Friday, July 12, 2019

Como os nazistas destruíram o primeiro movimento de direitos gays


Bem recentemente, o gabinete alemão aprovou um projeto de lei que eliminará as acusações de milhares de alemães por “atos homossexuais” sob a lei anti-gay conhecida como “Parágrafo 175.”  Essa lei data de 1871, quando o primeiro código legal alemão foi criado.

Foi revogada em1994.  Mas houve um sério movimento para revogar a lei em 1929 como parte de um amplo movimento de direitos LGBTQ.  Isso foi justamente antes dos nazistas chegarem ao poder e ampliarem a lei anti-gay, e assim procurar aniquilar os europeus gays e transgêneros.

A história de quão íntimo a Alemanha – e muito da Europa – veio a liberar sua gente LGBTQ antes de reverter violentamente essa tendência sob novos regimes autoritários é um objeto de lição para demonstrar que a história dos direitos LGBTQ não tem registro de um progresso constante.

O primeiro movimento de liberação LGBTQ

Nos anos de 1920, Berlim tinha aproximadamente 100 bares ou cafés para gays e lésbicas.  Viena tinha uma dúzia de cafés gays, clubes e livrarias.  Em Paris, certas regiões eram famosas pelas exposições abertas da vida noturna gay e trans.  Até Florença, Itália, tinha seu próprio distrito gay, como fizeram muito menores cidades europeias.

Filmes começaram a retratar caracteres gays como simpáticos.  Protestos eram organizados contra ofensivas representações dos LGBTQ à venda ou em cena.  E empresários da mídia perceberam que havia uma classe média gay e público leitor trans a quem eles poderiam abastecer.

Parcialmente conduzindo essa nova era de tolerância estavam os doutores e cientistas que começavam a olhar o homossexualismo e “travestismo” (uma palavra daquela era que abrangia as pessoas transgêneras) como uma característica natural com a qual alguns nasciam, e não um “desarranjo”.  A história de Lili Elbe e a primeira moderna mudança de sexo, tornou-se famosa no recente filme “A Garota Dinamarquesa” refletia esses padrões.

Por exemplo, Berlim abriu seu Instituto para Pesquisa Sexual em 1919, local onde o termo “transsexual” foi cunhado, e onde as pessoas podiam receber aconselhamento e outros serviços.  Seu doutor principal, Magnus Hirschfeld, também consultou a mudança de sexo de Lili Elbe.

Conectado a esse instituto estava uma organização chamada o “Comitê Científico-Humanitário.”  Com o lema “justice através da ciência”, esse grupo de cientistas e pessoas LGBTQ promoviam direitos iguais, argumentando que as pessoas LGBTQ não eram aberrações da natureza.

A maioria das capitais européias recebeu um ramo do grupo, que patrocinava conversações e procurava revogação do “Parágrafo 175” da Alemanha.  Combinando com outros grupos liberais e políticos, sucedeu-se em influenciar um comitê parlamentar Alemão a recomendar a revogação ao futuro governo em 1929.

A reação

Enquanto esses desenvolvimentos não significariam o fim de séculos de intolerância, os anos de 1920 e começo de 30 certamente pareciam o início do fim.  Por outro lado, a maior “saída do armário” de gays e trans provocavam seus oponentes.

Um repórter francês, expressou pesar ao perceber à abertura do povo LGBTQ em público, queixando-se: “a doença contagiosa ... está corrompendo toda a redondeza.”.  A polícia de Berlim lamentou que revistas miravam homens gays – que eles chamavam de “material obsceno da imprensa” – estavam proliferando.  Em Viena, palestras do “Comitê Humanitário Científico” poderia ser abarrotado de apoiadores, mas um foi atacado por um jovem arremessando bombas fedorentas.  Um vereador parisiense em 1933 chamou-a de “uma crise moral” que os gays, conhecidos como “invertidos” a todo tempo, poderiam ser vistos em público.

“Longe de mim querer voltar ao fascismo”, disse o vereador, “mas nós temos que concordar com algumas coisas que aqueles regimes tem feito às vezes de bom … Um dia Hitler e Mussolini despertaram e disseram: ‘Honestamente, o escândalo foi longe demais’ … E … os invertidos … foram expulsos da Alemanha e da Itália no dia seguinte.”

A ascensão do Fascismo

Nos anos 30, a Depressão espalhava ansiedade econômica, enquanto lutas políticas em parlamentos europeus tendiam a derramar-se em lutas de rua entre direita e esquerda.  Partidos fascistas ofereciam aos Europeus uma escolha de estabilidade ao preço da democracia.  Tolerância de minorias estava desestabilizando, disseram.  Expandir liberdades dava aos indesejáveis a liberdade para minar e ameaçar a cultura moral tradicional.  Gays e trans eram um alvo óbvio.

Um dia em Maio de 1933, estudantes com saias brancas marchavam em frente ao Instituto de Pesquisa Sexual de Berlim – aquele porto-seguro para os LGBTQ – chamando-o de “Não-Alemão.”  Posteriormente, uma multidão rebocou sua livraria e a queimou.  Ainda depois, seu principal agente foi preso.

Quando o líder nazista Adolf Hitler precisou justificar a prisão e assassinato de ex-aliados políticos em 1934, ele disse que eles eram gays.  Isso ventilou um fanatismo anti-gay pela Gestapo, que abriu um ramo especial anti-gay.  Durante o ano seguinte somente, a Gestapo prendeu mais de 8.500 gays, muito provavelmente usando uma lista de nomes e endereços relacionados ao Instituto de Pesquisa Sexual.  Não somente o Parágrafo 175 não foi apagado, como um comitê parlamentar recomendou justamente uns poucos anos antes que fosse emendado para ser mais expansivo e punitivo.

