Wednesday, June 04, 2014

Entendendo os "fascismos" enquanto fenômeno histórico

O QUE É FASCISMO?




"Quem dissesse ao rio, se o rio tivesse personalidade, que o primeiro grão de areia por ele próprio depositado numa de suas voltas iria ser o começo dum banco ou coroa que um dia lhe impedirá a passagem, obrigando-o até a procurar novo leito, passaria por visionário. Quem dissesse ao nemrodismo judaico que dos povos lentamente preparados por ele brotaria uma idéia nova e salvadora, teria passado há três lustros como um pobre maluco. O plano dos verídicos Protocolos dos Sábios de Sião tocava a sua meta. Tudo se negara: virtude, fé, consciência. Tudo se vendera: opinião, inteligência, honra. Tudo se aniquilara: Família, Pátria, Deus. O comunismo caminhara, ora com pés de lã, ora com sapatos de ferro, pela face do planeta. Era quase dono da Itália. Tinha milhões de adeptos organizados na Alemanha. Enchia a França. Infiltrara-se por toda a parte. Esperavam-se os triunfos de seus famosos putschs técnicos em países que se apontavam a dedo. Foi quando a figura de Mussolini se projetou no vasto campo da História. Vestia uma camisa preta, desenterrara do entulho dos séculos o feixe dos litores antigos, falava duma coisa chamada fascismo, que parecia vaga e incompreensível ao mundo, e tonitruava discursos inflamados. A Humanidade aburguesada e cética esqueceu por um momento as cocaínas morais e sociais com que vinha se envenenando sob o olhar dulçuroso do judeu internacional, olhou o fenômeno e somente fez este comentário: - Que cabotino! Incapaz de uma visão totalitária, unicamente viu um dos aspectos exteriores e cenográficos da grande individualidade que se alevantava do seio da mediocridade geral. O aspecto menos significativo. Tudo o mais lhe escapou.

Aquele homem ergueu o braço, como seus antepassados latinos. Centenas de milhares de braços jovens se ergueram com o dele. E a este gesto enérgico e imperioso o comunismo parou. Desde esse dia, nunca mais deu um passo no mundo, nunca mais fez uma conquista, não tomou conta de país algum, vendo por terra todas as suas tentativas no Chile, na Espanha, na própria China.

De onde vinham o homem, a doutrina, o gesto? Do fundo da alma da sociedade ameaçada, do misterioso metabolismo do corpo social, do subconsciente da Humanidade. [...] O rio vermelho que corria de Moscou ameaçando alagar o mundo ia ser desviado por uma coroa produzida pelo aluvião dos centenários. Os judeus estavam certos de lhe haverem preparado berço esplêndido. Enganaram-se redondamente. Desde algum tempo, os grãos de areia pouco a pouco se ajuntavam.

O arrasamento de todos os cânones espirituais levara os homens de novo ao espiritualismo, porque os extremos se tocam. Os estudos neotomistas haviam mostrado a grandeza da civilização cristã coberta pela poeira voltaireana das negações e invencionices. Os olhos começaram a se abrir para as verdades incontáveis. Na França, Charles Maurras e seu grupo de lutadores reivindicavam a defesa das velhas coisas traídas e vilipendiadas. Em Portugal, o grande Antônio Sardinha e seus notáveis companheiros de pregação mostravam a necessidade da volta à tradição nacional, ao sentido heróico da vida cristã, ao espírito de sacrifício, ao Integralismo contrário aos parcialismos dissolventes. Em todos os pensadores e publicistas desse período, cuja maioria passou despercebida a seus próprios contemporâneos no meio do bruhahá da intensa vida gozadora e material das modernas babilônias, se sente uma unidade fundamental de pensamentos, embora sobre ela se articulem sistemas e organismos diversos, acordes com a realidade de cada país e o gênio étnico de cada povo. O século XVIII com seus filósofos, neo-filantropos, ateus e humanistas não tem mais a menor influência sobre esses novos espíritos, claros e linheiros como espadas, cuja flexibilidade só se sente no esgrimir das polêmicas e cujo retinir só se ouve quando tapezapêam na luta.

