sobre seus comentários. O filho do ex-presidente, à época, negou a conversão ao judaísmo.

Friday, January 09, 2015

Wikileaks: EUA armaram Estado Islâmico e se recusaram a ajudar Síria no combate ao grupo

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Presidente Bashar al-Assad tentou se aproximar de Washington em 2010, mas governo Obama continuou armando seus opositores e grupos islâmicos

Os Estados Unidos se recusaram a ajudar o governo da Síria a combater grupos radicais islâmicos como a Al-Qaeda e o ISIS (Exército Islâmico do Iraque e da Síria, que recentemente mudou de nome para Estado Islâmico). Além disso, segundo revelações feitas pelo site Wikileaks, o governo norte-americano armou grupos como o ISIS. Os quase 3 mil documentos sobre essa questão foram vazados pelo site dirigido por Julian Assange na última sexta-feira (08/08).

Em 18 de fevereiro de 2010, o chefe da inteligência síria, general Ali Mamlouk, apareceu de surpresa em uma reunião entre diplomatas norte-americanos e Faisal a-Miqad, vice-ministro das relações exteriores da Síria. A visita de Mamlouk foi uma decisão pessoal de Bashar al-Assad, presidente sírio, em mostrar empenho no combate ao terrorismo e aos grupos radicais islâmicos no Oriente Médio, assinala o documento.

Neste encontro com Daniel Benjamin, coordenador das ações de contra-terrorismo dos EUA, “o general Mamlouk enfatizou a ligação entre a melhoria das relações EUA-Síria e a cooperação nas áreas de inteligência e segurança”, afirmam os diplomatas norte-americanos em telegrama destinado à CIA, ao Departamento de Estado e às embaixadas dos EUA em Líbano, Jordânia, Arábia Saudita e Inglaterra.

Para Miqad e Mamlouk, essa estratégia passava por três pontos: com o apoio dos EUA, a Síria deveria ter maior papel na região, a política seria um aspecto fundamental para ações de cooperação contra o terrorismo e a população síria deveria ser convencida dessa estratégia com a suspensão dos embargos econômicos contra o país. Para Imad Mustapha, embaixador sírio em Washington, “os EUA deveriam retirar a Síria da lista negra”. Nas palavras de George W. Bush, o país fazia parte do “eixo do mal”, junto com Coreia do Norte e Afeganistão.

Apesar da discordância entre EUA e Síria quanto ao apoio de Assad a grupos como Hezbollah e Hamas, os dois países concordavam quanto à necessidade de interromper o fluxo de guerrilheiros estrangeiros para o Iraque e impedir a proliferação de grupos radicais, como a Al-Qaeda, o ISIS e o Junjalat, uma facção palestina com a mesma orientação política. Para Benjamin, as armas chegavam ao Iraque e ao Líbano contrabandeadas pelo território sírio.

Mamlouk reforçou a “experiência síria em combater grupos terorristas”. “Nós não ficamos na teoria, tomamos atitudes práticas”, foram as palavras do chefe de inteligência de Assad. Segundo o general, o governo sírio não mata ou ataca imediatamente esses grupos. “Primeiro, nós nos infiltramos nessas organizações e entendemos o funcionamento delas”. De acordo com Damasco, “essa complexa estratégia impediu centenas de terroristas de entrarem no Iraque”.

Guerra do Iraque e surgimento do Estado Islâmico

No entanto, apesar de afirmarem cooperar com a Síria para combater o terrorismo, os EUA também trabalharam para armar os opositores sírios e isso causaria um problema maior na região: a criação do atual Estado Islâmico. Segundo documentos obtidos pelo jornal britânico Guardian, grande parte do armamento utilizado pelo ISIS (antigo nome do Estado Islâmico) veio de grupos armados pelos EUA e cooptados por Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Califado Islâmico, que hoje controla territórios na Síria e no Iraque.

Saddam al-Jammal, líder do Exército de Libertação da Síria, outro grupo anti-Assad, também jurou lealdade ao Estado Islâmico desde novembro de 2013. Para garantir tal apoio, o ISIS mudou a sua estratégia de controle: dava autonomia a essas autoridades locais em vez de controlar diretamente a governança das cidades. Como resultado, o ISIS se expandiu e conseguiu lutar em cinco frentes: contra o governo e os opositores sírios, contra o governo iraquiano, contra o Exército libanês e milícias curdas.

