Saturday, June 02, 2018

Fatos insanos a respeito da cultura de pandemônio sexual na Alemanha de Weimar

 Adaptado de Lea Rose Emery

A República de Weimar, também conhecida como Alemanha entreguerras, durou de 1919 a 1933, e foi grosso modo um pandemônio sexual.  Em termos de liberação sexual e decadência religiosa, não houve nada mais escancarado do que a explosão sexual da Berlim da década de 20.  Assim, o que estava realmente acontecendo? Você provavelmente deparou-se com a República de Weimar imortalizada em filmes como “Cabaré”, mas essas histórias de vida reais da decadência de Weimar são muito melhores.  Em “Inferno”, eles fazem os movimentos de dança de Liza parecer claramente comportada.

A liberação sexual e ousados movimentos progressistas de arte como o cinema expressionista, Dada, e Bauhaus explodiram na Alemanha do pós-guerra, apesar de os termos restritivos do Tratado de Versalhes terem criado numerosos problemas políticos e sociais.  Como o escritor Mel Gordon pontua, essa Renascença cultural abastecida de drogas e sexo nasceu da profunda ansiedade instilada pela Primeira Guerra Mundial: “Sexo apenas não era o bastante, diz, o Francês teria curtido, como uma boa refeição ou música.  Era particularmente sexo que estava sempre misturado como tudo o mais, como perigo, poder ou morte.”

A reação conservadora ao novo progressismo sexual e artístico, cuja culpa fora depositada nos Judeus, acasalava-se com inflação obscena e efervescência social, criando o perfeito coquetel no qual misturou-se o Nazismo, para assim terminar no caos da República de Weimar.

Mas enquanto foi bom, tudo estava acontecendo na República de Weimar, uma orgia torvelinhante da vida moderna.  Era momento de bissexualidade e travestismo, basicamente um pandemônio sexual não-binário.  E o sexo na Alemanha de Weimar estava por toda a parte.  Homossexualismo, nudez, prostitutas e orgias eram fáceis de conseguir, assim como drogas e álcool.  Pense em festas regadas a cocaína no Cabaré e você começará a imaginar.  Acrescente no topo disso a tendência crescente do Nazismo e você terá os requisitos de um botão de pressão para uma bonança de falta de disciplina obscena e libidinosa.

Assim, dê uma olhada nesses relatos de vida real do que estava ocorrendo na República de Weimar — você nunca irá olhar para os alemães da mesma forma novamente.

A Erótico-mania Omnissexual da Berlim de Weimar era turbinada por uma mania de cocaína

O uso recreativo da cocaína começou a desenvolver-se ao redor da Alemanha na aurora da Primeira Guerra Mundial.  Como Carl Ludwig Scheilch escreveu em seu ensaio "Cocainismo" em 1921, "Na mania frenética que dominou toda nossa cultura moderna antes da guerra havia um desejo extático pela intensificação."  Essa necessidade era satisfeita pela cocaína.  Assim que o violento fervor da guerra se acalmou, o alemão precisou de estímulo, movendo-se aos nightclubs de Berlim, onde o uso da cocaína explodiu: "... o uso ilícito da cocaína se tornou uma característica notória da vida noturna de Weimar."

A cocaína estava por quase toda parte na Berlim de Weimar, até o ponto que o poeta Carl Zucherson liricamente a salpicava no ar que ele respirava: "O ar era sempre fresco e temperado.  Não era necessário dormir muito e a gente nunca ficava cansado.”  Um livro sobre Berlim daquele tempo, “Crianças da Noite.  Imagens da Vida Bandida” continha uma seção chamada “Figuras Noturnas da Cidade," em que está escrito o seguinte:

"Os vendedores de salsicha não vendem somente seus petiscos de salsicha, mas oferecem a seus clientes inesperados prazeres proibidos.  Por um lado ele também fez um próspero comércio de varejo de cocaína, o pó branco venenoso, e nessa conexão sua clientela poderia muito bem ser mais abrangente e leal.  Não se tem idéia do quão rapidamente o vício em cocaína se arraigou na Alemanha; amplo grupos populacionais arruinaram-se desesperançosos nesses domínios.  Pode-se estimar que trinta por cento de todas as prostitutas, apostadores e pederastas são usuários de cocaína, e igualmente em outras ocupações, em particular artistas a cocaína encontrou seus escravos leais."

A nevasca constante de Berlim foi auxiliada por E. Merck, o produtor mundial principal de cocaína farmacêutica, situado na Alemanha.  Cafés serviam cocaína aos clientes, que a aspiravam abertamente nas mesas.  Era possível também comprar ópio, haxixe, maconha e até mesmo cola para cheirar.  Como Barbara Ulrich demonstra em seu livro, “As Garotas Quentes da Berlim de Weimar”, o uso de cocaína chegou de mão em mão com o hedonismo e a experiência sexual.  Conforme um escritor contemporâneo registrou, "diz-se que a cocaína aumenta a libido, a potência e a inclinação para todas as atividades sexuais" e poderia "estimular a latente tendência homossexual numa mulher e torná-la lésbica por um tempo". Assim, o lesbianismo e a atividade bissexual ou sexo grupal eram abastecidos pela cocaína.

