Wednesday, April 02, 2014

Iraque pode legalizar pedofilia


Onze anos depois da saída das tropas norte-americanas do Iraque, de onde os Estados Unidos deixaram 4.500 vidas com o objetivo de introduzir a democracia, o governo de Bagdad apresentou ao Parlamento um projeto de lei sobre a família que pretende legalizar o matrimônio das crianças, segundo os preceitos mais estritos da lei islâmica, a Sharía.

Além de permitir que, no caso particular das meninas, possam contrair núpcias a qualquer idade (uma cláusula autoriza que possam se divorciar aos 9 anos, para unir-se a outro homem), o polêmico projeto inclui outros artigos insólitos.  Entre eles, as condições nas quais uma mulher pode amamentar seu bebê, o número de noites que um polígamo pode passar com cada uma de suas esposas.

Segundo os analistas, a concessão ao integrismo islamista é uma operação política do primeiro ministro Al Maliki, de confissão muçulmana que é considerado até hoje como “moderado”, para atrair a seu favor o partido radical Fadhila.  As eleições legislativas previstas para o dia 30 de abril outorgam a Al Maliki, segundo as sondagens, uma minoria no Parlamento, pelo que sua súbita conversão à Sharía busca em realidade assegurar para si o apoio do partido fundamentalista.

Uma eventual aprovação parlamentar dessa legislação sobre a mulher e a família aumentaria, não obstante, a violência e a fragmentação religiosa do país, já que a minoria sunita defende outra interpretação do Corão.  A minoria cristã do Iraque, outrora uma das mais importantes do mundo árabe, já não conta; desde o começo da invasão norte-americana e posterior guerra civil, os cristãos iraquianos sofreram uma autêntica hecatombe, vítimas dos ataques terroristas e do exílio.

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