(resumido
por henrymakow.com)
A
televisão é um narcótico que causa dependência, e um dos mais potentes dispositivos
de controle mental já produzidos. E eu
não estou me baseando somente em intuição. Eu tenho evidência neurológica para prová-lo.
Qualquer
comportamento que conduz a uma experiência prazerosa será repetida,
especialmente se aquele comportamento requer pouco esforço. Psicólogos chamam esse padrão de “reforço
positivo”. Isso é o que nós queremos dizer, tecnicamente
falando, por vício. Nesse sentido, a
televisão certamente ajusta-se à categoria de um agente que causa dependência.
Quando
você liga a TV, a atividade do cérebro transfere-se do hemisfério da esquerda
para a direita. Em verdade, experimentos
conduzidos pelo pesquisador Herbert Krugman demonstraram que enquanto
espectadores estão vendo televisão, o hemisfério direito está duas vezes mais
ativo que o esquerdo, uma anomalia neurológica. [1]
O
cruzamento da esquerda para a direita libera uma tempestade de narcóticos
naturais do corpo: endorfinas e beta-endorfinas. A endorfina é estruturalmente
idêntica ao ópio e seus derivados (morfina, codeína, heroína etc.).
Atividades
que liberam endorfinas (também chamadas peptídeos opióides) são freqüentemente
formadores de hábito (nós raramente dizemos que causam dependência). Estes incluem estalar os dedos, exercícios
tenazes e orgasmo. Narcóticos externos
agem nos mesmos locais receptores (receptores opióides) como endorfinas, de
forma que há pouca diferença entre os dois.
Realmente,
até espectadores casuais de televisão experimentam tais sintomas de recuo de entorpecimento
se eles param de ver TV por um período prolongado de tempo. Um artigo da Província Herald, no Leste da
África do Sul (Outubro de 1975), descreveu dois experimentos em que foi pedido
que pessoas de vários segmentos sócio-econômicos parassem de ver
televisão. Em um experimento várias
famílias se voluntariaram a desligarem suas TVs por apenas um mês.
As
famílias mais pobres cederam em uma semana, e as outras sofreram de depressão,
dizendo que se sentiam como se tivessem "perdido um amigo". No outro
experimento, 182 alemães ocidentais concordaram em dar um pontapé no seu hábito
de ver televisão por um ano, em troca de um acrescido bônus de pagamento. Ninguém
pôde resistir ao desejo por mais do que seis meses, e ao longo do tempo todos
os participantes demonstraram os sintomas de recuo do narcótico: aumento da
ansiedade, frustração e depressão.
O
VÍCIO À TV
Os
sinais do vício estão ao nosso redor. O
Americano médio assiste mais de quatro horas de televisão todos os dias, e 49% destes
continuam a assistir apesar de admitirem fazê-lo excessivamente. Esses são os indicadores clássicos de um viciado
em contradição: viciados sabem que eles estão fazendo o mal para si, mas
continuam a usar a droga sem dar a devida atenção.
O
aparelho de televisão funciona como um sistema de entrega de droga de alta
tecnologia, e nós todos sentimos seus efeitos. A questão é, pode um vício à
televisão ser destrutivo? A resposta que
nós recebemos da ciência moderna é um retumbante “Sim!"
Primeiro
de tudo, quando você está assistindo televisão, as regiões mais elevadas do
cérebro (como o cérebro intermediário e o novo córtex) são desligados, e as
principais atividades transferem-se para as regiões mais baixas do cérebro
(como o sistema límbico). Os processos neurológicos que tomam lugar nessas
regiões não podem exatamente ser chamados de "cognitivos".
Os
menores cérebros ou o cérebro do réptil simplesmente permanece equilibrado para
reagir ao ambiente usando programas profundamente entalhados de resposta "combater
ou fugir". Demais a mais, essas regiões mais baixas do cérebro não podem
distinguir a realidade de imagens fabricadas (um trabalho desenvolvido pelo
novo córtex), assim eles reagem ao conteúdo da televisão muito embora ele seja
real, liberando hormônios apropriados e assim em diante. Estudos têm provado
que, ao longo prazo, demasiada atividade no cérebro mais baixo conduz à atrofia
nas regiões mais altas.
É
interessante registrar que o cérebro baixo/límbico/do réptil correlaciona-se ao
circuito de bio-sobrevivência do Modelo dos 8 Circuitos de Consciência Leary/Wilson.
Esse
é o nosso principal circuito, a "presença" básica que nós normalmente
associamos com a consciência. Esse é o
circuito onde nós recebemos nossa primeira impressão neurológica (a impressão
oral), que nos condiciona a avançar rumo a qualquer coisa quente, prazerosa
e/ou protetiva no ambiente. O circuito
de bio-sobrevivência é nosso mais infantil, nosso meio mais primário de lidar
com a realidade.
EFEITO
DO CONTROLE DO CÉREBRO DIREITO
A
pesquisa da Herbert Krugman provou que assistir televisão paralisa o cérebro
esquerdo e deixa o cérebro direito executar todas as responsabilidades cognitivas.
Isso tem algumas implicações
assustadoras para os efeitos da televisão no desenvolvimento e saúde do cérebro.
Para uns, o hemisfério esquerdo é a região crítica para organizar, analisar e
julgar dados entrantes. O cérebro
direito lida de forma não crítica com dados entrantes, e ele não decifra ou
divide a informação em suas partes componentes.