O uso impregnado da cocaína na República alimentou a era da "erótico-mania... cabarés, clubes de sadomasoquismo, bordéis ... e o status como a Meca para fetiches podólatras fora de controle..." e "depravação excessiva."  Em Berlim, "... a atmosfera da cidade parecia transportar seus habitantes para um estado de frenesi sexual quase permanente." Sexo grupal entre pessoas de todos os gêneros, sexos, tendências e orientações eram abastecidos pela cocaína, álcool e outras drogas na "... incessante orgia que era a Berlim de Weimar."

A boemia e liberdade do Cabaré, um livre-mercado andrógino e pansexual

Cabarés eram o centro da vida noturna cultural na Berlim de Weimar, uma espiral de álcool, drogas, sexo, moda e arte performista.  O iniciante dramaturgo Bertol Brecht uma vez foi ao palco de um cabaré de Berlim para apresentar a “Balada do Soldado Morto”, uma balada satírica obscura na qual o exército alemão trazia à tona os corpos dos soldados e os enviavam de volta ao front, que era provavelmente uma droga depressora e desorientadora para as pessoas expelirem carreiras e fornicassem na entrevista.

Além dos cabarés, Berlim tinha centenas de bares, que eram altamente especializados fornecedores de héteros, gays, lésbicas, travestis homens e travestis mulheres, e expansivos pansexuais ocasionais.  Um provocativo performista andrógino certa vez respondeu a uma consulta a uma convidada estimada a respeito de seu gênero, “Eu sou o sexo que você deseja que eu seja, Madame.”

Em seu jubiloso bacanal dos arredores, berlinenses era possível encontrar também um show especial chamado “Noites Belas”, um absurdo coquetel de noite na ópera e passeio sórdido a um clube de striptease.  Conforme descrito por Tony Perrottet na publicação da Universidade de Drexel “A Alta Sociedade", “muitos outros cabarés eram simplesmente clubes de strip ou desfiles exibicionistas conhecidos eufemisticamente como ‘Noites Belas’, onde clientes depravados sentavam com binóculos muito embora a uma distância de somente 15 pés.”

A história da diversão do sexo oral por detrás dos bastidores

Marlene Dietrich merece duas manchas nessa lista, que faz sentido, dado que uma vez foi descrita como "talvez a mais ocupada e apaixonada bissexual na teatral Berlim".  Que honra! Obviamente, muitos americanos conhecem a atriz alemã pelos papéis em filmes clássicos como o “O Expresso de Shanghai”, “A Marca da Maldade”, “O Diabo Feito Mulher”, e “A Vênus Loira”, mas antes que ela desembarcasse em Hollywood, Dietrich era uma controversa bomba atômica sexual da cena alemã.

Os flertes de Dietrich por trás de bastidores na cena teatral selvagem da Berlim de Weimar eram particularmente fascinantes. Ela era conhecida pelo seu apetite sexual predador, que se manifestava em tudo de uma tal forma selvagem, incluindo um banquete vaginal improvisado parcialmente público com a colega atriz Edith Edwards.  O ator alemão registrado (e insano) Klaus Kinski, que namorou Edwards por muitos anos depois que a República de Weimar entrou em colapso (e era 27 anos mais jovem do que ela), relata o seguinte conto em sua auto-biografia: "Marlene rasgou as roupas de baixo de Edith nos bastidores de um teatro de Berlim e, usando somente sua boca, levou Edith ao orgasmo".

Anita Berber, sacerdotisa da depravação, que ingeria substâncias químicas tóxicas para suas práticas

Quando alguém escreve um livro chamado “Os Sete Vícios e Cinco Profissões de Anita Berber”: A Sacerdotisa da Depravação da Berlim de Weimar, você toma conhecimento que o assunto era tão licencioso quanto se sucederia.  Uma dançarina profissional, Berber também foi chamada de uma “mulher totalmente pervertida”, a “Condessa do Pecado”, “a encarnação viva do pecado”, e “uma encarnação do perverso".  Há gente no mundo que poderia matar alguém por um título como a Sacerdotisa da Depravação, que suplica pelo questionamento, como ela o mereceu?

Berber era uma hedonista extravagante, engajava-se em drogas e álcool com devassidão.  Um de seus favoritos 'coquetéis' era clorofórmio e éter misturado numa tigela, que ela mexeria com pétalas de rosa branca.  Isso indubitavelmente a deixava torta, e provavelmente também havia matado um punhado de células de seu cérebro.  Ela também gostava de cocaína, morfina e ópio.

Acima e além de sua propensão por químicas letais embebidas para ficar excitada, Berber era mais conhecida por suas conquistas sexuais. Havia rumores que ela interessava-se por dominação e sadomasoquismo, e era famosa por romper fronteiras sexuais e de gênero em performances burlescas nuas e andróginas.  Assim como o seu uso de drogas, Berber era aberta em seu bissexualismo libidinoso, que freqüentemente expunha um complete desrespeito pelas esferas pública e privada.  Tome, por exemplo, esse relato:

"À medida que os pequenos flertes noturnos viravam sussurros sugestivos e apalpação, Anita erguia-se e executava um apaixonado tango com Mia, uma atraente ruiva e a parceira de uma notória lésbica chamada Ellen.  Enquanto o público agregava-se ao redor das dançarinas embriagadas, Anita metodicamente empalmava os bicos do seio da voluptuosa garota até quase o colapso de uma rendição orgásmica.  Ellen corria para apoiar sua instável amante e mandava Anita se sentar.  A atmosfera crepitava com tensão e provocação sexual."