O armamento começou a ser enviado para os opositores sírios em setembro de 2013. Na época, analistas davam o ISIS como terminado e a alegação para fortalecer esses grupos era a de que o governo Assad havia usado armas químicas. Para enviar as armas, o governo Obama usou bases clandestinas na Jordânia e na Turquia. Aliados dos EUA na região, como Arábia Saudita e Catar, também forneceram ajuda financeira e militar.

Ironicamente, os EUA sabem inclusive a real identidade do líder do Califado. Durante um ataque à cidade iraquiana de Falluja em 2004, os norte-americanos prenderam alguns dos militantes pelos quais procuravam. Entre eles, estava um homem de 30 e poucos anos e pouco importante na organização: Ibrahim Awad Ibrahim al-Badry. 10 anos depois, ele se tornaria líder da mais radical insurgência islâmica contra o Ocidente, segundo informações de um oficial do Pentágono.

Thursday, January 08, 2015

EUA: judeus foram pagos para se passar por vítima do Holocausto

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Cerca de 5,5 mil judeus receberam de forma fraudulenta US$ 42 milhões nos Estados Unidos pagos pela Alemanha, fazendo-se passar por vítimas do Holocausto, informou nesta terça-feira a promotoria de Nova York. Dezessete pessoas, responsáveis pela armação do golpe, foram acusadas de usar um fundo destinado a ajudar vítimas da perseguição nazista na Segunda Guerra Mundial, informou em um comunicado a promotoria.

Os supostos golpistas, em maioria de origem russa, aprovaram "mais de 5,5 mil candidaturas fraudulentas, que resultaram no pagamento a candidatos que não se qualificavam para os programas", acrescentou. "Se há uma instituição que se poderia supor imune à ganância e à fraude criminal é a Claims Conference, que ajuda diariamente milhares de pobres e idosos vítimas da perseguição nazista", disse o promotor do distrito sul de Nova York, Preet Bharara.

Um dos fundos fraudados entregava em um pagamento único US$ 3,6 mil a judeus que supostamente haviam sido evacuados de suas cidades de origem por causa da perseguição nazista. "Muitos dos que receberam os fundos fraudulentos haviam nascido depois da Segunda Guerra Mundial e pelo menos um deles sequer era judeu", indica a nota.

Após receber os cheques, os beneficiários pagavam uma comissão aos que organizavam a fraude. Um total de 4.957 pessoas receberam indenizações fraudulentas entre 2000 e 2009 de US$ 18 milhões. Em outro golpe, eram entregues mensalmente US$ 411 "aos que viveram em guetos durante 18 meses ou mais ou durante seis meses em campos de concentração ou de trabalho".

Mediante documentos e testemunhos falsos, 658 pessoas que fingiam ter sido vítimas da perseguição reivindicaram assim um total de US$ 24,5 milhões pagos pelos contribuintes da Alemanha. Onze dos suspeitos foram detidos nesta terça-feira e contra todos os eles pesam acusações por fraude passíveis de até 20 anos de prisão e uma multa de US$ 250 mil, informou a promotoria.

Wednesday, January 07, 2015

Israel expulsa imigrantes negros num crescendo de linguagem racista

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A expulsão de imigrantes sudaneses ilegais, descritos por políticos como "um cancro", chocou Erika Davis, uma negra americana convertida ao judaísmo. "Será que os judeus se esqueceram do seu passado?"

No mesmo dia em que os primeiros 120 imigrantes ilegais eram repatriados de Israel para Juba, capital do Sudão do Sul, Erika Davis - uma "orgulhosa judia, negra e lésbica" de Brooklyn (Nova Iorque) - questionava se estes africanos teriam o mesmo destino "se fossem brancos".

Mais do que a expulsão, iniciada faz hoje uma semana, o que mais escandalizou Erika, membro de uma organização não-governamental nos Estados Unidos, foi alguns responsáveis políticos israelitas, incluindo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, terem insultado os imigrantes como "um cancro no nosso corpo", "uma praga nacional", "uma ameaça, por serem muçulmanos - a doença mais terrível que há no mundo", "um vírus que pode explodir a qualquer momento".