Que querem esses homens novos, que parecem velhos, porque se radicam fundamentalmente no passado; que parecem velhos aos envelhecidos e envilecidos burgueses que se julgam modernos, porque são anti-morais e anti-tradicionais; esses homens arautos de novos tempos, cuja voz o chamado rumor do progresso quase abafou de modo a que só fosse ouvida pelos que lhes ficavam próximos? Que querem? Coisas velhas e sábias para a Humanidade consciente, coisas novas e loucas para uma humanidade em completo delírio, atuada no seu transe pelo espírito diabólico do judaísmo.

Querem a disciplina da dedicação e do sacrifício; querem uma educação cristã que garanta, tanto quanto possível, a invulnerabilidade da vida e da alma; querem que se passe da negação do dever por temor ao espírito do dever por amor; querem que não se confundam mais, para os espertos se aproveitarem disso, legitimidade e legalidade; querem destruir os formalismos do direito vindo da Loba opressora; querem a primazia espiritual, a família, a tradição, a propriedade moralizada, a responsabilidade, a compensação social dos direitos pelos deveres e encargos; querem a aglomeração orgânica das faculdades e atividades, tanto espirituais como produtoras, das nações; querem uma consciência nacional norteando os povos ao invés de conchavos políticos interesseiros e desmoralizadores; querem os trabalhadores associados cooperativamente na defesa de seus interesses e não os eleitoralismos seguidos de esnobismos, fraudes e falatórios ocos; querem a profissão organizada, a moralidade na governação de Estados, a unidade de coração e de pensamento na vida nacional com a extinção dos partidos; querem a harmonia social substituindo a luta de classes; querem, enfim, ordem econômica, ordem política e ordem social; isto é, ordem integral. Para isso, estudam, escrevem, pregam, enquanto os imbecis sorriem, os indiferentes não dão um passo, e os gozadores se divertem. Eles sabem que suas idéias germinarão com o adubo desses sorrisos amarelos e com o estrume dessas indiferenças, que seus sucessores as levarão por diante e que alguns deles um dia as porão em prática, apoderando-se do Estado político para renovar o Estado social. Eles estão convencidos que a Humanidade tem levado a vida inteira a zombar dos sonhadores e idealistas para, depois, realizar todas as idéias desses sonhadores e desses idealistas. Anatole France, o mais glacial dos céticos modernos, verificou e confessou essa verdade.

É um poeta quem planta a abençoada semente. Ao apoderar-se num reide audacioso do território do Fiume, proclamando a Regência de Carnaro, Gabriel d’Annunzio teve de organizá-la. Veio-lhe a idéia do antigo Estado totalitário cristão da Idade Média, e ele pensou nas velhas e veneráveis corporações de ofício, publicando sua "Carta del Lavoro", maravilhoso documento em que, pela primeira vez, oficialmente, um governo reconhecia o VALOR MORAL do trabalho acima de seu valor econômico. Foi o anúncio da revolução econômica do século XX, a volta às verdades da economia moral e a morte de todas as mentiras da economia naturalista.