Talvez Berber seja mais sucintamente resumida pelos contemporâneos que a descreveram como “o espírito mais fora do comum que eu já encontrei no bizarro submundo da sexualidade humana.”

Cortar o ganso, a mais sadística diversão sexual da República de Weimar

Cortar o ganso é mais sexy do que parece.  Talvez.  Seu interesse se reside em provavelmente amar ou detestar Marquês de Sade.  Se você é um desviado sexualmente multitarefas e saboreia a oportunidade de misturar sodomia, bestialidade e uns outros atos imundos fora do menu de imundície ao mesmo tempo, cortar o ganso é apropriado a seu tubo de esgoto.

Em sua memória, “Os Europeus”, o jornalista italiano Luigi Barzini descreve esse não-usual ato sexual oferecido na República de Weimar:

"Eu vi cafetões oferecendo algo a alguém: garotinhos, garotinhas, jovens roubstos, mulheres libidinosas, animais.  A história chega aos contornos de que um ganso macho cujo pescoço é cortado no apropriado momento do êxtase, o que daria o mais delicioso frisson de todos – na medida em que se permite curtir sodomia, bestialidade, homossexualismo, necrofilia e sadismo num só ato.  A gastronomia, também, na medida em que se poderia comer o ganso mais tarde."

Você poderia comer o ganso mais tarde.  Aquelas palavras deveriam assombrar seus sonhos.  Embora para ser justo, é provavelmente uma morte menos agonizante do que o foie gras.

A moda era uma ferramenta agressiva para afirmar sexualidade e gênero na Berlim gay

Se você já viu um filme expressionista alemão, sabe que a moda de Weimar era algo incrível.  Era ruidosa, gótica, sexual, macabra, enfeitada, pungente e ousada.  Imagine desenhistas alemães se apropriando da estética francesa e você está na proximidade.  Apesar disso, a moda apresentava tanto forma quanto função na República de Weimar, e em muitos casos, sua função era tornar os padrões de sexualidade e gênero ousados e agressivos.

Nos cabarés de Berlim, homens e mulheres usavam roupas para expressar atitudes não-binárias rumo ao gênero, revelando uma fluidez que era assustadoramente progressista para o início do século XX.  A apropriação de vestimenta tradicional unissex era um padrão social para muitos na República de Weimar.  Conforme Katie Sutton escreve em “A Mulher Masculina na Alemanha de Weimar", “... no interior da emergente subcultura homossexual feminina, modas masculinas tomavam os significados que resistiam às codificações e tendências dominantes."

Robert Beachy, autor de Berlim Gay, afirmava finalmente da sexualmente liberada cultura gay da Berlim entreguerras durante uma entrevista com NPR.  Claire Waldoff, Beachy declarou:

"... ela era na realidade uma lésbica.  Ela vivia com sua parceira.  Nem todas suas amigas eram gays ou lésbicas, assim ela se socializava com vários outros entretenedores, mas sua sexualidade era algo que nunca foi oculta.  E provavelmente a maioria das pessoas entendia que ela realmente amava mulheres e estava com uma mulher.  Assim, penso eu, isso era o bastante de parte de sua identidade."

A moda era também usada pelas mulheres para fazerem declarações sobre liberação econômica e sexual.  De acordo com Katharina von Ankum, autora de “Mulheres em Metropolis: Gênero e Modernidade na Cultura de Weimar”, para muitas mulheres, "[m]oda prometia liberação sexual, mobilidade sexual e gratificação narcisista fora dos confinamentos das políticas de identidade tradicionais."

E então havia Anita Berber, outrora bebedora de clorofórmio e éter absorvida em pétalas de rosa, que promoveu a sexualidade e moda até o ponto que você pudesse fazer uma curta caminhada com a bunda de fora tendo orgias no transporte público:

"A moda vanguardista era a bonita dançarina ruiva e a estrela do cinema mudo Anita Berber, que vagava com seu rosto polvilhado com um repulsivo branco e um vívido batom vermelho, completamente nua debaixo de um casaco de pele de marta, exceto por uma corrente de ouro em volta de seu tornozelo e um filhote de chimpanzé em seu ombro.  Uma vez moderadas garotas alemãs começaram a copiar seu estilo, e até prostitutas acharam difícil prosseguir com os padrões de sensualidade exposta."

Fluidez de gênero era um ótimo divertimento e orgias com travestis eram um paraíso não convencional

Trocas de papéis de gênero eram algo imenso durante a República de Weimar.  Travestismo era uma atividade popular, até entre heterossexuais, e freqüentemente vinha de mão em mão com exploração de gênero e sexualidade não-binários num ambiente seguro.  O escritor austríaco Stefan Zweig (que, tenha em mente, era crítico de toda essa liberação sexual), descreveu a perversão desta forma:

"Berlim transformou-se na Babel do mundo.  Alemães trouxeram à perversão todo seu sistema de veemência e amor.  Garotos caracterizados com cinturas artificiais desfilavam na Kurfürstendamm … Mesmo Roma [antiga] não conheceu orgias como a Berlim da subcultura travesti, onde centenas de homens em roupas de mulheres e mulheres em roupas de homens dançavam sob os benevolentes olhos da polícia.  No meio do colapso geral dos valores, um tipo de insanidade estabeleceu-se precisamente naqueles círculos de classe média que tiveram até aqui sido abalados em sua ordem.  Jovens mulheres orgulhosamente gabavam-se serem pervertidas, ao ponto que serem suspeitas de virgindade aos dezesseis fosse considerado uma desgraça em toda escola em Berlim."

