Wednesday, September 04, 2019

A morte da comunidade moral

Patrick J Buchanan

“Os opositores (do casamento do mesmo sexo) não tem qualquer justificativa, senão ignorância, opinião errada e preconceito.”

Assim escreve Richard Cohen em sua coluna celebratória a respeito do papel do Governador Andrew Cuomo em legalizar o casamento gay no estado de Nova Iorque.

Agora, dado que nenhuma nação em 20 séculos de Cristandade legalizou o casamento homossexual, e, nesse século, a maioria de todos os 31 estados onde foi votado a rejeitou, Cohen está quase dizendo que, desde o tempo de Cristo, a história do Ocidente foi uma interminável Era de Escuridão dominada por ignorantes morais e invejosos.

Pois a crença que o homossexualismo é antinatural e imoral, e que o casamento do mesmo sexo é um absurdo Orwelliano foi sempre parte do código moral do Cristianismo.  General George Washington ordenou que homossexuais ativos fossem expulsos de seu exército.  Thomas Jefferson equiparou o homossexualismo com estupro. Só em 2003 a Suprema Corte declara os atos homossexuais como um direito protegido.

Qual é a base moral do argumento que o homossexualismo seja normal, natural e saudável? Em anos recentes, ele foi associado com altos níveis de AIDS e doenças intestinais, e através dos óbitos nos jornais gays, morte prematura.  Onde está a sociedade de sucesso quando o casamento homossexual era normal?

Não até que os tumultos de Stonewall em um bar gay em Greenwich Village em 1969 fossem o acontecimento amplamente realizado por ninguém mais que os Mattachines de Frank Kameny, de modo que o homossexualismo merecesse ser tratado como uma expressão natural e normal de amor.

Ainda, Cohen não é sem um propósito quando usa o termo “preconceito”.

Como Albert Einstein observou, “senso comum é a coleção de preconceitos adquiridos pela idade de 18.” Aos 14, a maioria dos garotos aprendeu no playground que há algo desordenado a respeito de garotos sexualmente atraídos por outros garotos.

Daí a necessidade das universidades politicamente corretas purgarem tais idéias das mentes jovens e doutriná-las nas novas verdades da modernidade.

Mas somos realmente mais sábios que nossos ancestrais? Como Edmund Burke escreveu sobre os pensadores de seu tempo:

“Muitos de nossos homens de especulação, em vez de detonar preconceitos gerais, empregam sua sagacidade para descobrir a sabedoria latente que neles prevalece.  Se eles encontram o que procuram e quase nunca falham, pensam que seja mais sábio continuar com o preconceito, com a razão envolvida, do que lançar pra fora a película do preconceito, e permitir nada mais que a razão nua.”

Grandes mentes descobriram uma vez o mérito nos “preconceitos”, ou herdaram sabedoria, de alguém, como um incentivo ao comportamento virtuoso. Novamente  Burke:

“Preconceito é de pronta aplicação em uma emergência.  Ele engaja previamente a mente em um curso firme de sabedoria e virtude, e não permite o homem hesitar no momento da decisão, cético e não-resoluto.”

Em nossa nova sociedade, da qual tradicionalistas estão se afastando, muitas idéias dominantes são originadas em uma ideologia que está em guerra com os “preconceitos gerais” de Burke.

Muitos deles acham que o homossexualismo seja natural e normal.  Que aborto é um direito da mulher.  Que todas as relações sexuais voluntárias são moralmente iguais.  Que mulheres e homens são iguais, e se as primeiras não fossem igualmente representadas no ápice das instituições acadêmicas, militares e da vida política, isso pode somente ser o resultado de discriminação odiosa que a lei deve corrigir.  Que todas as raças, religiões e grupos étnicos são iguais e todos devem ter recompenses iguais.

Uma vez que uma nação tenha como sinônimo a liberdade, a nova América a cultua no altar da igualdade.

Escrevendo sobre a mesma página do Washington Post page como Cohen, um dia antes, Greg Sargent exultou a lei Cuomo como “uma gigantesca vitória … pela igualdade … uma derrota maior para aqueles auto-descritos como ‘conservadores’ que odeiam o governo exceto quando ele está impingindo uma forma de discriminação legalizada que comporta-se com seus preconceitos.”

Sargent também tem um ponto.  Mas por trás dos “preconceitos” dos conservadores a respeito da superioridade moral do casamento tradicional estão 2 mil anos de história e direito. Qual é a base intelectual e moral da percepção de Sargent?

Ele declara que a “maioria dos americanos não está disposta a atribuir status abaixo da média aos relacionamentos íntimos de gays e lésbicas.”

Certamente, essa é a verdade da legislatura de Albany.

Mas por que então Barack Obama parece tão hesitante a abraçar o casamento gay?

Em 2012, viremos a descobrir quem está certo politicamente, quando o assunto continuar em votação nos estados campos da batalha.  Mas é verdade moral ser manifestado em uma urna de votos? Não teremos qualquer compasso moral superior do que o domínio da maioria?

“Um novo tipo de América está emergindo no início do século XXI”, disse o Arcebispo Charles Chaput de Denver semana passada, “e é provável ser muito menos amigável à fé religiosa do que qualquer coisa no passado da nação”.

Ele acrescentou, sutilmente, “se os serviços sociais católicos devessem ser forçados a modificar suas crenças católicas sobre o casamento, a família, a justiça social, a sexualidade (e) o aborto”, eles deveriam terminar tais serviços.

Predição: Nós estamos entrando em uma era onde as comunidades se apartarão uma da outra e a desobediência civil em fundamentos morais se tornará tão comum como foi nos dias da segregação.

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