Das cerca de 60 mil pessoas que pediram asilo em Israel, menos de 1000 são oriundas do Sudão do Sul, país recém-nascido após a divisão do Sudão entre o Norte, árabe-muçulmano, e o Sul, cristão e animista, referem grupos de apoio como a Hotline for Migrant Workers. A maioria dos que atravessaram a península egípcia do Sinai em busca de segurança - homens, mulheres e crianças - provêm da Eritreia ou de zonas do Sudão como o Darfur, onde as suas vidas correm perigo se voltarem às suas casas.

Depois de vários dos indesejados terem sido vítimas de ataques em Telavive - casas queimadas, espancamentos e outras agressões - uma sondagem conduzida pelo Israel Democracy Institute indicou que 53% dos israelitas se identificam com as declarações dos seus políticos. Após a primeira deportação, o ministro do Interior, Eli Yshai - filho de judeus mizrahi (originários do Médio Oriente, do Magrebe ao Irão) que emigraram da Tunísia -, anunciou que as detenções de ilegais, 300 até agora, "são apenas o começo".

"Será que em 60 anos de existência, o moderno Israel se esqueceu da sua História de perseguição, de guetos, campos de extermínio e refugiados?", revolta-se Erika Davis, autora do blogue black, gay and jewish, falando com o PÚBLICO, por telefone. "É chocante! Estamos sempre a repetir que não devemos esquecer-nos, mas parece que agora Israel vive em estado de amnésia total."

Filha de dois protestantes, mãe baptista e pai metodista, educada durante 12 anos numa escola católica, Erika Davis converteu-se ao judaísmo há um ano, numa sinagoga da congregação da Reforma (mais progressista do que a Ortodoxa). Antes, ironiza, foi uma "hippie pagã, uma aspirante a budista e uma ateia desleixada". Começou a distanciar-se do cristianismo quando tinha 21 anos (hoje tem 32), porque os seus pastores, ao contrário do seu rabi, lhe respondiam que "ia para o inferno se duvidasse que Deus criou o mundo em sete dias" ou questionasse outros dogmas.

"A religião judaica não é racista", frisa Erika. "As pessoas é que estragam tudo. Sempre houve judeus negros, com diferentes tradições, línguas e culturas - e isso é uma das belezas do judaísmo. Não é maravilhoso que os judeus etíopes tivessem preservado a sua fé até hoje? A realidade é que, em Israel e na América - sobretudo aqui devido à nossa história de segregação racial e escravatura -, prevalece a imagem do judeu branco e askhenazi [de origem europeia]. Pele branca é igual a privilégio branco."

"Se eu perguntar aos meus amigos negros judeus, de nascimento ou convertidos, se os judeus são racistas, todos responderão que sim", lamentou Erika. "Citarão o modo como os árabes são tratados em Israel e a situação dos imigrantes sudaneses ilegais. Lembrar-se-ão de palavras odiosas que ouviram numa sinagoga ou na única yeshiva [escola talmúdica] para negros. A mim já me aconteceu estar num colégio para crianças judias, de 10-11 anos, e ser confundida com uma ama, porque os miúdos não são ensinados a reconhecer a diversidade no judaísmo."

Metáforas genocidas

Ser olhada "com suspeição, apenas por causa da cor da pele" não abala a fé de Erika Davis. "Há muita hipocrisia também no cristianismo e essa foi uma das razões por que me aproximei do judaísmo, de onde emanaram as religiões monoteístas. Gosto da minha nova espiritualidade. Não foi um retrocesso deixar de aceitar Jesus como um Messias. Afinal, ele era um judeu, e morreu como judeu. Não acredito em utopias; em salvadores do mundo. Os judeus não são um povo perfeito - isso não existe!"

A associação Jewish Federations of North America (que representa 157 federações e 400 redes comunitárias nos EUA, angariando anualmente 3000 milhões de dólares para serviços sociais e educativos) nomeou, este ano, Erika Davis como Jewish Community Hero. Valorizou, assim, os seus esforços para "tratar os estranhos como seres humanos, porque também os judeus no Egipto foram estranhos em terra estrangeira."