Tudo provavelmente abastecido por quantidades insanas de cocaína e álcool, pois quem está pronto a se travestir em 1924?

Famosa demonesa libidinosa, Marlene Dietrich, roubou a adolescência de Greta Garbo e quebrou seu coração

Embora uma vez se pensou que a lenda das telas de cinema suecas, Greta Garbo, e a notória demonesa de Hollywood Marlene Dietrich não fossem particularmente bem familiares, a escritora Diana McLellan alega ter provas reveladoras que essas duas deusas das telas foram verdadeiramente amantes no início de suas carreiras.

Em 1925, na idade dos 19, Garbo, que estava vivendo em Berlim, apareceu na Joyless Street ao lado de Dietrich, que tinha 23.  Dietrich negou consistentemente ter estado no filme, e na medida em que nenhum impresso completo disso sobreviveu, ficou difícil provar seu erro.  McLellan estudou extensivamente a cena sobrevivente para ver a performance de Garbo.  Durante o processo, e utilizando diversas fotos antigas como meio de verificação, é quase certo que ela e Dietrich aparecem em várias cenas-chave na Joyless Street.

De acordo com a pesquisa de McLellan, Garbo e Dietrich tiveram um tórrido romance no local de filmagem.  A jovem impressionável Garbo caiu de joelhos por Dietrich, que não tinha qualquer interesse em um relacionamento duradouro.  O romance foi incendiário, mas rápido, e deixou ambas atrizes amarguradas com a vida.  Dietrich, posteriormente, confidenciou ao amigo e escritor Sam Taylor que Garbo foi uma não-inteligente "garota escandinava" que vestia roupas íntimas imundas.

"Garbo," McLellan explica que ela "se sentiu traída por um monstro que falava de seus segredos, debochava de suas raízes e desprezava-a em seu sexo.  Ela ficou ferida, constrangida e traumatizada."

Prostituição era desregulada, amplamente difundida e pesadamente politizada

Conforme Laurie Marhoefer da Universidade de Siracusa escreveu em "Degeneração, Liberdade Sexual e Política na República de Weimar, 1918-1933,"houve um movimento para desregulamentar a prostituição na Alemanha entreguerras que resultou numa nova lei.  Em 1927, o Reichstag aprovou uma lei que tornou perfeitamente legal para mulheres vender sexo na Alemanha sem supervisão policial."

A depender de seu interesse, você podia obter prostitutas entregues numa limousine com champagne ou escolher uma pessoa detonada na rua.  Apesar disso, conforme Jill Suzanne Smith do Bowdoin College explica, a prostituição na República de Weimar não foi simplesmente um nível capitalista de reforço dos valores patriarcais de acordo com o qual heterossexuais iam atrás de mulheres para compra.

"A historiadora Julia Roos, por exemplo, demonstra em seus arquivos que a participação ativa de prostitutas no debate público sobre a reforma da prostituição criou um ‘contra-discurso’ que “contradisse a difusão de estereótipos das prostitutas como apáticas e ‘degeneradas’.”  Realmente, Roos argumenta que uma análise da prostituição é central para uma investigação das drásticas mudanças em papéis de gênero que tomaram lugar durante a República de Weimar... Em vez de ler a prostituição simplesmente como um indicador do entrincheiramento das estruturas patriarcais, pode também ser lido para expor fendas naquelas completas estruturas."

Como Stephen Lemons escreve para o Salon, conforme a inflação tornava o papel moeda essencialmente sem valor, as mulheres tomavam as ruas em rebanhos procurando por clientes precisamente para que elas pudessem comer e manter um telhado sobre suas cabeças.  Algumas até moviam-se em grupos com as filhas.

Como é tornado abundantemente claro em “Sexo e a República de Weimar: Emancipação Homossexual Alemã e a Ascensão do Nazismo”, havia uma plenitude de prostitutos masculinos em Berlim de todas as posições do espectro sexual.  Com cuidado com o retrocesso conservador contra o hedonismo de Weimar, havia um mito popular na Alemanha que os prostitutos masculinos eram em sua maioria homens héteros que se permitiam ser usados como gays para que pudessem roubá-los.  Se somente os gays pudessem ser parados, aqueles voluntariosos prostitutos héteros poderiam ser convertidos em bons e produtivos alemães.

Fonte:



Saturday, March 03, 2018

Os principais mentores do politicamente correto


por Pat Buchanan

Como sub-comissário da cultura no regime de Bela Kun, Lukacs colocou suas auto-descritas idéias "demoníacas" em ação no que veio a ser conhecido como "terrorismo cultural."

Como parte desse terrorismo, ele instituiu um programa radical de educação sexual nas escolas Húngaras.  As crianças eram instruídas no amor livre, no intercurso sexual, na natureza arcaica dos códigos da família de classe média, na obsolescência da monogamia,   e a irrelevância da religião, que priva o homem de todos os prazeres.  As mulheres, também, eram chamadas a se rebelarem contra os costumes da época.

O propósito de Luckacs em promover a licenciosidade entre as mulheres e crianças era destruir a família, a instituição central do Cristianismo e da cultura Ocidental.  Cinco décadas depois de Lukacs fugir da Hungria, suas idéias seriam entusiasticamente abraçadas pelas pessoas que nasceram durante o Baby Boom na "revolução sexual."

