Wednesday, November 02, 2005

A Carta da Terra

A CARTA DA TERRA (Comentários do Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho)

PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. [foi Deus ou foi a Terra quem providenciou as condições essenciais para que houvesse a vida?] A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

Desafios Para o Futuro

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza. [A frase é ambígua, o homem é o Rei da criação visível; neste sentido, um único indivíduo humano é mais importante que todas as estrelas do Céu, que não receberam a filiação divina e a graça do Espírito Santo. É diante de Deus e do próximo que o homem deve se sentir humilde, e não diante da Natureza inanimada].

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. [por que um novo fundamento ético, os Dez Mandamentos já não são suficientes?] Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
[Este item é perigoso ou, na melhor das hipóteses, ambíguo, uma vez que não reconhece diferenças de valor entre a vida humana, dotada de um princípio espiritual, e as demais formas de vida. Colocar a vida do homem no mesmo plano da vida do animal é um atentado contra a dignidade humana, e o primeiro passo para tratar o homem como um bicho: castração, aborto e eutanásia].

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

[ou seja, a reprodução humana deve-se sujeitar aos imperativos de proteção ambiental, definidos pelos "órgãos competentes" da ONU]
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
[a saúde reprodutiva, tal como vem sendo promovida pela ONU, consiste em disseminar os meios de não se reproduzir: contracepção, esterilização, aborto e apoio ao homossexualismo como opção válida e aceitável]

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
[A frase é ambígua: trata-se de igualdade entre os sexos naquilo em que comungam da natureza humana que pertence igualmente ao homem e à mulher, ou trata-se de destruir o papel próprio e insubstituível da mulher e do homem na constituição da família? Aliás, a palavra "gênero" vem sendo empregada pelos ativistas homossexuais, em substituição do termo "sexo". "Sexo" denota uma realidade física e natural, enquanto "gênero" apela para uma realidade cultural e construída, como se o comportamento sexual fosse questão de opinião, e não algo que parte de uma condição imposta pela natureza].

A íntegra do documento encontra-se em: http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.doc

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