Quando na Itália agitada pelo comunismo, presa já da anarquia rubra, as legiões de camisas-negras de Benito Mussolini marcaram com seu passo cadenciado a marcha da primeira reconquista cristã dum povo ocidental, o espírito dannunziano da "Carta del Lavoro" agitou os vexilos e lábaros das manípulas fascistas. A marcha sobre Roma há de estrondar eternamente nos séculos como o caminhar das forças do Espírito contra as muralhas da Matéria. Deus dirige os destinos dos povos. Mussolini foi a Joana d’Arc desse momento histórico. Justamente por ter sido a primeira reação, a reação de emergência, a reação apressada, a doutrina do fascismo italiano ficou a menos completa e a menos espiritual de todas. Teve de ir completando-se na luta, organizando-se pari-passu com as vitórias obtidas consecutivamente, pouco a pouco se adaptando às realidades espirituais da Itália. Seu símbolo reflete isso. É a reunião das varas num feixe sobre a proteção do machado. O que estava disperso, feito em miúdos pedaços, foi reunido e amarrado às pressas, no afã duma como defesa aproximada, segundo se diz em linguagem militar, sob a égide de um Estado ditatorial. Porém a glória do fascismo de Mussolini jamais se apagará. Num mundo desorganizado e desvirilizado, avelhantado e entorpecido, ele criou uma mística fervorosa, ele despertou o entusiasmo e ele proclamou a morte do liberalismo burguês naquele dia que, da tribuna da Câmara dos Deputados, pronunciou o famoso discurso do qual cada palavra vale por uma chicotada nas faces que haviam perdido a força de coroar: - "Eu poderia fazer desta sala surda e triste o bivaque dos meus milicianos, mas não o faço porque não quero, e não quero porque ainda não é oportuno..." Nunca, nem quando os granadeiros de Lefevre expulsaram a coice de arma os Quinhentos da sala onde vociferavam, nem quando um cabo de marinheiros, bocejando, mandou fechar as portas da Duma de Kerensky; nunca uma assembléia liberal e parlapatona foi tratada dessa maneira. Porque, além da força e do desprezo, Mussolini demonstrou a vacuidade daquele órgão dos poderes públicos anárquicos: fechá-lo-ia, se quisesse, quando quisesse...

Em presença do Senado, só porque seu nome traduzia a lembrança de um passado glorioso, sua atitude foi outra. Curvou-se reverente e repetiu a invocação latina: - "Pais Conscritos!" É que os fascistas tem de se apoiar forçosamente nas mais antigas tradições para poderem se apoiar nas almas dos povos. Em tudo, tanto Mussolini como Adolf Hitler, que conduziu à vitória o segundo movimento fascista do mundo, aprofundam as mais remotas origens de suas gentes, exaltando de todos os modos a idéia de um passado superior, para sobre essa base construir o futuro. É nas tradições celtas que vamos encontrar tanto a acha das armas, o machado, do fascio, como a suástica, a cruz-gamada, do nacional-socialismo germânico. Ambos os signos provém do vetusto simbolismo celta. Sua origem é boreal, é nórdica, como provam os documentos arqueológicos da Europa neolítica, diante dos quais a pretensa origem asiática da cruz gamada não pôde continuar de pé. E, como aparece na Índia, se vê que para lá foi levada pelos celtas conquistadores.

Sem o apelo da tradição, é impossível reformar a moral dos povos. A tradição é o ensinamento, a experiência, a solidariedade, o exemplo. O Estado Total, que fusiona Estado e Sociedade, de Carlos Schmitt, que o propunha em 1931 à Alemanha ainda à espera do triunfo hitlerista, estende no passado suas raízes como uma árvore as aprofunda no ubertoso seio da terra. Os antigos chamavam à tradição "culto dos antepassados". Esse culto é o único capaz de manter coesas as sociedades. Por isso o judeu o conserva ciosamente em si, mas procura destruí-lo nos outros. Quando a lição tiver aproveitado aos povos cristãos e eles se apoiarem nesse culto, o judaísmo perderá noventa por cento de sua força destruidora. [...]

A Itália fascista apoiou-se na tradição história do Império Romano. Foi a primeira rocha que achou no aluvião liberal para plantar a primeira estaca do novo edifício social. Na Alemanha liquefeita pelo liberalismo aliado à saturação judaica, o movimento de Hitler teve de buscar um apoio ainda mais profundo que a simples tradição jurídica e política. E este foi a Raça. O racismo corresponde a uma realidade alemã do mesmo modo que o romanismo imperial corresponde a uma realidade italiana. Além disso, a Itália está com quase todas as populações verdadeiramente italianas sobre a sua bandeira. A Alemanha não. Há alemães no corredor de Danzig, na Tchecoslováquia, na Polônia, na Áustria, fora dos limites do Reich; havia alemães no Sarre. Se o nacional-socialismo se limitasse à tradição duma Alemanha política e histórica, estaria errado. Para estar certo, para corresponder exatamente à realidade, ele é obrigado a basear-se numa Alemanha racial.