O segundo discípulo foi Antonio Gramsci, um Comunista Italiano que começou mais recentemente a merecer reconhecimento merecido como o maior estrategista Marxista do século XX.

Debilitado na prisão, perto da morte por tuberculose, Gramsci finalmente foi liberto, mas morreu em 1937 aos quarenta e seis. Mas em suas agendas na prisão ele deixou os projetos para uma bem sucedida revolução Marxista no Ocidente.

Ao invés de tomar o poder primeiro e impor uma revolução cultural de cima, Gramsci argumentou que os Marxistas no Ocidente devem primeiro mudar a cultura; depois o poder cairia em suas mãos como frutas maduras.  Mas para mudar a cultura, seria necessário uma "longa marcha através das instituições"- arte, cinema, teatro, escolas, universidades, seminários, jornais, revistas e a nova mídia eletrônica, o rádio.  Uma por uma, havia de ser capturada e convertida e policiada em uma agência da revolução.  Então, o povo poderia ser vagarosamente educado a entender e até a saudar a revolução.

Gramsci encorajou seus camaradas Marxistas a formar frentes populares com intelectuais Ocidentais qeu compartilhavam seu desprezo pelo Cristianismo e pela cultura burguesa e que formavam as mentes dos jovens.  Mensagem aos camaradas: "É a cultura, estúpido!" Na medida em que a cultura Ocidental pariu o capitalismo e sustentava-o, se essa cultura pudesse ser subvertida, o sistema cairia com seu próprio peso.  Na capa de seu desbocado bestseller de 1970, The Greening of America, o manifesto da contracultura, o escritor Charles Reich imitava Gramsci com perfeição:

Há uma revolução chegando. Ela não será como as revoluções do passado.  Ela brotará com o indivíduo e com a cultura, e mudará a estrutura política somente como seu ato final.  Não requererá violência para ter sucesso, e não pode ser bem sucedida resistida com violência.  Está neste momento se difundindo com rapidez espantosa, e já nossas leis, instituições e estrutura social está mudando em conseqüência ....

Essa é a revolução da nova geração.

A ESCOLA DE FRANKFURT VEM PARA A AMÉRICA

Em 1923, Lukacs e os membros do partido Comunista Alemão fundaram, na Universidade de Frankfurt, um Instituto para o Marxismo modelado no Instituto de Marx-Engels em Moscou. Depois de alguma reflexão, eles decidiram por um nome menos provocativo, o Instituto pela Pesquisa Social.  Logo se tornaria conhecido simplesmente como a Escola de Frankfurt.

Em 1930, um Marxista renegado e admirador do Marquês de Sade, Max Horkheimer, se tornou seu diretor. Horkheimer, igualmente, concluiu que Marx errou. A classe trabalhadora não acordava para seu papel como vanguarda da revolução.  Já, os trabalhadores Ocidentais estavam com felicidade entrando na classe média, a detestada burguesia.

Com a direção de Horkheimer, a Escola de Frankfurt começou a retraduzir o Marxismo em termos culturais.  Os antigos manuais de campo de batalha foram jogados fora, e novos manuais foram escritos.  Para os antigos Marxistas, o inimigo era o capitalismo; para os novos Marxistas, o inimigo era a cultura Ocidental. Para os antigos Marxistas, o caminho para o poder era a derrubada violenta do regime, como em Paris em 1789 e em São Petersburgo em 1917. Para os novos Marxistas, o caminho para o poder era não violento e requereria décadas de trabalho paciente.  A vitória viria somente depois que as crenças Cristãs morressem na alma do Homem Ocidental. E isso aconteceria somente depois que as instituições de cultura e educação fossem capturadas e alistadas por aliados e agentes da revolução.  Ocupando as instituições do Ocidente, suas "fortalezas e fortificações", e o Estado, o "canal exterior", caíram sem luta.

Mais ou menos na mesma época, o crítico de música Theodor Adorno, o psicólogo Erich Fromm e o sociólogo Wilhelm Reich juntaram-se à Escola de Frankfurt. Mas, em 1933, a história intrometeu-se brutalmente. Adolf Hitler chegou ao poder em Berlim, e como as lideranças da Escola de Frankfurt eram Judaicas e Marxistas, eles não eram algo idôneo para o Terceiro Reich. A Escola de Frankfurt empacotou sua ideologia e voou para a América.  Também partindo estava um estudante graduado pelo nome de Herbert Marcuse. Com a assistência da Universidade de Columbia, eles instalaram sua nova Escola de Frankfurt em Nova Iorque e redirecionaram seus talentos e energias para minar a cultura do país que lhes deu refúgio.

Entre as normas armas de conflito cultural que a Escola de Frankfurt desenvolveu estava a Teoria da Crítica.  O nome soa benigno o suficiente, mas significa uma prática que é tudo menos benigno.  Um estudante da Teoria Crítica a definia como o "a crítica essencialmente destrutiva de todos os principais elementos da cultura Ocidental, incluindo o Cristianismo, a autoridade, a família, patriarcado, hierarquia, moralidade, tradição, moderação sexual, lealdade, patriotismo, nacionalismo, hereditariedade, etnocentrismo, convenção e conservadorismo".