À medida que a Gestapo se expandia por toda a Europa, expandia a caça.  Em Viena, todo homem gay era rebocado para as listas da polícia e eram questionados, tentando obter-lhes o nome de outros.  O sortudo ia pra prisão.  Os menos sortudos iam para Buchenwald e Dachau.  Na França conquistada, a polícia da Alsácia trabalhou com a Gestapo para prender pelo menos 200 homens e enviou-os para campos de concentração.  A Itália, com um regime fascista obcecado pela virilidade, enviou pelo menos 300 gays para campos brutais durante o período de guerra, declarando-os “perigosos para a integridade da raça.”

O número total de Europeus presos por serem LGBTQ sob o fascism é impossível de ser conhecido por causa da falta de registros confiáveis.  Mas uma estimativa conservadora é que houve dezenas de milhares a cem mil prisões somente durante o período de guerra.

Sob essas condições, bem mais LGBTQ na Europa cuidadosamente ocultavam sua sexualidade genuína para evitar suspeita, casando com membros do sexo oposto, por exemplo.  Demais a mais, se eles eram membros importantes da comunidade gay e trans antes dos fascistas chegarem ao poder, como era o caso da lésbica dona de clube de Berlim Lotte Hahm, era tarde demais para se ocultar.  Ela foi enviada a um campo de concentração.

Naqueles campos, gays eram marcados com um triângulo rosa.  Nesses lugares, homens com triângulos rosa eram escolhidos a dedo para particular abuso.  Um gay atribuiu sua sobrevivência a barganhar seu triângulo rosa por um vermelho – indicando que ele era simplesmente um Comunista.  Eles eram ostracizados e atormentados pelos seus colegas internos, também.

Em 1929, a Alemanha chegou perto de acabar com sua lei anti-gay, somente vendo-a fortalecida pouco depois.  Somente agora, depois de 88 anos, as condenações sob a lei estão sendo anuladas.

1 comment:

  1. A história é guiada pelo projeto de Deus, um projeto sempre focado na liberdade e na vida. O destino de uma sociedade sempre depende da atitude adotada diante desse projeto: ou terá liberdade e vida, ou produzirá escravidão e morte.



    A ONU - Organização das Nações Unidas desde o início é uma grande farsa, porque cada um dos cinco estado representado no Conselho de Segurança (e agora este) tem o direito de vetar uma sanção que deve julgá-los e a si mesmos. Isso significa não mais e não menos do que cada uma dessas grandes potências pode atacar um estado menor e, ao mesmo tempo, impedir qualquer ação contra si mesmo.

    Assim como sucedeu com o Iraque, Líbia e agora a Síria não se pode comparar com o exemplo de Hitler - porque Hitler atacou a Polônia em defender os alemães, conforme documentos https://bluntundehre.blogspot.com/2019/09/la-historia-censurada-el-holocausto-de.html?showComment=1577744967660#c8395285778940816112

    Como a Grã-Bretanha e a Polônia começaram a Segunda Guerra Mundial e culparam Hitler e os Alemães pela Eternidade! http://www.renegadetribune.com/blank-check-forked-tongues-britain-poland-started-wwii-blamed-hitler-germans-eternity/ + http://die-heimkehr.info/geschichte/blankoscheck-fuer-polen-gegen-deutschland/


    Hitler foi obrigado, forçado, compelido a PROTEGER OS ALEMÃES DO MASSACRE POLONÊS ENCOMENDADO PELA INGLATERRA E OS EUA https://www.wintersonnenwende.com/scriptorium/deutsch/archiv/greueltaten/pgvp000.html + https://nationalvanguard.org/2019/03/the-bromberg-bloody-sunday/
    Assim, a Segunda Guerra Mundial continua apenas com o Reich da Alemanha, porque os aliados até hoje não concederam um tratado de paz à Alemanha.

    Os líderes dos tempos de guerra dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da Rússia soviética PROMOVERAM precisamente TODA BARBÁRIE https://nationalvanguard.org/2014/11/the-rape-of-germany-2/ que acusaram os líderes do Eixo da Alemanha, Itália e Japão de CONSPIRAR PARA ALCANÇAR DOMINAÇÃOO MUNDIAL (corroborando o lema de Lênin: ACUSE-OS DO QUE VOCÊ FAZ, CHAME-OS DO QUE VOCÊ É https://flashbak.com/when-nazis-attack-mens-action-mags-and-hitlers-perverted-minions-28735/

    As mentiras menores são mais visíveis, são bois de piranha para encobrir BALELAS MUITO MAIORES, aparentemente invisíveis. https://www.osentinela.org/theodore-j-o-keefe/a-libertacao-dos-campos-fatos-a-se-considerar/?unapproved=28264&moderation-hash=a75a77f10139b7210f65dfbb8a9bd473#comment-28264

    Nacional Socialismo Alemão representou o ápice do progresso espiritual, moral, intelectual, social e ambiental alcançado pela raça humana. A realização da visão de Hitler teria sido comprovadamente uma bênção para a Europa e para todo o mundo https://nationalvanguard.org/2016/06/national-socialism-and-animal-rights/#comment-28619

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