Seu símbolo já não é mais um apressado ajuntamento de varas sob a proteção da força nacional. A suástica indica movimento, dinamismo, vida. As idéias de renovação somadas simplesmente ao Estado na Itália entram agora a mover-se, a marchar para o futuro. "O nacional-socialismo não se apresenta como uma fórmula de vida política, mas como um plano de regeneração total, tanto físico como material, econômica, racial, moral e religiosa, verdadeira visão de conjunto do mundo. É uma fé". [Jean Edouard Spenlé - ‘Les assisses morales de l’Allemagne hitlérienne’]. O fascismo italiano também é uma fé. Todos os movimentos semelhantes são tantas outras fés. E eis porque venceram e vencerão, fazendo o comunismo recuar diante deles e, o que é mais triste, por ser abjeto, disfarçar-se com rótulos nacionalistas, libertadores ou humanitários, infâmia das infâmias, em presença de movimentos claros e definidos que clamam abertamente seus propósitos. As mentiras não dispensam as máscaras.

Os movimentos espiritualistas de salvação nacional rapidamente se irradiaram pelo mundo. O nacional-sindicalismo dos camisas-azuis com a cruz de Cristo em Portugal desapareceu do cenário da nação, mas o governo de Salazar põe em prática quase todas as suas idéias, criando o Estado Corporativo Português. Na Inglaterra, os camisas-pretas do jovem e simpático Sir Oswald Mosley combatem o judaísmo, condenam o parlamentarismo liberal decrépito e anunciam o Estado Corporativo Inglês, realizando já notável ação cultural. Na Polônia, em 1926, José Gralla lançou o nacional-socialismo polonês, radicando-se nos pensadores nacionais e pregando a revisão dos problemas vitais da pátria. Suas camisas cor-de-cereja organizaram-se em 1933 e foram dissolvidas pelo governo em 1934; mas este vai aos poucos realizando idéias fascistas. Segundo documentado estudo de Carlos Istanbul - La Turquie de Mustapha Kemal - , o regime que domina a Turquia moderna tem caráter nacionalista. Na Holanda, os nacionais-socialistas acabam de ter admirável triunfo eleitoral. Há fascistas de camisa-azul na Irlanda, de camisa-cinzenta na África do Sul, de camisa-dourada, os cisteros, no México, de camisa-amarela na China, de camisa-prateada nos Estados Unidos. O "Peskonkrusts" da Letônia é uma organização fascista. O "Partido Nacional Social Cristão", fundado por Adrien Arcand e José Menard no Canadá, é fascista e anti-semita. A "Legião Cívica" da República Argentina declara-se nacionalista por "determinismo biológico". Há fascistas na Bélgica, influindo já nas decisões administrativas. Toda a mocidade católica e verdadeiramente patriota da Espanha se alista sob a bandeira da "Falange Espanhola". Na Romênia, o fascismo chefiado pelo enérgico Corneliu Codreanu recebeu a adesão dos agrários. As juventudes fascistas da "Orjuna" desfilam militarmente por toda a Sérvia. A Bulgária está invadida pelo fascismo e tem um governo fascista-militar. As "Milícias Nacionais" do Chile desafiam hoje os comunistas a reaparecerem. Os apristas agitam-se no Peru, agitando a alma nacional aletargada. Mesmo no Japão, o deputado Matsuoka fez brotar a idéia do integralismo nipônico.

A Áustria apóia-se no estrangeiro para impedir provisoriamente que o nazismo dela se apodere, porque ele corresponde às aspirações de seu povo; mas é obrigada a adotar a organização corporativa do Estado para poder viver.  Um dos Estados norte-americanos, a Louisiana, rompe, governada por Huey P. Long, abertamente contra o regime liberal da União e envereda pela trilha das doutrinas fascistas. Esse fenômeno no país onde, á entrada do maior porto, a estátua colossal da Liberdade Burguesa ilumina o mundo, é deveras impressionante como índice duma época, cujo caráter de reação contra o materialismo capitalista e o materialismo comunista. [...]