Usando a Teoria Crítica, por exemplo, o Marxista cultural repete insistentemente a acusação que o Ocidente é culpado por crimes genocidas contra toda civilização e cultura que ele encontrou. Sob a Teoria Crítica, repete-se que as sociedades Ocidentais são os maiores repositórios da história de racismo, sexismo, nativismo, xenofobia, homofobia, anti-semitismo, fascismo e nazismo.  Sob a Teoria Crítica, os crimes do Ocidente fluem do caráter do Ocidente, como modelado pelo Cristianismo.

A Teoria Crítica no fim das contas induz ao "pessimismo cultural", um sentido de alienação, de falta de esperança, de desespero onde, muito embora prósperas e livres, um povo venha a enxergar sua sociedade e país como opressivo, mau e indigno de sua lealdade e amor. Os novos Marxistas consideraram o pessimismo cultural uma pré-condição necessária de mudança revolucionária.

Sob o impacto da Teoria Crítica, muitos da geração dos anos sessenta, a maioria privilegiada em história, convenceram-se que estivessem vivendo em um inferno intolerável.

Mas o livro mais influente já publicado pela Escola de Frankfurt foi “A Personalidade Autoritária”. Em seu enfeite de altar da Escola de Frankfurt, o determinismo econômico de Karl Marx é substituído pelo determinismo cultural. Se uma família é profundamente Cristã e capitalista, dirigida por um pai autoritário, você pode esperar que os filhos cresçam racistas e fascistas.

Onde Marx criminalizava a classe capitalista, a Escola de Frankfurt criminalizou a classe média.

Tendo descoberto o habitat do fascismo nas famílias patriarcais, Adorno agora identificava seu habitat natural: a cultura tradicional: "É uma hipótese bem conhecida que a suscetibilidade ao fascismo é um fenômeno mais caracteristicamente de classe média, que `está na cultura' e, conseguintemente, aqueles que obedecem ao principal dessa cultura serão os mais preconceituosos."

Eles afirmavam sem rodeios que indivíduos criados em famílias dominadas pelo pai, que são exagerados patriotas e seguem religiões antigas, são fascistas incipientes e nazistas em potencial.  Como uma cultura conservadora e Cristã gera o fascismo, aqueles profundamente imergidos em tal cultura devem ser observados com atenção pelas tendências fascistas.

Essas idéias foram internalizados pela Esquerda.  Já em meados dos anos 60, figuradas conservadores e de autoridade que denunciavam ou se opunham à revolução no campus eram rotineiramente rotulados de "fascistas".

Comitê Central de Moscou em 1943:

Membros e organizações de fachada devem continuamente causar desconforto, desacreditar e degradar nossos críticos.  Quando obstrutores se tornarem muito irritantes, rotulem-nos como fascistas, nazistas ou anti-semitas .... A associação se tornará um “fato” na mente pública, após suficiente repetição.

Desde os anos 60, oponentes estigmatizados como inimigos ou doentes mentais foram a arma mais efetiva no arsenal da esquerda.  Eis a "formula secreta" descrita pelo psicólogo e escritor Thomas Szasz: "Se você quer rebaixar o que uma pessoa está fazendo . . . chame-a de doente mental." Por detrás disso tudo está uma agenda política.  Nossa sociedade doentia está em necessidade de terapia para curar-se de seu preconceito inato.

Essa é a raiz do "estado terapêutico" – um regime onde o pecado é redefinido como doença, o crime se torna um comportamento anti-social e o psiquiatra substitui o padre.  Se o fascismo está, como diz Adorno, "na cultura", então todos nós educados naquela antiga cultura do país e de Deus dos anos 40 e 50 estamos em necessidade de tratamento para nos ajudar a encarar face a face os preconceitos e intolerâncias nos quais fomos marinados desde o nascimento.

Uma outra intuição de Horkheimer e Adorno era perceber que a estrada para a hegemonia cultural era através de condicionamento psicológico, não por argumento filosófico. As crianças poderiam ser condicionadas na escola a rejeitar as crenças morais e sociais de seus pais como racistas, sexistas e homofóbicas e condicionadas a abraçar uma nova moralidade.

A indústria do entretenimento . . . tem absorvido completamente a ideologia do Marxismo cultural e a prega incessantemente não somente em sermões, mas em parábolas: mulheres fortes espancando homens fracos, crianças mais espertas que seus pais, negros mais ricos confrontando a violência dos brancos mais pobres, homossexuais viris que levam vidas normais.  Isso tudo é fábula, uma inversão da realidade, mas a mídia do entretenimento faz parecê-la real, mais assim do que o mundo que se apresenta além da porta da frente.

Marcuse forneceu a resposta para a pergunta de Horkheimer: Quem desempenhará o papel do proletariado na esperada revolução cultural?

Os candidatos de Marcuse: juventude radical, feministas, militantes negros, homossexuais, os alienados, os anti-sociais, os revolucionários do Terceiro Mundo, todas as vozes iradas das "vítimas" perseguidas do Ocidente. Esse seria o novo proletariado que derrubaria a cultura a cultura Ocidental. Entre os "oprimidos", os recrutas potenciais para essa revolução, o próprio Gramsci incluía todos os "grupos marginalizados da história . . . não somente os oprimidos economicamente, mas também as mulheres, as minorias raciais e muitos criminosos." Charles Reich era o eco de Marcuse e Gramsci: "Um dos caminhos que a nova geração luta para sentir-se como estranhos é identificar-se com os negros, os pobres, com Bonnie e Clyde, e com os perdedores desse mundo. " Coincidentemente, em 1968, o ano de “Bonnie e Clyde”, um filme romantizando dois assassinos pervertidos, foi candidato a um Oscar.