A blogger planeia elaborar um currículo para escolas judaicas nos EUA. Quer que os alunos que partilham a sua religião aprendam que há hebreus brancos e negros." No entanto, concede, se já "será complicado" apresentar esta proposta na América, "é praticamente impossível" levá-la para Israel. Neste país, a hostilidade para com os imigrantes africanos tem motivações "mais políticas do que religiosas", e estas têm sido encorajadas por antigos imigrantes, judeus da extinta União Soviética.

Num artigo no diário hebraico Ha'aretz, o judeu americano-israelita Roi Ben-Yehuda, investigador em Resolução de Conflitos na Universidade de Columbia (EUA), lembra, a propósito das declarações xenófobas sobre os imigrantes africanos, que "todos os genocídios foram precedidos do uso instrumental da linguagem para desumanizar e demonizar uma determinada população - o Holocausto, o pior dos casos, mas também o Ruanda e o Camboja, no tempo dos khmer vermelhos."

"Definir alguém como doença, acima de tudo doença terminal, é torná-lo não-humano, repugnante e perigoso: algo que é mutante e se alimenta de nós", criticou o autor do blogue roiword.wordpress.com, citando um excerto do ensaio Illness as Metaphor, de Susan Sontag, escrito em 1977, após lhe ter sido diagnosticado um tumor: "Descrever um fenómeno como cancro é um incitamento à violência. O uso do cancro no discurso político encoraja o fatalismo e justifica medidas "severas", assim como reforça a noção que a doença é necessariamente fatal. Embora as metáforas de doença nunca sejam inocentes, a metáfora do cancro é a pior de todas, porque implicitamente genocida."

Tuesday, January 06, 2015

Os judeus, os maçons e a Revolução Francesa


por Vladimir Moss
(Excertos por henrymakow.com)

Se a Revolução Francesa deu aos Judeus sua primeira vitória política, Napoleão lhes deu a segunda...

Napoleão agora aprendeu quantos governantes escutaram antes e depois: essa gentileza com os Judeus não os torna mais tratáveis.

Nechvolodov escreve: "Desde os primeiros anos do Império, Napoleão I havia ficado muito preocupado com o monopólio Judeu na França e o isolamento no qual eles viviam no meio dos outros cidadãos, embora eles tivessem recebido a cidadania.  Os relatos dos gabinetes governamentais mostraram a atividade dos Judeus numa luz muito sombria:

'Por toda parte há falsas declarações às autoridades civis; pais declaram aos filhos que nasceram para ser filhas... Novamente, há Judeus que tem dado um exemplo de desobediência às leis do serviço militar obrigatório; salvo por sessenta e nove Judeus que, no curso de seis anos, deveriam ter tomado parte do contingente de Moselle, nenhum entrou no exército.'”

CIGANOS COM DINHEIRO

"Por contraste, por trás do exército, eles se entregavam à frenética especulação.

"'Infelizmente, diz Thiers, descrevendo a entrada da França em Roma em sua História da Revolução, 'os excessos, não contra pessoas, mas contra a propriedade, arruinada a entrada da França na antiga capital do mundo... Eles começaram a pilhar os palácios, conventos e ricas coleções.  Alguns Judeus na retaguarda do exército compraram por um preço irrisório os magníficos objetos com os despojos que lhe eram oferecidos.'

"Isso foi em 1805, durante a passagem de Napoleão através de Estrasburgo.  Foi depois da vitória de Austerlitz que as reclamações contra os Judeus assumiram grandes proporções.  As principais acusações... concerniam ...usura.  Tão logo ele retornou a Paris, Napoleão [declarou]:

"'O governo francês não pode olhar com indiferença como uma vil e degradada nação capaz de todas iniqüidades toma posse exclusiva de dois belos departamentos da Alsácia; um deve considerar os Judeus como uma nação e não como uma seita.  É uma nação dentro de uma nação; eu os despojaria, pelo menos por um certo tempo, do direito de conseguir empréstimos, pois isso é também humilhante para a nação francesa encontrar-se na misericórdia da nação mais vil.  Algumas vilas inteiras foram expropriadas pelos Judeus; elas substituíram o feudalismo... Seria perigoso deixar as chaves da França, Estrasburgo e Alsácia caírem nas mãos de um povo de espiões que não estão ligados ao país.'"