O
cérebro direito processa informação em conjuntos, levando a respostas mais
emocionais do que intelectuais. Nós não
podemos racionalmente ocupar-se com o conteúdo apresentado na televisão porque
essa parte de nosso cérebro não está em funcionamento. É, portanto, sem surpresa que as pessoas
raramente compreendem o que vêem na televisão, como foi demonstrado por um
estudo conduzido pelo pesquisador Jacob Jacoby. Jacoby descobriu que, dentre 2.700
pessoas testadas, 90% entenderam mal o que observavam na televisão somente
cinco minutos antes. Por enquanto não há
explicação por qual motivo nos transferimos para o cérebro direito enquanto
assistimos televisão, mas sabemos que esse fenômeno é imune ao conteúdo.
Para
um cérebro compreender e comunicar significado complexo, ele deve estar em um
estado de "desequilíbrio caótico".
Isso significa que deve haver um fluxo dinâmico de comunicação entre
todas as regiões do cérebro, que facilitam a compreensão dos níveis mais
elevados de ordem (quebrando limiares conceituais), e levando à formação de
idéias complexas. Altos níveis de
atividade cerebral caótica estão presentes durante tarefas desafiadoras como
leitura, escrita e equações matemáticas em sua cabeça. Elas não estão presentes enquanto você vê TV.
PERIGOSO À AUTO-ESTIMA; MANTÉM O STATUS
QUO
Em
acréscimo a seus efeitos neurológicos devastadores, a televisão pode ser danosa
para seu sentido de valor próprio, sua percepção do ambiente, e sua saúde
física. Pesquisas recentes têm
demonstrado que 75% das mulheres americanas pensam que estão acima do peso,
provavelmente como resultado de assistir cronicamente atrizes e modelos magras
quatro horas por dia.
A
televisão tem também semeado uma "cultura do medo" nos EUA afora, com
seu foco no sensacionalismo amigável do cérebro límbico de programação
violenta. Estudos têm demonstrado que as
pessoas de todas as gerações grandemente superestimam a ameaça de violência na
vida real. Isso não é sem surpresa,
porque seus cérebros não podem discernir realidade de ficção enquanto assistem TV.
Televisão
é ruim para seu corpo também. Obesidade,
privação do sono e desenvolvimento sensorial atrofiado são todos comuns entre
viciados em televisão.
Todas
as outras drogas aparentemente colocam-se como uma ameaça à ordem social
estabelecida. A televisão, porém, é uma
droga que é realmente essencial para manter a infra-estrutura social. Por quê? Porque ela lava o cérebro dos consumidores para gastarem
dinheiro no vazio escancarado de suas vidas cheias de terror e sem significado.
E por lavagem do cérebro, eu quero dizer
que elas foram hipnotizadas usando muitas técnicas sutis e estabelecidas que,
quando combinadas com os efeitos naturais da televisão nas ondas do cérebro, contribuem
para os mais ambiciosos ardis de engenharia psicológica já confeccionados.
O
psicofisiologista Thomas Mulholland descobriu que após apenas 30 segundos vendo
televisão, o cérebro começa a produzir ondas alfa, que indicam taxas de
atividade letárgicas (quase comatosas). Ondas cerebrais alfa são associadas com
desconcentrados e excessivos estados receptivos de consciência. Uma alta
freqüência de ondas alfa não ocorre normalmente quando os olhos estão
abertos. Em verdade, a pesquisa de Mulholland
indica que assistir televisão é neurologicamente análogo a encarar uma parede
branca.
Eu
deveria registrar que o objetivo dos hipnotizadores é induzir estados de lentas
ondas cerebrais. Ondas alfa estão
presentes durante o estado de "luz hipnótica" utilizado por
hipno-terapeutas para terapia de sugestão.
Quando
a pesquisa de Mulholland foi publicada, ela impactou grandemente em marketing e propaganda. Percebendo que os espectadores
automaticamente entram em um estado de transe enquanto vêem televisão, os
marketeiros começaram a esboçar comerciais que produzem estados de
inconsciência emocional ou humor com o espectador.
O
alvo de comerciais não é apelar para a mente racional ou consciente (que
usualmente descarta anúncios), mas de preferência implantar atmosferas que o
consumidor associará com o produto quando ele é encontrado na vida real. Quando nós vemos exposições de produtos em uma
loja, por exemplo, aquelas emoções positivas são despertadas. Aprovações de atletas amados e outras
celebridades evocam as mesmas associações. Se você já duvidou do poder dos
anúncios de televisão, carreguem isso em mente: comerciais funcionam melhor se
você não está lhes dando atenção!
Um
dispositivo de controle mental que causa dependência . . . o que mais poderia
um governo ou uma corporação lucrativa pedir? Mas a coisa realmente triste a
respeito da televisão é que ela converte a pessoa num zumbi, ninguém é
imune. Não há nenhuma ordem mais elevada
de seres super-inteligentes e nefandos por trás disso. É o produto de nosso completo desejo humano
de modificar nosso estado de consciência e escapar das durezas da realidade.
Eu
gostaria de anunciar uma campanha para os meus.
Na próxima semana, nós celebraremos o que eu gosto de chamar de Semana para
se livrar da TV. Eu encorajo a todos
vocês venderem suas televisões, e usarem o dinheiro para comprarem alguns
livros.
Nós
estamos vivendo no Admirável Mundo Novo, somente isso não é tão admirável, ou
menos novo. Em verdade, está parecendo
mais e mais com a Idade das Trevas, com massas de zumbis do neolítico obedecendo
a autoridade da nova casta sacerdotal: Regis Philbin e Jerry Springer.
Notas:
[1] Krugman, Herbert E.
"Brain wave Measures of Media Involvement," Journal of Advertising
Research 11.1 (1971): 3-9. Krugman posteriomente
se tornou gerente de pesquisa de opinião pública na General Electric.
--
Esse
artigo é do Vol. 2, Issue No. 2 pages 59-66
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