As sociedades do passado foram subvertidas por palavras e livros, mas Marcuse acreditava que sexo e drogas eram armas superiores.  Em “Eros e Civilização”, Marcuse urgia um abraço universal ao Princípio do Prazer. Rejeitar inteiramente a ordem cultural, dizia Marcuse (era sua "Grande Recusa"), e nós podemos criar um mundo de "perversidade polimorfa”.

Os livros de Marcuse eram consumidos.  Ele se tornou uma figura culta.  Quando estudantes se revoltaram em Paris em 1968, eles carregavam faixas proclamando "Marx, Mao e Marcuse".

"Faça amor, não guerra" era o slogan inspirado no próprio Marcuse. Em “Um Homem Dimensional”, ele defendia a ditadura educacional. Em "Tolerância Repressiva", ele exige uma nova "tolerância libertadora" que implica na "intolerância contra movimentos de direita e tolerância de movimentos da esquerda".  O duplo padrão contra o qual a Direita se enfurece, e que permite aos conservadores serem ridicularizados pelos pecados que são perdoados à Esquerda, é a "tolerância repressiva" em ação.

A antiga visão Marxista de trabalhadores se sublevando para derrubar seus soberanos capitalistas foi ontem.  Hoje, Herbert Marcuse e seus sequazes colocariam um fim a uma corrupta civilização Ocidental, ocupando suas instituições culturais e convertendo-as em agências de reeducação e da revolução. Como Roger Kimball, escritor e editor na New Criterion escreve:

No contexto das sociedades Ocidentais, a "longa marcha através das instituições" significava o nas palavras de Herbert Marcuse - "trabalhar contra as instituições estabelecidas enquanto nelas trabalhasse".  Era principalmente por esses meios – através da insinuação e infiltração em vez do confronto – que os sonhos contra-culturais de radicais como Marcuse triunfaram.

Para Marxistas culturais, nenhuma causa classifica-se de forma mais elevada do que a abolição da família, que eles desprezavam como uma ditadura e a incubadora de sexismo e injustiça social.

Hostilidade à família tradicional não era novidade aos Marxistas. Em “A Ideologia Alemã”, o próprio Marx escreveu que os machos patriarcais consideram esposas e filhos primeiramente como propriedade.  Em “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, Engels popularizou a convicção feminista que toda discriminação contra as mulheres provém da família patriarcal. Erich Fromm argumentava que as diferenças entre os sexos não era inerente, mas uma ficção da cultura Ocidental.  Fromm se tornou um pai fundador do feminismo. Para Wilhelm Reich, "A família autoritária é o estado autoritário em miniatura .... O imperialismo Familial é . . . reproduzido no imperialismo nacional".  Para Adorno, a família patriarcal era o berço do fascismo.

Para decapitar a família com o pai como seu chefe, a Escola de Frankfurt defendia as alternativas de matriarcado, onde as mães mandam na casa, e a "teoria andrógina", na qual os papéis na família de macho e fêmea são intercambiáveis, e mesmo revertidos. Boxe para mulheres, mulheres em combate, rabinos e bispos mulheres, Deus como Ela, G.I. Jane por Demi Moore, Sigourney Weaver como Rambo estimulando um aterrorizado e contraído soldado em Aliens, e todos os filmes e demonstrações que retratam as mulheres como duras e agressivas e os homens como sensíveis e vulneráveis testemunham o sucesso da Escola de Frankfurt e a revolução feminista que ajudou a parir.

Como Lukacs, Wilhelm Reich acreditava que o caminho para destruir a família era através de políticas revolucionárias sexuais e educação sexual precoce. O aparecimento da educação sexual nas escolas fundamentais na América se deve a Lukacs, Reich, e à Escola de Frankfurt.

Na morte do Ocidente, a Escola de Frankfurt deve ser acreditada como a principal suspeita e cúmplice. A propaganda agressiva contra a família que ela defendia contribuiu para o seu colapso.  A família nuclear hoje representa menos de ¼ dos lares americanos. E a liberação das mulheres dos papéis tradicionais de esposa e mãe, a qual a escola estava entre os primeiros a defender, conduziu ao rebaixamento e declínio daqueles papéis na sociedade americana.

Milhões de mulheres ocidentais agora compartilham a hostilidade das feministas pelo casamento e maternidade.  Milhões adotaram a agenda do movimento e não têm qualquer intenção de se casar e nenhum desejo de ter filhos.  Seu abraço ao Princípio do Prazer de Marcuse, suas jornadas de trabalho na revolução sexual significam afastar-se do casamento.  E, como nosso divórcio e as taxas de natalidade demonstram, até os casamentos registrados são menos estáveis e menos frutíferos. Nas desabitadas nações da Europa, mesmo nas antigas nações Católicas, o uso de contraceptivos é quase universal. Contracepção, esterilização, aborto e eutanásia são os quartos cavaleiros da "cultura da morte". A pílula e a camisinha se tornaram a foice e o martelo da revolução cultural.