A França, pátria dos imortais princípios, entregue de pés e mãos atados a governos judaico-maçônicos, quase escravizada a Israel, como os próprios escritores judeus claramente o apregoam*, fermenta de movimentos nacionalistas, fascistas e anti-semitas. Violentas campanhas de imprensa documentam as atividades anti-sociais e anti-cristãs da Maçonaria, do judaísmo e do eleitoralismo político. Os escândalos financeiros, como o caso Staviski, desmoralizam os governos que caem diante da ebulição das massas populares. A "Action Française" prega a restauração da tradição monárquica, tão antiga como a própria França. Os franceses arregimentam-se ao grito de: - La France aux Français! E os trezentos mil veteranos da "Croix de Feu", obedientes ao comando do taciturno tenente-general de la Rocque esperam o momento de entrar em ação, correndo de quando a quando a pau os bandos comunistas.

Respondendo ao grito de Marx, no meado do século XIX, - "Proletários de todos os países, uni-vos!", ouve-se no século XX outro grito, - "Nacionalistas de todos os países, uni-vos!" Uni-vos na convicção de que o nacionalismo deste século, bastando-se a si mesmo, pois mergulha nas raízes do gênio próprio de cada povo, renovará a alma das velhas sociedades e trará ao universo a idéia duma ordem pacífica internacional.

Que deseja esse movimento generalizado no mundo inteiro? Busquemos nos seus tracts, panfletos, catecismos, manifestos e livros doutrinários os pontos básicos comuns que os norteiam nas sua ação e revolução: disciplina consciente e voluntária; subordinação de todo e qualquer interesse ao interesse da nação; cooperação e harmonia de classes; governo moral e materialmente forte, que possa resolver os problemas nacionais sem depender das forças que se formam paralelamente aos governos fracos; sacrifício pela pátria até a morte; igualdade para todos no dever de servir à coletividade, afim de que o bem de cada um venha do bem de todos; poucas palavras e muita ação; primazia absoluta do Espírito e da Moral; humildade diante de Deus.

Que ensina? O orgulho da disciplina conscientemente aceita diante do exemplo de Chefes; a coragem de morrer por uma idéia nobre; a solidariedade dum nacionalismo sem xenofobia; a limpeza moral no proceder; a consciência do próprio valor; a coragem de afirmar; a economia moralizada na aquisição e na fruição, e dirigida pelo Estado; o Estado integrado na Nação; a organização corporativa de todos os trabalhadores; o valor ético do trabalho; a dignidade e a intangibilidade da pessoa humana; a liberdade real dentro de uma democracia verdadeira; a guerra de morte ao capitalismo opressor, ao materialismo burguês e ao comunismo escravizante; o caráter sagrado da Família; o amor incondicional à Pátria; a fé absoluta em Deus. [...]

No dia em que as doutrinas fascistas tiverem o mundo inteiro nas mãos, numa aliança universal que Dzelepy já entrevê - Dzelepy, "L’Alliance des Fascismes" - , um equilíbrio social melhor permitirá aos povos a tranqüilidade necessária para organizarem a Paz Social, livres da despudorada intriga da imprensa e da propagação de doutrinas dissolventes graças às medidas de proteção contra as forças ocultas e parasitárias movidas por messianismos sem escrúpulos. Porque, à primeira vista, parece que o fascismo é o culto dum homem, quando na verdade é unicamente o culto duma idéia que um chefe encarna. Tanto assim que, perante a comissão de inquérito sobre os famosos acontecimentos de 6 de fevereiro, em Paris, Varin, companheiro de La Rocque, deu esta resposta formidável: - "Quand nos idées predrant le pouvoir..." São as idéias, para os fascistas de qualquer jaez, que tomam o poder. E essas idéias apagam até os maiores antagonismos entre os povos, as maiores rivalidades, porque os fascistas verdadeiros sabem que tais antagonismos e rivalidades são, na maioria dos casos, obra daninha e pérfida das forças secretas que agem em detrimento das nações e em proveito do judaísmo corruptor. Vêde, para sentir isto, como o tenente-coronel de la Rocque se expressa sobre a Alemanha. O exemplo é flagrante: "Deve-se tratar com os alemães?", pergunta, e responde: "Sim, mil vezes sim! Mas sob a condição de sermos primeiro SENHORES DE NÓS MESMOS, tendo acabado, no nosso país, com as empresas revolucionárias..." - De La Rocque, "Service Public". Porque ele tem certeza que os governos, infeudados a essas empresas, absolutamente escravizados, não são senhores de seus movimentos nem representam o sentir da nacionalidade; antes, pelo contrário, acionados por estas empresas, defendem os interesses destas em detrimento dos verdadeiros interesses nacionais.

