por Jan Klein e Naoyuki Takahata
A população humana é divida em raças? A
resposta depende do entendimento particular desse termo e as pessoas que falam
de raças deveriam, portanto, primeiro especificar o que exatamente a palavra
quer significar para si. A divisão
original da espécie humana em raças foi baseada em diferenças visíveis e
evidentes entre indivíduos. Viajantes
europeus na África notaram que o povo desse continente tendia a ter pele marrom
escura ou negra, cabelo negro enrolado, um nariz largo e lábios grossos. Similarmente, exploradores que retornaram da
Ásia Central e Oriental reportaram que
os habitantes dessa parte do mundo tinham pele amarelada, cabelo áspero e um
invólucro de pele estendendo-se desde as pálpebras através do canto interior do
olho (uma característica chamada o invólucro epicântico). Essas características contrastavam com
aquelas dos Europeus, que tendiam a ter pele clara, cabelo claro, seja liso ou
ondulado, olhos azuis, nariz estreito e lábios bastante finos. Esses três tipos vieram a ser chamados de
raças negróides, mongolóides e caucasóides, mas nós haveremos que referir-lhes
como Africanos, Asiáticos e Europeus, respectivamente. Posteriormente, a lista de raças foi
estendida para incluir pessoas de outros continentes, subcontinentes e grupos
de ilhas, especificamente Índios Americanos, Australianos, Índios e Oceânicos
(Melanésios, Micronésios, Polinésios).
Estudo mais apertado, porém, revelou uma considerável variação entre as
maiores raças nos caracteres utilizados inicialmente para sua delineação. Assim, por exemplo, 36 tons de pigmentação de
pele foram descritos, abrangendo desde negro da cor do azeviche até quase
branco. Usando essas bem como outras
características, raças adicionais – mais de uma centena – foram descritas e
antropólogos não foram capazes de concordar sobre o mais apropriado sistema de
classificação, nem sobre quão detalhada a subdivisão deveria ser.
Conforme o número de raças crescia, crescia
também o ceticismo. O grande número de
raças, a existência de intermediários, e o agrupamento hierárquico de grupos de
indivíduos sugeridos por alguns antropólogos que as características sobre as
quais a classificação era baseada variavam continuamente e, conseguintemente,
qualquer divisão em grupos discretos era arbitrária e sem significância
biológica. Parecia que quais fossem dois
grupos delineados por um ou mais características físicas pudesse ser vinculada
por uma série de características intermediárias, fornecendo uma transição estável
e sem interrupção de um grupo para o outro.
A linha contínua parecia alcançar desde unidades familiares até o fim da
população global. Demais a mais, a
classificação baseada em uma característica visível freqüentemente não é
compatível com aquela baseada em outras características. A partir de todas essas observações, alguns
antropólogos concluíram que era um exercício de futilidade classificar humanos
em raças e que seria melhor abandonar o inteiro conceito de raça humana. Essa conclusão também apareceu confirmada
pelo mau uso e abuso do conceito em alguns países para o propósito de
discriminação, opressão e mesmo genocídio.
O
propósito de livrar-se do conceito de raça no geral é atualmente somente um
extremo em um âmbito de visões. Não é
certamente compartilhada por todos os antropólogos e é de nenhuma forma a
opinião da maioria do público de forma geral.
Parece ser uma conclusão atingida
mais sobre a base dos credos políticos e filosóficos do que sobre argumentos
científicos. De modo correspondente, antropólogos que realmente sustentam essa
opinião freqüentemente tentam berrar para seus oponentes em vez de convencê-los
através da apresentação de fatos. Seu
método favorecido de argumentação é rotular qualquer um que discorda com eles
de racistas. O público, porém, parece
não se impressionar com sua retórica.
Ele recusa acreditar que as diferenças que vêem são uma mera invenção de
suas imaginações. Uma pessoa leiga pode
contar com um alto grau de precisão bastando apenas por vislumbrar seus traços
de rosto...
Exceto
para alguns antropólogos, todos parecem ser capazes de distinguir as pessoas de
diferentes partes do mundo em um olhar para sua aparência externa. Isso, aparentemente, é também a visão de
alguns administradores do governo em países com programas desenhados para
combater a discriminação racial.
Obviamente, há uma lacuna de credibilidade
sobre esse assunto entre alguns antropólogos de um lado e o público, assim como
o governo de alguns países sobre outros.
Uma forma de esclarecer os argumentos entre
antropólogos e reconciliá-los com o público poderia ser afastar-se dos
caracteres físicos e do foco nos genes.
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