Nos anos 50, Khrushchev ameaçou "nós enterraremos vocês".  Mas nós os enterramos.  Todavia, se o homem Ocidental não encontra um caminho para repensar sua taxa de natalidade em desmoronamento, o Marxismo cultural será bem sucedido onde falhou o Marxismo Soviético.

Um retorno a uma taxa de fertilidade mais elevada naqueles países cuja fertilidade esteja declinando até o presente pode ser esperada somente se houver uma mudança no "estado de ânimo" desses países, uma mudança do pessimismo presente até o estado de mente que poderia ser comparado àquele da era do "baby-boom", durante a era da reconstrução do pós-2ª Guerra Mundial.

Nenhuma tal "mudança de estado de ânimo" é remotamente visível no Antigo Continente, onde as taxas de natalidade continuam a despencar.

Em um terço de século, o que era denunciado como a contra-cultura se tornou a cultura dominante, e o que era a cultura dominante tem se tornado, na frase de Gertrude Himmelfarb uma "cultura dissidente."  Os valores da revolução dominam o homem médio.  O Politicamente Correto domina.  O desafio de nossa nova ortodoxia qualifica-se como "discurso de ódio", o desrespeito aos seus dogmas como um sinal de doença mental.

O Politicamente Correto é Marxismo cultural, um regime para punir os dissidentes e estigmatizar a heresia social como a Inquisição punia heresia religiosa. Sua marca registrada é a intolerância.  Classificando seus adversários como inimigos, doentes mentais, escreve o jornalista Peter Hitchens em sua lamentação por seu país, “A Abolição da Grã-Bretanha”, o novo regime imita dos métodos do Instituto Serbsky da União Soviética, que costumava classificar dissidentes políticos como Natan Sharansky como insanos, antes de trancafiá-los em um hospital psiquiátrico.  O que Americanos descrevem com a "frase casual . . . politicamente correto", diz Hitchens, é "o sistema de pensamento mais intolerantes para dominar as Ilhas Britânicas desde a Reforma." Assim também nos Estados Unidos.

Opor-se às ações afirmativas qualifica-o como um racista.  Insistir que há papéis na sociedade inadequados para as mulheres, tais como comandante da frota de guerra, é ser rotulado como um sexista.  Se você acredita que a imigração está indo muito além de nossa coesão social, você é um nativista ou um xenófobo.  Em 1973, a Associação Psiquiátrica Americana foi intimidada por militantes dos direitos dos gays em remover o homossexualismo das listas de desordens mentais.  Agora, alguém que considere-a uma desordem sofre de uma doença da alma chamada homofobia.

O estudioso e escritor Paul Gottfried chama isso de "a desumanização do dissidente".

Palavras são armas, disse Orwell. Tradicionalistas já têm que descobrir efetivas contra-medidas.  Por chamar um inimigo de racista ou fascista, você não precisa mais responder aos seus argumentos.  Ele deve defender seu caráter.  Em um tribunal, o acusado é inocente até que a culpa ser provada.  Mas se a acusação é racismo, homofobia ou sexismo, há hoje a presunção da culpa.  A inocência deve ser provada pelo acusado além de uma dúvida razoável.

Orwell escutou a palavra "fascista" ser utilizada tão freqüentemente que ele presumia que, se Jones chamasse Smith de um fascista, Jones queria dizer "Eu odeio Smith!" Mas se Jones tivesse dito, "Eu odeio Smith," ele estaria confessando um ódio anticristão. Chamando Smith de fascista, ele não necessita explicar o motivo pelo qual odeia Smith ou não pode superar Smith num debate; ele forçava Smith a provar que ele não é um admirador secreto de Adolf Hitler. Huey Long estava certo.  Quando o fascismo veio até a América, ele veio no nome do anti-fascismo.

Que Lukacs, Gramsci, Adorno, Marcuse e a Escola de Frankfurt tiveram imensa influência na história cultura e intelectual da América é inegável.  Mas, diferente dos Bolcheviques, eles não atacaram um Palácio de Inverno, não tomaram o poder, e não impuseram suas idéias pela força e pelo terror; eles não eram gigantes, como Marx, a quem os homens prestaram homenagem.  Poucos Americanos mesmo os conhecem.  Ninguém, nem mesmo Marcuse, era um São Paulo, um Lutero, ou um Wesley. Eles eram renegados intelectuais e inadaptados morais, sim, mas foram também homens que pensavam de forma não convencional, e puseram em circulação as idéias de como uma revolução bem-sucedida poderia ser lançada no Ocidente, contra o Ocidente.  E suas idéias triunfaram.  As elites Americanas, que podem nem mesmo saber hoje quem foram os pensadores de Frankfurt, ingeriram suas idéias como ração.

Margaret Sanger, a fundadora da Planned Parenthood, foi uma radical mais famosa do que qualquer um da Escola de Frankfurt, e ela antecipou suas idéias: "Apelos de controle de natalidade para os radicais avançados porque é calculado minar a autoridade das igrejas cristãs. Eu espero ansiosamente ver a humanidade livre algum dia da tirania do Cristianismo não menos que do capitalismo.

Foram Lukacs, Gramsci, Adorno e Marcuse homens indispensáveis? Provavelmente não, mas eles desenvolveram a estratégia e as táticas de uma revolução Marxista bem sucedida no Ocidente, e a cultura que eles prepararam para destruir não é mais a cultura dominante na América ou no Ocidente.  Eles começaram suas vidas como párias e podem terminar no lado vencedor da história.
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