Napoleão, no fim das contas ...reuniu uma Assembléia de 111 homens fortes Judeus no intuito de receber respostas claras e sem ambigüidade para as seguintes questões: a lei Judaica permitiu os casamentos mistos; os Judeus reconheciam os Franceses como estrangeiros ou como irmãos; eles reconheciam a França como sua terra natal, as leis da qual vinculavam sua obediência; a lei Judaica molda qualquer distinção entre devedores Judeus e Cristãos?

Ao mesmo tempo, escreve Johnson, Napoleão "suplementou seu corpo secular congregando um encontro paralelo de rabinos e leigos eruditos, para aconselhar a Assembléia em pontos técnicos do Torah e Halakhah.  A resposta dos mais tradicionais elementos do Judaísmo foi pobre.  Eles não reconheciam o direito de Napoleão de inventar um tal tribunal, sem falar em exigi-lo..."[59]

Porém, se alguns tradicionalistas não o saudaram, outros Judeus receberam as notícias com alegria ilimitada.

"De acordo com o Abade Lemann", escreve Nechvolodov, "eles abaixaram-se diante dele e estavam prontos a reconhecê-lo como o Messias.  As sessões do Sinédrio... tomaram parte em Fevereiro e Março de 1807, e a decisão do Grande Sinédrio começou com as palavras: 'Bendito para sempre é o Senhor, o Deus de Israel, Que colocou no trono da França e do reino da Itália uma príncipe de acordo com Seu coração.... Essas leis ensinarão às nações que nossos dogmas são consistentes com as leis civis sob as quais nós vivemos, e não nos separam em tudo da sociedade dos homens...'"[60]

"Os representantes Judeus", escreve Platonov, "declararam que as leis do Estado tinham a mesma força obrigatória para os Judeus, que todo estudo honorável de ensinamentos Judeus foi permitido, mas a usura era proibida etc. [Porém], para a questão concernindo casamentos mistos de Judeus e Cristãos, eles deram uma resposta evasiva, se não negativa.  'Embora casamentos mistos entre Judeus e Cristãos não possam ser vestidos de uma forma religiosa, eles todavia não lançaram-nos qualquer anátema."[61]

Em face disso, a congregação do Sinédrio foi um grande triunfo para Napoleão, que podia agora tratar a Judiaria tal como qualquer outra denominação religiosa, e não uma nação separada, "apropriando para o estado o que tradicionalmente era uma instituição subversiva".[62]

MEDIDAS REPRESSIVAS

Porém, os Judeus não restringiram seu empréstimo de dinheiro e atividades especulativas, como Napoleão os implorava a fazer.  Pelo contrário, ...quando se tornou evidente que seus excessos financeiros continuavam, Napoleão foi forçado a adotar medidas repressivas contra eles.

Como Tikhomirov aponta, "nenhuma lei poderia prevenir os vínculos internacionais dos Judeus.  Algumas vezes eles até apareciam ostensivamente, como no Kol Ispoel Khaberim (Alliance Israélite Universelle), embora muitas leis proibissem sociedades e uniões de seus próprios cidadãos a terem vínculos com estrangeiros.  Os Judeus ganharam uma posição de privilégio excepcional.  Pela primeira vez... eles adquiriram maiores direitos do que os cidadãos locais dos países da dispersão... os países da nova cultura e soberania se tornaram desde aquele tempo uma alavanca de apoio à Judiaria."[64]

Realmente, o principal resultado do Grande Sinédrio, escreve Nechvolodov, "foi unir o Judaísmo ainda mais".

'Não vamos nos esquecer de onde nós desenhamos nossa origem', disse o Rabino Salomon Lippmann Cerfbeer em 26 de Julho de 1808, em seu discurso para ...o Sinédrio:- 'Não deixe mais ser uma questão de Judeus "Alemães" ou "Portugueses"; embora disseminados sobre a superfície do globo, por toda a parte nós formamos somente um povo único.'"[65]

Como nós vimos, a emancipação dos Judeus na França levou a sua emancipação em outros países.  Mesmo depois da queda de Napoleão, em 8 de Junho de 1815, o Congresso de Viena decretou que "era incumbência dos membros da Confederação Alemã considerar uma 'melhora' do status civil daqueles que 'confessavam a fé Judaica na Alemanha.'"[66] Gradualmente, embora não sem oposição, a emancipação Judaica e o poder Judaico se difundiu por toda Europa...
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