Do exposto acima se verifica nitidamente que toda revolução de caráter fascista começa por uma revolução interior. Chamam-se hoje, na confusão reinante em tudo, revolucionários os homens que negam a primazia das leis morais e se entregam à cega correnteza dos impulsos naturais. Isso é amesquinhar o ser humano, é animalizá-lo. O caráter específico do homem é justamente o da libertação do domínio da matéria para ascender aos páramos da espiritualidade. Revolucionário verdadeiro é aquele que reage contra os instintos. Os maiores revolucionários foram os ascetas e os santos. A maior revolução de todos os tempos foi o Cristianismo. A única revolução digna de tal título na História, depois dele, é o movimento renovador e regenerador do fascismo. Ele não vem substituir homens como as pseudo-revoluções liberais, simplesmente políticas, de espírito revolucionários engarrafado; nem tudo destruir para tudo ocupar como a subversão comunista. Sua revolução processa-se de dentro para fora, combatendo pela palavra o regime vigente, mostrando seus erros e crimes, convencendo as massas da superioridade de sua doutrina e de seus processos, crescendo naturalmente, até romper a casca do ovo que a contém, até "rebentar o envólucro", de modo a apresentar sua construção em lugar da antiga que absorveu. Não foi de outro modo que se fez a Revolução Cristã. Jesus Cristo foi circuncidado de acordo com a lei mosaica. "Vim para cumprir a lei", declarou. Cumpriu-a, destruindo-a naturalmente, até dar-lhe substituição completa. Porque o Cristianismo era a revolução em todos os sentidos, que partia das almas, reformando-as, para reformar o todo social. Também a Revolução Fascista é integral e marcha na mesma direção".

GUSTAVO BARROSO,
O IV Império, páginas 156-174, 1935

6 comments:

  1. "Do exposto acima se verifica nitidamente que toda revolução de caráter fascista começa por uma revolução interior. Chamam-se hoje, na confusão reinante em tudo, revolucionários os homens que negam a primazia das leis morais e se entregam à cega correnteza dos impulsos naturais. Isso é amesquinhar o ser humano, é animalizá-lo. O caráter específico do homem é justamente o da libertação do domínio da matéria para ascender aos páramos da espiritualidade." É o Gustavão

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  2. Mas, Mussolini não era editor de uma revista comunista (Avanti!) antes de "fundar" o Fascismo?? Estranho, não??

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    1. Sim, isso é verdade. Mussolini rompeu com o comunismo e tentou uma espécie de 3ª via.

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    2. Mussolini era filho de comunista e editor sim da revista avanti ! O fascismo nada mais é do que a "direita" revolucionária. A reação ao comunismo na itália estava forte, então colocaram no poder mussolini (comunista) para fazer o papel e liderar a reação anti-comunista. Assim, quem acabou vencendo novamente foi a revolução. Cuidado com os católicos ingênuos que defendem o fascismo, pois é ele o outro braço da revolução. Gustavo Barroso (maçom) ao defender o fascismo está defendendo a revolução. O fascismo e cristianismo são totalmente opostos e irreconciliaveis !

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    3. Só um louco pode conceber que Gustavo Barroso foi maçom. Outra coisa: saiba interpretar um texto. Ninguém aqui está defendendo o fascismo. A intenção da postagem é demonstrar que os "fascismos" foram movimentos que eclodiram num coincidente momento histórico de reação ao capitalismo espoliador e ao comunismo, ambos controlados pelos judeus.

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  3. Interessante esse vídeo do Prof. Orlando Fedeli

    A direita política

    http://www.youtube.com/watch?v=8SB4ZiWsU7o

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